3.12.09

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 8)

ARRASTE DE TORAS


APRESENTAÇÃO

Para transportar as toras do local de queda das árvores até os pátios de estocagem utilizam-se os mais variados veículos de carga, desde tração animal, passando por tratores agrícolas e de esteira até o trator florestal de pneus (skidder).

Na operação manejada, a equipe de arraste usa o mapa de planejamento e as demarcações na floresta para localizar as árvores derrubadas e arrastá-las. Esse procedimento, associado ao uso de máquinas adequadas, resulta em um aumento de 60% na produtividade, redução expressiva dos danos ecológicos à floresta e diminuição dos acidentes de trabalho.

SISTEMA DE ARRASTE

Maquinário e acessórios utilizados

Maquinário

O trator florestal (skidder) e o trator de esteira adaptado com guincho e torre são as máquinas recomendadas para o arraste das toras em uma exploração manejada de terra firme. Em termos comparativos, o skidder tem um melhor desempenho, uma vez que foi desenvolvido especificamente para as operações de exploração madeireira. O trator de esteira, por outro lado, foi projetado para a abertura de estradas.




Acessórios

A torre e o guincho são acessórios acoplados à traseira do trator (florestal e de esteira) que facilitam a coleta e o carregamento das toras.
A torre faz com que a ponta da tora fique suspensa durante o arraste, reduzindo o impacto sobre o solo. O cabo principal (30 metros de comprimento por 3/8 polegadas de diâmetro) preso ao guincho serve para arrastar a tora da clareira até o trator.
O sistema de engate constituído de cabos auxiliares (estropos) e "castanhas" faz a ligação entre o cabo principal e a tora. O estropo é um cabo de aço com extensão máxima de 3 metros que serve para enlaçar a tora e conectá-la ao cabo principal. Para cada estropo há duas castanhas, uma permite o engate ou "nó" no enlace da tora e a outra, situada na extremidade do estropo, conecta o cabo principal. No caso de não estarem disponíveis no mercado, os estropos e "castanhas" podem ser substituídos por um gancho pequeno amarrado na extremidade do cabo principal.

Problemas do sistema convencional de engate

O arraste de toras com trator de esteira sem a torre aumenta o atrito da tora com o solo, tornando-a mais pesada. Portanto, é necessário um cabo grosso e um gancho grande para retirar a árvore do local de queda, geralmente em meio a copas, galhos caídos e cipós. A espessura do gancho dificulta a sua passagem por baixo da tora. Desta maneira, para fazer o engate, o trator precisa erguer e apoiar a extremidade da tora em toras menores, permitindo o enlace do cabo.

ETAPAS DO ARRASTE DE TORAS

O arraste por veículos mais rápidos como o trator florestal requer uma equipe de três pessoas: um tratorista, um ajudante no pátio (faz o desengate das toras) e outro ajudante no interior da floresta (procura e enlaça as toras).
A seguir, os procedimentos para o arraste com trator florestal:

1. No pátio de estocagem, o tratorista e um ajudante certificam-se, consultando o mapa de planejamento sobre a localização dos ramais de arraste e o número de toras a serem arrastadas por ramal.
2. O tratorista abre o ramal principal, seguindo as orientações das balizas. O ajudante, por sua vez, orienta o tratorista até a última árvore do ramal (primeira a ser arrastada) e faz o enlace da tora. Para auxiliar na manobra do trator e orientar sobre o local de parada, o ajudante pode usar um apito.
3. O ajudante engata o cabo principal ao estropo da tora enlaçada. Em seguida, afasta-se da área por onde a tora será guinchada e usa novamente o apito, avisando que a tora está pronta para ser guinchada. O tratorista aciona o guincho que puxa a tora até a traseira do trator.

O trator carrega a tora até o pátio de estocagem enquanto o ajudante na floresta procura a próxima tora a ser arrastada e faz o enlace do estropo. Nos casos em que a tora caia rente ao chão, o ajudante pode cavar um buraco, permitindo a passagem da cabeça do estropo.

4. No pátio de estocagem, o tratorista desengata o guincho, soltando a tora. Em seguida, o ajudante faz o desengate do estropo. Imediatamente, o tratorista aciona o guincho para enrolar o cabo. Por último, as toras são empilhadas no pátio de forma a permitir a movimentação das máquinas e caminhões. As toras ficarão estocadas no pátio até serem embarcadas e transportadas para as serrarias.

A operação é repetida até que todas as toras do ramal tenham sido arrastadas. Caso uma tora tenha sido traçada em dois ou mais pedaços, o tratorista deve voltar à mesma clareira para retirá-la.
O ajudante do pátio, além de fazer o desengate, pode medir as toras e preencher as fichas de controle de produção do arraste.

Para as operações que utilizam trator de esteira, por sua vez, recomenda-se uma equipe de duas pessoas (um tratorista e um ajudante). Neste caso, o ajudante pode engatar a tora no interior da floresta e desengatá-la no pátio.

SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE ARRASTE

Situação 1. Árvore caída no caminho do arraste

Deve-se remover as árvores caídas naturalmente ao longo da rota do trator. Para isso, a árvore deve estar traçada.


Situação 2. Toco dificultando o guinchamento

Em alguns casos, o toco das árvores fica entre a tora e a direção do arraste, dificultando o guinchamento. O engate da tora deve, portanto, permitir que esta role e saia da frente do toco. Para isso, o ajudante, no momento do enlace do estropo, direciona a "castanha" ao máximo para o lado oposto do rolamento da tora. Em toras com sapopemas, o cabo do trator deve passar por baixo de uma das sapopemas no mesmo lado onde está a "castanha".

Situação 3. Árvores e tocos dificultando o arraste

Se entre o trator e a tora a ser guinchada houver tocos e árvores, é necessário movimentá-la lateralmente desviando-a desses obstáculos. Utiliza-se uma árvore (diâmetro maior que 25 cm e sem valor comercial) como apoio para o desvio. O cabo principal do trator deve contornar a "árvore apoio" escolhida, sendo amarrado à tora (1ª etapa). Em seguida, o tratorista aciona o guincho fazendo a tora mover-se lateralmente até ficar livre dos obstáculos. Então, o cabo principal é desconectado da tora, deixando de contornar a "árvore apoio" (2ª etapa). Por último, o guinchamento é feito normalmente.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A grande maioria dos acidentes com ferimentos graves ou mortes na exploração madeireira é provocada pela falta de cumprimento das normas de segurança, especialmente quanto à manutenção dos equipamentos (consultar manual do fabricante).

Cuidados na operação das máquinas

· Somente a equipe de arraste deve permanecer na área durante as operações.
· O tratorista não deve operar a máquina quando pessoas estiverem na frente ou atrás desta.
· Estacionar o trator em superfície plana. Se for obrigado a parar em terreno inclinado, utilizar um calce para garantir o estacionamento da máquina.
· Usar o freio de estacionamento e colocar a alavanca de transmissão em posição neutra.
· Baixar todos os acessórios.

Operação para desviar a tora de obstáculos durante o guinchamento.

Equipamento de segurança de uso obrigatório

· Capacetes.
· Botas com bico de aço.
· Colete com cores fosforescentes para o ajudante.
· Luvas para manusear os cabos.

Prevenção contra incêndios e queimaduras

· Não fumar quando estiver reabastecendo ou próximo ao depósito de combustível.
· Não derramar combustível sobre as partes elétricas do motor do trator aquecido.
· Inspecionar o nível de água do radiador com o motor desligado. Caso necessite fazer a verificação do motor, espere esfriar a tampa do bujão de abastecimento até poder removê-la. Gire a tampa lentamente até diminuir a pressão.

CONCLUSÃO

O tipo de equipamento e as técnicas utilizadas para o arraste na exploração manejada (guincho com torre e sistema de engate com cabos, estropos e "castanhas") associados à técnica de queda direcionada, garantem uma maior eficiência nas operações e menor impacto na floresta.
O uso do guincho com torre permite que a máquina fique em média a 17 metros da tora a ser arrastada. A menor penetração do trator na floresta reduz a quantidade de ramal aberto, diminuindo os danos e os custos de arraste. Além disso, este sistema reduz o contato da tora com o solo, diminuindo os danos à sua camada superficial.

Fonte:manejoflorestal.ong

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