3.1.10

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 11 PARTE 3)

ANÁLISE DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS DO MANEJO

Os custos e benefícios do manejo em cursto prazo
Os custos do manejo florestal (sem considerar tratamentos silviculturais pós-exploratórios) foi, em média, US$ 1,8/m3. Tais custos foram compensados, porém, com o aumento na produtividade da exploração e a redução dos desperdícios de madeira.
Os custos de corte e de abertura de estradas, pátios e ramais de arraste oscilou entre US$ 1,8/m3 (skidder) e US$ 1,9/m3 (trator de esteira), enquanto na exploração convencional estes custos somaram US$ 2,0/m3.

a. Em função das perdas de madeira no corte e arraste convencional apenas 0,75 m3 de madeira é extraído por m3 derrubado. Para contabilizar essa perda de oportunidade de obter receita (custo de oportunidade), os custos e receitas de 1 m3 extraído (manejo) são comparados aos custos e receitas da extração de 0,75 m3 (convencional). Nas notas de rodapé abaixo, a menos que seja observado, o custo da exploração convencional foi calculado por m3 e depois multiplicado por 0,75.
b. O custo do corte da madeira na exploração sem manejo foi estimado em US$ 0,30/m3. Esse custo seria o mesmo para 0,75 m3, dado que 25% da madeira é perdido.
c. No caso da exploração convencional, o custo de abertura de estradas foi US$ 0,23/m3. Esse custo expresso por 0,75 m3 seria 0,17 (US$0,23 x 0,75). Cálculo similar foi feito para a abertura dos pátios.
d. Baseado nos custos estimados.
e. Foram considerados os custos de embarcar toras documentados pelo IMAZON em 11 áreas de exploração.
f. Foi considerado que a floresta fica a 100 km da serraria e que o custo de transporte por km foi US$ 0,15/m3/km, obtido em entrevistas com extratores e madeireiras em Paragominas em 1996.
g. O valor médio de 1 m3 de madeira em pé para uma distância de 100 km foi US$ 5/m3.
h. Considerou-se o custo do manejo (US$ 72,00; Tabela1) dividido pelo volume explorado (40 m 3/ha).
i. Existem outros custos associados com a exploração madeireira. Por exemplo, estradas primárias são abertas e mantidas e um capataz dirige os trabalhos de exploração. Foi assumido que esses custos seriam similares para as áreas com e sem manejo, embora em um esquema de manejo em larga escala tais custos possam ser diferentes.
j. A receita do manejo seria o preço médio por m3 ofertado pelos madeireiros pelas toras postas no pátio da serraria em 1996. A receita da exploração convencional foi obtida multiplicando o preço em m3 multiplicado por 0,75 m3 (US$ 40/m3 x 0,75 m3 = 30).

Desperdício de madeira. O desperdício de madeira causa dois tipos de perdas econômicas. Primeiro, o custo da madeira extraída sem manejo é maior porque um volume menor de madeira de valor comercial seria extraído, enquanto o preço do direito de exploração por hectare permanece o mesmo. Para estimar essa perda considerou-se o valor médio do direito de exploração na região de Paragominas: US$ 195 por hectare. Considerando o volume explorável com manejo em torno de 40 m3/ha, o valor da madeira em pé seria cerca de US$ 5/m3 (US$ 195/40 m3/ha). Dado que na exploração convencional 25% do volume explorável são perdidos, tem-se que apenas 30 m3/ha seriam explorados. Deste modo, o custo médio do direito da exploração da madeira em pé na área convencional foi de fato US$ 6,5/m3 (US$ 195/30). Portanto, a redução de perdas de madeira teria um valor na floresta de US$ 1,5/m3 (US$ 6,5/m3 - US$ 5,0/ m3); esse valor equivale a cerca de 83% do custo do manejo (US$ 1,8 m3).
Segundo, o desperdício de madeira representa a perda de oportunidade de lucro pela venda da madeira para a indústria. Para cada 1 m3 extraído com manejo, somente 0,75 m3 é extraído sem manejo. Assim, o lucro da exploração com manejo foi estimado em US$ 9,7/m3, enquanto o lucro da exploração convencional ficou em apenas US$ 6,2/m3 pela exploração de 0,75 m3. Portanto, o acréscimo de lucro devido ao manejo (US$ 3,5/m3) seria cerca de duas vezes maior do que os custos (US$ 1,8/m3).

A variabilidade dos custos e benefícios

Os custos e benefícios do manejo variam, principalmente, em função do preço da madeira em pé e do volume de madeira comercial na floresta.
O valor médio da madeira em pé varia em função da distância entre a floresta e a indústria madeireira. Em Paragominas, o direito de exploração de uma floresta localizada a 20 km das serrarias valia US$ 300/ha. A exploração dessa floresta de forma manejada produziria uma receita líquida de US$ 20/m3 contra um lucro de US$ 14/m3 na exploração sem manejo. Por outro lado, para uma distância de 130 km, o direito de exploração seria US$ 125/ha, o que resultaria em um lucro da exploração manejada de US$ 12,8/m3 contra US$ 10/ m3 da convencional.
O custo do manejo seria maior para uma floresta com baixo volume de madeira comercial. No caso de uma floresta com 20 m3/ha, esse custo seria de US$ 3,6/m3 (US$ 72 m3 por ha/20 m3 por ha). Considerando o valor do direito de exploração dessa floresta igual a US$ 195/ha e se os custos de exploração por m3 fossem similares ao estimado no estudo em Paragominas, a exploração manejada renderia US$ 8/m3 versus US$ 6/m3 sem manejo.
A conclusão mais importante é que o lucro da exploração manejada é maior do que a exploração convencional em diversas situações.

Os custos e benefícios do manejo no longo prazo

Os benefícios do manejo no longo prazo podem ser estimados através do valor presente da receita líquida da exploração de madeira com e sem manejo para o primeiro e o segundo corte. Para isso, é preciso estimar o volume e o número de anos para um segundo corte. Estudos do IMAZON mostram, através de simulações, a estimativa do ciclo de corte e o volume disponível no segundo corte com manejo e convencional.
O volume de madeira disponível no futuro depende do número de árvores remanescentes após a exploração e da taxa de mortalidade e crescimento dessas árvores. O estoque inicial com manejo seria maior em virtude de uma redução em 30% dos danos às árvores. Foram considerados duas situações quanto ao crescimento das árvores: 0,3 cm/ano (sem aplicação de tratamentos para aumentar o crescimento) e 0,6 cm/ano (com tratamentos). A taxa de mortalidade foi de 2% ao ano pós-exploração para ambas as áreas (manejada e convencional).
Para a simulação econômica, considerou-se que os custos da exploração e os preços da madeira seriam similares aos praticados no presente. Também, foi assumido que a floresta sem manejo só seria explorada no mesmo ano da exploração com manejo.

Volume explorável no segundo corte. No cenário com manejo, seria possível acumular, em 30 anos, um volume de madeira explorável próximo ao obtido no primeiro corte: 40 m3/ha (com tratamentos silviculturais) e 35/m3/ha (sem tratamentos). O volume obtido no cenário sem manejo (também 30 anos), por sua vez, seria apenas 17 m3/ha. O acréscimo de 84% no volume no manejo deve-se à redução de desperdícios e danos, enquanto apenas 16% deve-se aos tratamentos silviculturais.
O valor líquido presente da exploração da colheita de duas safras de madeira com manejo seria 40% maior (em torno de US$ 500/ha) do que o da exploração convencional (US$ 365/ha).

CONCLUSÃO

Os benefícios econômicos do manejo superam os custos. No curto prazo, tais benefícios decorreriam do aumento da produtividade do trabalho e da redução dos desperdícios de madeira. No longo prazo, o efeito dos benefícios do manejo (redução de desperdícios de madeira, maior crescimento das árvores e redução de danos às árvores remanescentes) resultaria em receita líquida maior, assumindo que sem manejo a floresta não seria explorada no curto prazo.

Fonte:manejoflorestal.org

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