24.11.10

Confecção de pufes a partir do reaproveitamento de garrafas PETs


Meio Ambiente

1. RESUMO


O meio ambiente é um tema de crescente importância, sua relevância tem sido percebida por todos. Como já é de conhecimento da sociedade, as garrafas PETs são um grande problema para o meio ambiente, comumente as encontramos jogadas em terrenos abandonados, em lagos, em represas, nos rios e também nas ruas. Tendo em vista isto, o foco principal deste artigo é a conscientização ambiental a partir da reutilização de garrafas PETs para produção de pufes. Além da reutilização, o artigo também abordará o ato de repensar as atitudes no dia a dia, reduzir o consumo de materiais e a prática da reciclagem. Serão analisados os resultados de um projeto implantado em uma escola do município de Limeira – SP. Revelando que ações efetivas, mesmo que pontualmente e localmente, levam a resultados positivos ao meio ambiente e que resultam num mundo mais sustentável.
Palavras-chave: meio ambiente; garrafas PETs; reutilização.


2. INTRODUÇÃO


O projeto desenvolvido, com o título de “Conscientização Ambiental a Partir da Reutilização de Garrafas PETs Para Produção de Pufes”, teve por finalidade orientar a todos os envolvidos na escola, tais como: professores, alunos, comunidade local usuária da escola em eventos, etc, sobre o impacto ambiental das garrafas PETs, orientando-os a Repensar o consumo desses produtos, Reduzir o consumo sempre que possível, Reutilizar esses materiais, e por último Reciclar todo o material das garrafas PET (MORELLI, 2009). Também orientou às partes interessadas dos possíveis danos à saúde, uma vez que elas, se ficarem expostas a céu aberto podem acumular água e se transformar em um ambiente propício a criação do mosquito da dengue, as garrafas PETs também podem entupir bueiros, que causariam alagamento e esta água poluída poderia transmitir leptospirose, entre outras doenças.
A praticidade, muitas vezes relacionada à comodidade leva, às criações tecnológicas que resultam cada vez mais no aparecimento de novos tipos de descartáveis, novos tipos de lixos que cada vez mais entopem os lixões das cidades.
Até pouco tempo atrás carregávamos os cascos de vidro de refrigerantes para nos abastecer. Não faz dez anos que foram abolidos de vez, cedendo lugar aos recipientes descartáveis de PET. O próprio vidro passou a aparecer nas embalagens de cerveja como descartável. O ser humano, assim, está cada vez gerando mais resíduos sólidos, que por sua vez consomem grande quantidade de matéria prima para serem fabricados.
Os descartáveis fazem um grande mal à natureza porque, em geral, demoram em se decomporem ou não se degradam e ainda ocupam lugar nos aterros sanitários, diminuindo as suas vidas e exigindo a busca de outros sítios para novos aterros.
Alguns autores e especialistas na área de meio ambiente citam a teoria dos 3 R’s quando tratam do assunto resíduo (MORELLI, 2009). Onde podemos dizer que o primeiro R significa Reduzir a geração de resíduos, o segundo R significa Reutilizar o resíduo e o terceiro R significa Reciclar o resíduo.
A Natureza agradeceria aos homens, se a ordem de prioridade fosse a citada acima, começando com Reduzir.
Falemos do primeiro R (Reduzir) que é a forma mais interessante para a preservação ambiental ou a preservação dos recursos naturais. No nosso dia-a-dia significa, a grosso modo, “não deixar nada no prato que comemos”, ou preparar uma refeição no exato limite das nossas necessidades e ainda aproveitando as cascas.
Se transportarmos esse raciocínio para uma produção industrial, a coisa começa a pegar, visto que a tecnologia da produção passa a ficar um tanto mais complexa. Todavia, há exemplos já postos em prática, como exemplo, a recirculação total das águas de um processo industrial, que reduz o consumo de água.
No caso das garrafas PETs, deveríamos reduzir o consumo, dando prioridade a embalagens retornáveis, embalagens menores, ou até mesmo, trocando a bebida que utiliza garrafa PET por outras que não utilizam, ex: bebidas naturais, etc.
Falemos do segundo R (Reutilizar), tal forma de tratar os resíduos demanda de muito poder de imaginação, de pouca tecnologia ou de mudança da forma de destinação do resíduo, como exemplo, neste caso, à volta ao uso dos cascos retornáveis. E, no caso da mudança de forma de uso, a reutilização para outra finalidade do resíduo, que pode ser uma embalagem, como exemplo, aquela do filme fotográfico, que poderá servir para guardar comprimidos a granel ou pequenas amostras, ao invés de se jogá-la fora.
No caso das garrafas PETs, podemos ter diversas reutilizações, tais como criação de vasinhos de flores e criação de pufes, este último é o tema do projeto desenvolvido.
Finalmente, o terceiro R (Reciclar), ou seja, aproveitar a matéria prima para fabricar o mesmo ou outro tipo de produto, como exemplos, os pneus, para produzir tapetes de borracha, a matéria orgânica derivada de restos de alimentos, para produzir fertilizantes ou as latinhas de alumínio, para fabricar outras latinhas.
Cabe comentar, no terceiro R, que o esforço da reciclagem exige sempre um consumo extra de energia e outros recursos naturais e o fato de que, pelo material ser reciclável, haver uma indução cada vez mais crescente de incentivar mais e mais sua produção, na certeza falsa de que se está protegendo a natureza, exatamente com a desculpa da reciclabilidade.
Há também atualmente alguns autores e ambientalistas que defendem a inclusão de um quarto R, que é Reparar/ Restaurar, alguns até dizem Repensar. Este quarto R quer dizer arrumar e consertar os objetos, os instrumentos e os aparelhos que estejam estragados ou avariados em vez de os jogarmos no lixo.
No caso do projeto desenvolvido, que trata da conscientização ambiental a partir da reutilização de garrafas PETs para produção de pufes, as garrafas PETs, seriam recicladas parcialmente logo no início, onde as partes cortadas e não reutilizáveis seriam recicladas. Todo o restante que foi reaproveitado, seria reciclado somente quando os pufes fossem danificados e não tiverem mais solução, ou seja, não tivessem mais como serem reutilizados e nem reparados/ restaurados.
A rigor, todo passo que se pretenda dar e que envolva resíduos, principalmente na introdução em nossas vidas de novos descartáveis, deve ser precedido de muita discussão, visto que as conseqüências poderão ser difíceis de controlar.
O objetivo geral do projeto foi levar os alunos e demais partes interessadas e impactadas pelas garrafas PETs, a refletirem sobre os problemas ambientais que sofremos, estimulando-os a adotarem ações no intuito de melhorar o seu próprio estilo de vida. Este artigo vem para direcionar ações interessantes, benéficas, criativas na vida dessas pessoas. Ajudando-as a compreender os 4 R’s e minimizar o impacto ambiental das garrafas PETs.
Os objetivos específicos durante a implantação do projeto foram:
Elaborar material para ser utilizado nas orientações e treinamentos sobre os 4 R’s, este material deverá ter figuras e desenhos para fácil assimilação de todas as faixas etárias e assim facilitar o aprendizado sobre a atividade a ser desenvolvida;
Apresentar conceitos sobre saúde, segurança e meio ambiente, de forma a relacionar esses conceitos com os 4 R’s e o projeto de elaboração dos pufes a partir de garrafas PETs;
Fazer com que todos os envolvidos, criem o hábito de guardarem as garrafas PETs utilizadas em suas casas e no trabalho e as tragam à escola para serem utilizadas no projeto dos pufes;
Fazer com que todos os professores, alunos, comunidade local usuária da escola em eventos, etc, apliquem os conhecimentos adquiridos no ambiente escolar, em casa, na comunidade, na vida e demais ambientes do dia a dia;
Colocar os pufes à venda e a baixo custo nas escolas e para a comunidade local de baixa renda.
Como justificativa para o projeto, podemos falar na redução na geração de resíduos sólidos, praticidade quanto ao treinamento, geração de renda, conscientização ambiental e otimização de recursos.


3. REFERENCIAL TEÓRICO


Conforme material disponibilizado na área restrita do aluno no site da FAAL, da disciplina de Sistema Integrado De Gestão Ambiental, (SILVA, 2010), há a carta empresarial para o desenvolvimento sustentável que registra 16 princípios de gestão que implicam compromissos a serem assumidos pelas empresas no estabelecimento de um sistema de gestão ambiental. Neste projeto podemos ressaltar alguns pontos desta carta aplicáveis ao reaproveitamento de garrafas PETs que são:
Reconhecer a gestão do meio ambiente como uma das principais prioridades, no projeto podemos traduzir como priorizar os 3 R’s ou 4 R’s como já defendem alguns autores atuais, a inclusão do quarto R;
Ter uma gestão integrada, ou seja, integrar plenamente, programas e procedimentos, como elemento essencial de gestão, em todos os seus domínios. Neste projeto entenda como ter procedimentos no ensino, procedimentos na confecção dos pufes, etc;
Aperfeiçoar continuamente o projeto e o desempenho ambiental, levando em conta os desenvolvimentos técnicos, o conhecimento, os requisitos dos consumidores e as expectativas da comunidade, tendo como ponto de partida a regulamentação em vigor. No projeto de confecção dos pufes, podemos dizer que devemos cada vez mais desperdiçar menos e produzir mais, observar erros cometidos para evitar reincidências, isto é a melhoria contínua;
Formar, treinar e motivar o pessoal para desempenhar suas atividades de maneira responsável, face ao ambiente. No desenvolvimento deste projeto temos que fazer com que as pessoas tenham prazer em ver o produto final (Pufes). É preciso ter as pessoas muito bem treinadas e alinhadas e com um mesmo objetivo final;
Avaliar os impactos ambientais antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes de desativar uma instalação ou abandonar um local. Neste projeto, podemos dizer que os impactos ambientais negativos são mínimos, pois passará a utilizar resíduos de forma mais inteligente e com muito pouca infra-estrutura necessária;
Desenvolver e fornecer produtos ou serviços que não produzam impacto indevido sobre o ambiente e sejam seguros em sua utilização prevista, que apresentam o melhor rendimento em termos de consumo de energia e de recursos naturais, que possam ser reciclados, reutilizados ou cuja disposição (deposição) final não seja perigosa. Conforme dito anteriormente, este item seria a prática dos R’s como um todo e em acordo normas ambientais vigentes e relacionadas ao projeto;
Aconselhar é, em casos relevantes, propiciar a necessária informação aos consumidores, aos distribuidores e ao público, quanto aos aspectos de segurança a considerar na utilização, transporte, armazenagem e disposição (eliminação) dos produtos fornecidos; e aplicar considerações análogas à prestação de serviços. Neste projeto, é importante aconselhar o descarte correto dos materiais utilizados nas confecções dos pufes quando estes forem inutilizáveis, aconselhando sempre em separar seus componentes para melhor reaproveitamento;
Desenvolver, projetar e operar instalações, tendo em conta a eficiência no consumo da eficiente energia e dos materiais, a utilização sustentável dos recursos renováveis, a minimização de impactos ambientais adversos e da produção de rejeitos (resíduos) e o tratamento ou disposição (deposição) final destes resíduos de forma segura e responsável. Neste projeto tudo que não for utilizável nos pufes serão avaliados para melhor destino final, observando-se sempre os R’s, este projeto não emprega quase nada naquilo que diz respeito ao uso de energia elétrica e consumo de água;
Realizar ou patrocinar investigações (pesquisas) sobre os impactos ambientais das matérias-primas, dos produtos, dos processos, das emissões e dos resíduos associados às atividades da empresa, e sobre os meios de minimizar tais impactos adversos. No projeto, aplica-se em avaliação das garrafas PETs para analisar se estão contaminadas por algum resíduo perigoso;
Adequar à fabricação, a comercialização, a utilização de produtos ou serviços, ou a condução de atividades, em harmonia com os conhecimentos científicos e técnicos, para evitar a degradação grave ou irreversível do ambiente.
Promover a adoção destes princípios de todos os envolvidos, encorajando e exigindo a melhoria de seus procedimentos;
Desenvolver e manter, nos casos em que exista risco significativo, planos de ação para situações de emergência, em coordenação com os serviços especializados, as principais autoridades e a comunidade local, tendo em conta os possíveis impactos. Nas confecções dos pufes é necessário avaliar os riscos de incêndio, avaliar possíveis contaminações por produtos dentro das garrafas e ter um procedimento operacional de emergência, como lista de telefone de bombeiros, SAMU, etc;
Contribuir para a transferência de tecnologia e métodos de gestão que respeitem o ambiente. Sempre repassar as melhores técnicas aos interessados na confecção dos pufes;
Contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, de programas empresariais governamentais e intergovernamentais, e de iniciativas educacionais que valorizem a consciência e a proteção ambiental. Neste item, a confecção dos pufes irá gerar renda as pessoas mais necessitadas;
Promover a abertura ao diálogo com o pessoal, em antecipação e na resposta às respectivas preocupações quanto aos riscos e impactos potenciais das atividades, produtos, rejeitos (resíduos) e serviços, incluindo aqueles de significado transfronteiriço ou global. Neste projeto, será avaliada toda reclamação possível que possa ocorrer, para tentar minimizá-la antes mesmo que ocorram;
Aferir o desempenho das ações sobre o ambiente, proceder regularmente a auditorias ambientais e avaliar o cumprimento das exigências internas, dos requisitos legais e destes princípios; e periodicamente fornecer as informações pertinentes a todos os envolvidos no projeto de confecção dos pufes.
No material disponibilizado na área restrita do aluno no site da faal, agora da disciplina de Poluição Dos Ecossistemas, do Professor Dr. André Gustavo Mazzini Bufon (Bufon, 2010), podemos relacionar de diversos assuntos ao projeto de confecção dos pufes, conforme abaixo:
Implicações ecológicas da poluição – neste item as implicações deverão ser mínimas, pois todo o material a ser utilizado deverá ser originado a partir de objetos que seriam descartados em aterros ou reciclados, com a confecção dos pufes serão reutilizados. Pouco material será reciclado e muito reutilizado. Não haverá consumo de água e energia elétrica;
Efeitos tóxicos de poluentes – na confecção dos pufes não serão utilizados produtos tóxicos ou agressivos ao meio ambiente. Não deverão ocorrer efeitos tóxicos produzidos por substâncias químicas sobre os organismos vivos. Efeito tóxico não aplicável ao projeto.
Poluição do ar – não deverá ocorrer nenhuma emissão atmosférica nas confecções dos pufes;
Tecnologias para controle da poluição do ar – não serão necessárias, pois não ocorrerão emissões atmosféricas;
Poluição do solo – serão minimizados através da prática dos 3R’s;
Poluição nuclear – não aplicável ao projeto de confecção de pufes.
No desenvolvimento e implantação deste projeto não deverão ocorrer:
Situações que prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar dos envolvidos;
Condições adversas às atividades sócio-econômicas das partes interessadas;
Atividades que afetem desfavoravelmente a biota e as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
Lançamentos de matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
Emissão de poeira, cinzas, gases, contaminação por microorganismos e emissão de odores, assim como liberação de elementos, radiações, vibrações, ruídos e substâncias no ambiente, de forma que prejudique os ecossistemas biológicos ou os seres humanos;
Radiação química, radioativa, solar, sonora, vibratória ou visual.
No ponto de vista financeiro, este projeto deverá apresentar baixíssimos custos, pois quase todos os materiais necessários para a confecção dos pufes serão provenientes de doação e de reaproveitamento de materiais que seriam descartados como lixo nos aterros ou que seriam apenas reciclados, todo o orçamento que envolver despesas ou custos serão apresentados, segundo o manual de administração jurídica, contábil e financeira para organizações não governamentais (2003, 153):
Segundo o manual acima citado: “Despesas, são todos os gastos da natureza passageira que podem ser repetitivos ou não. Exemplo: aluguel, serviços de terceiros, etc.”
Conforme o mesmo manual, “Orçamento, é o instrumento de planejamento mais eficaz de uma organização. Ele lhe permite prever as situações de controle financeiro que poderão ocorrer durante determinado período, findo o qual deverá ser feita uma análise das receitas e despesas efetivamente ocorridas para avaliar a eficiência administrativa no manuseio dos recursos financeiros”.
Fontes de referência:
http://projetoeducacionaldesustentabilidadeambiental.pbworks.com/f/recicle+tudo.pdf, acessado em 18 de março de 2010;
http://www.webartigos.com/articles/26125/1/PRATICANDO-A-GESTAO-AMBIENTAL-PROPOSTA-PARA-IMPLANTACAO-DA-COLETA-SELETIVA-DO-LIXO-EM-INSTITUICOES-DE-ENSINO-SUPERIOR/pagina1.html, acessado em 18 de março de 2010;
http://cartanaescola.com.br/edicoes/22/o-desafio-dos-quatro-rs/, acessado em 18 de março de 2010;
http://kids.sapo.pt/descobrir/ambiente/artigo/os_4_rs, acessado em 18 de março de 2010;
http://cartanaescola.com.br/edicoes/22/o-desafio-dos-quatro-rs/, acessado em 18 de março de 2010;
http://www.colsantoantonio.com.br/santoantonio/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=26, acessado em 18 de março de 2010;
Livro: Resíduos Sólidos: Problema ou Oportunidade? (Morelli, 2010).


4. METODOLOGIA UTILIZADA


O objeto de estudo do projeto foi a escola EMEIEF Professora Cassiana Maria Soares Lenci, onde foi realizada pesquisa tipo aplicada e os sujeitos da pesquisa foram professores, alunos, comunidade local usuária da escola em eventos e demais partes interessadas. O universo ou população foram todos os freqüentadores da escola nos finais de semana (esta quantidade varia de acordo com as atividades da escola), algo em torno de 65 freqüentadores por final de semana (sábado e domingo, das 09h00 às 16h00) e o plano amostral da pesquisa foi de 50% da população. As técnicas de coleta de dados foram observação do local (infra-estrutura) e fatores culturais dos freqüentadores em relação a questões relacionadas ao meio ambiente
A implementação deste projeto foi realizada em diversas etapas, as quais foram realizadas gradualmente, afim de que os objetivos fossem alcançados em sua plenitude, este processo gradual proporcionou maior facilidade de aceitação por parte de todos os envolvidos, inclusive daqueles mais resistentes a mudanças comportamentais. O número de etapas, assim como as seqüências de prioridades foram estabelecidos conforme necessidade e interesse do gestor ambiental orientador e implementador deste projeto.
Todos os envolvidos foram primeiramente observados pelo gestor ambiental e aqueles que demonstraram conhecimento e prática de assuntos relacionados ao meio ambiente juntamente com característica de líder, foram chamados para serem os “supervisores” do projeto e ajudarem na motivação de todos para a realização do projeto e principalmente na arrecadação dos materiais necessários para a confecção dos pufes. Todo o processo de observação foi realizado de forma aberta e sem nenhum tipo de sigilo e aberta para possíveis sugestões. Todas as observações e sugestões foram devidamente analisadas, e em casos de notoriedade de sua relevância aos objetivos deste projeto foram utilizadas. Algumas das etapas inicialmente sugeridas do projeto foram:
Elaboração do material educativo e dos folhetos de divulgação do projeto;
Divulgação da data de início do projeto através de folhetos a serem distribuídos na escola, de forma a atrair o maior número de pessoas;
Início da arrecadação de garrafas PETs, fitas adesivas, tecidos, necessários à confecção dos pufes, que foram realizados pelos interessados em participar do projeto e também pelo gestor ambiental;
Até 10 dias antes do início projeto, obteve-se todo o material necessário para a elaboração dos primeiros pufes;
Na data de inauguração do projeto, distribuiu-se todo o material educativo; foram explicados os conceitos dos “4 R’s”, enfatizando os benefícios ao meio ambiente e à saúde e higiene humana, e finalmente começou a explicar o projeto de elaboração de pufes a partir da reutilização de garrafas PETs, relacionando os benefícios do projeto ao meio ambiente e também na geração de renda para a escola ou até mesmo famílias;
Observou-se os potenciais “supervisores” que auxiliaram o gestor ambiental no desenvolvimento do projeto e convidou-os a participarem;
E finalmente, após o término da implantação do projeto, teve o acompanhamento para que o projeto desenvolvido e implantado, não paresse na escola.
Tabela 1: Procedimento para a elaboração dos pufes

Fonte: Setor Reciclagem, 2009
Disponível em:
http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=837
Foto 1. Procure a marca superior da garrafa pet, ao longo de seu contorno, e corte neste local.
Foto 2. Encaixe a tampa da garrafa PET cortada no fundo, de cabeça para baixo, sem a tampa.
Foto 3. A segunda garrafa vai tampada, também de cabeça para baixo. Esse procedimento confere resistência a peça. Assim o pufe fica bem resistente ao peso.
Fotos 4 e 5. Com todas as peças de resistência prontas, reúna pares de garrafas e passe a fita adesiva (aquelas grandes) nas duas extremidades até ficar bem firme (cerca de duas voltas de fita).
Foto 6. Depois de reunir os pares, faça o mesmo com quatro garrafas. Passe a fita adesiva até firmar todo o grupo. Você vai precisar de quatro grupos de quatro peças de resistência. Se quiser, pode construir o pufe com 3X3 peças de resistência.
Foto 7. Agora, você fará o mesmo, mas reunindo os blocos de quatro garrafas em um único bloco, fazendo o formato quadrado do pufe (4X4 peças de resistência).
Foto 8. Corte espuma e papelão no tamanho do pufe. Forre a parte de cima com a espuma e cole o papelão. Costure o curvim ou tecido nas mesmas medidas do pufe e encape.
Foto 9. Pufe finalizado.
Observações:
Melhor que o curvim é "reciclar" um jeans velho. Basta desmanchar a calça e juntar costurando, fazendo a "roupa" do puff. Seja criativo e use essa técnica para fazer sofás, cadeiras e até camas.
Pufes redondos podem ser montados com 7 peças de resistência, uma no centro e seis em volta, como uma flor. Não há regras, vá formando as peças de acordo com o formato que você desejar.







Tabela 2: Fotos práticas tiradas dos alunos, freqüentadores e instrutor do projeto na escola EMEIEF Professora Cassiana Maria Soares Lenci, localizada à Rua Victor Balloni, 85 – CEP 13.481-353, na cidade de Limeira / SP.

Fonte: Valdir de Oliveira Dias, 2010
Foto 1. Instrutor do projeto ensinando a cortar as garrafas.
Fotos 2 e 3. Instrutor do projeto ensinando a juntar as garrafas.
Foto 4. Instrutor ensinando a fixar o papelão que servirá como parte do assento.
Foto 5. Instrutor exibindo pufe pronto para ser revestido com tecido ou qualquer outro material desejado.
Foto 6. As garrafas que antes eram recicladas pela escola, agora são reutilizadas.


5. RESULTADO, ANÁLISES E DISCUSSÕES


O projeto foi desenvolvido para dar um destino melhor para alguns tipos de resíduos, especialmente as garrafas PETs.
A princípio e mesmo tendo-se idéia do presente projeto, foi passada apenas a informação da intenção do projeto aos alunos, funcionários e demais usuários da escola, de que o projeto visava a minimização do impacto ambiental dos resíduos, e foi solicitado idéias criativas ao projeto, o que não ocorreu. Com isso foi proposto a todos, o projeto de reutilização de garrafas PETs para confecção de pufes e com possível geração de renda aos confeccionadores ou pessoas carentes, esta idéia foi, de uma forma geral, muito bem aceita.
Uma vez definido o tema do projeto, foi solicitado aos alunos, funcionários e demais usuários da escola para que trouxessem garrafas PETs e as arrecadassem também com seus vizinhos e conhecidos, afinal quanto maior a arrecadação de garrafas PETs, menor seria o impacto ambiental delas no meio ambiente e por outro lado, maior seria a abrangência do projeto.
Enquanto as garrafas eram arrecadadas ao longo dos dias, todas as partes interessadas foram informadas sobre o alto impacto ambiental dos resíduos, foram dados exemplos do dia a dia e reforçado a importância de avaliarmos as embalagens dos produtos que compramos, quanto menos e menores as embalagens melhor para o meio ambiente, além de sempre dar preferência a embalagens reutilizáveis e recicláveis. Também foi abordado os 4 R’s do meio ambiente e sua relevância em nosso dia a dia. Todas as partes interessadas tiveram informações básicas sobre o meio ambiente, afinal o projeto tem como objetivo também educar ambientalmente as pessoas, além de dar um destino melhor aos resíduos.
A importância do projeto possui duas frentes, a primeira é relacionada a conscientização e a educação ambiental de todos os envolvidos e a segunda é no reaproveitamento daquilo que seria descartado como lixo. A repercussão do projeto foi positiva e muito aceito por todos os envolvidos, os quais notaram o benefício da reutilização de materiais no dia a dia. Com relação a abrangência, foi maior que o esperado inicialmente, pois o projeto foi divulgado pelas pessoas envolvidas em outros locais fora da escola, além disso, muitas garrafas foram coletadas em todo o bairro.
Seguem a seguir os orçamentos na tabela 3, como se pode notar, serão quase todos nulos devido à origem dos materiais.
Tabela 3: Custo por pufe
Orçamento conforme pufe do item 4 deste projeto
Material Utilização Valor
Garrafas PETs Confecção do pufe (estrutura) R$ 00,00
Papelão ou madeira de demolição Confecção do pufe (assento) R$ 00,00
Restos de espumas (item opcional) Confecção do pufe (assento) R$ 00,00
Courino Confecção do pufe (capa) R$ 40,00
Tecido reaproveitado de roupas, especialmente o jeans Confecção do pufe (capa) R$ 00,00
Fita adesiva Confecção do pufe (fixação das garrafas) R$ 6,00
Gastos com infra-estrutura, luz e água Confecção do pufe (fornecido pela escola mencionada neste projeto – itens quase sem utilização, pois na confecção dos pufes não gasta-se energia ou água e a estrutura pode ser em qualquer local, até mesmo residencial) R$ 00,00
Mão-de-obra Confecção do pufe (deverá ter mão-de-obra voluntária) R$00,00
Investimento Total R$ 46,00
Fonte: Tabela de custos elaborada por Valdir de Oliveira Dias, 2010
Após analise de todo o projeto, o qual teve participação de mais de 100 pessoas, podemos dizer que só coletivamente poderemos alcançar os objetivos para garantirmos uma aprendizagem sólida, critica e comprometida com a construção de um mundo sustentável.


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Os objetivos deste projeto de uma forma geral foram alcançados, pois o público alvo foi conscientizado sobre questões ambientais, foram motivados a refletirem sobre os resíduos gerados no dia a dia e, principalmente, foram instruídos a dar um destino melhor ao lixo gerado. Tiveram também, a oportunidade de ver que podem ter fontes de renda alternativas e ficaram motivadas a repassarem os ensinamentos adquiridos, ou seja, o projeto terá uma abrangência maior que a esperada inicialmente.
O projeto não apresentou limitações, pois além de ser algo simples de ser realizado, não exige infra-estrutura, o custo de implantação é nulo e os custos dos materiais muito baratos, e ainda é possível gerar lucro/ renda aos confeccionadores ou pessoas carentes.
A maior dificuldade foi fazer com que as pessoas se sentissem motivadas a desenvolver o projeto, a princípio a idéia do projeto foi bem aceita, porém, as arrecadações de garrafas PETs foi muito lenta na primeira semana. Algumas pessoas também reclamaram que era complicado o transporte dessas garrafas até a escola e que era mais fácil jogá-las no lixo, porém conforme as garrafas foram acumulando, houve um aumento motivacional e o projeto fluiu de forma a contento.
A partir dessas considerações entende-se a importância da mudança de atitudes em nossas vidas, as quais podem contribuir para um mundo melhor e quanto mais gente pensar e agir desta forma, mais fácil será em atingir os objetivos.


7. AVALIAÇÕES


O projeto desenvolvido foi de extrema importância naquilo que se refere a educação ambiental dos envolvidos.
A escola, que fica aberta nos finais de semana para a prática de atividades, como: aulas de informática, atividades físicas, aulas de pintura, entre outras atividades, teve este projeto como algo diferente, pois educou de forma lúdica as crianças e demais envolvidos sobre a importância da preservação do meio ambiente através de atitudes simples no dia a dia.
Através deste projeto concluiu-se que podemos sempre dar um destino melhor para aquilo que seria descartado como lixo, ou seja, notou-se que melhor que reciclar é reduzir e reaproveitar.
Este projeto pode e deve ser divulgado para outras instituições de ensino e ONGs relacionadas ao tema por ser de grande relevância ambiental.


8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


APRENDENDO A REUTILIZAR O LIXO. Disponível em: http://projetoeducacionaldesustentabilidadeambiental.pbworks.com/f/recicle+tudo.pdf. Acesso em: 18 de mar. 2010;
PRATICANDO A GESTÃO AMBIENTAL: PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA DO LIXO EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/26125/1/PRATICANDO-A-GESTAO-AMBIENTAL-PROPOSTA-PARA-IMPLANTACAO-DA-COLETA-SELETIVA-DO-LIXO-EM-INSTITUICOES-DE-ENSINO-SUPERIOR/pagina1.html. Acesso em: 18 de mar. 2010;
O DESAFIO DOS QUATRO "RS". Disponível em: http://cartanaescola.com.br/edicoes/22/o-desafio-dos-quatro-rs/. Acesso em: 18 de mar. 2010;
OS 4 R´S. Disponível em: http://kids.sapo.pt/descobrir/ambiente/artigo/os_4_rs. Acesso em: 18 de mar. 2010;
OS 4 “RS” NORTEADORES DA RECICLAGEM. Disponível em: http://www.colsantoantonio.com.br/santoantonio/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=26. Acesso em: 18 de mar. 2010;
Resíduos Sólidos: Problema ou Oportunidade?: (Morelli, 2010).


por Valdir de Oliveira Dias

Fonte: http://www.webartigos.com

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