18.4.11

Borracha atinge valor recorde


Crescimento do segmento automobilístico pressiona cotação.


Os preços da borracha atingiram alta recorde no mercado interno, onde seguem cotados a R$ 9,71 por quilo do granulado escuro, que é o principal produto do Brasil, usado na indústria de pneus. Os preços se situam em patamares 53% superiores aos registrados em igual período do ano passado.
A alta das cotações é explicada por uma série de fatores. Entre eles, destacam-se a redução da produção de látex na Tailândia, Indonésia e Malásia, devido ao aumento na taxa de renovação nos seringais destes países. "Além disso, ocrescimento industrial da China tem sido muito forte, o que aumentou a demanda mundial pelo produto", avalia Heiko Rossmann, diretor-secretário da Apabor -- Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha. 

De acordo com Rossmann, o aquecimento do mercado automobilístico brasileiro, o quarto maior do mundo, também ajudou a elevar as cotações, que começaram a subir no final do ano passado. "A tendência é de que os preços se mantenham em altos patamares durante este ano", estima o diretor. Isso porque as chuvas registradas na Tailândia -- maior produtor e exportador mundial -- desde o início do ano já estão afetando a oferta mundial. 

No Brasil o reflexo da alta das cotações pode ser verificado no campo. “Os produtores estão buscando expandir a área de cultivo", diz Rossmann. Os investimentos visam ampliar a produção nacional de borracha, que é menor que a demanda. Em 2010 o Brasil produziu 130 mil toneladas e consumiu 385 mil toneladas do produto. Parte da demanda nacional é suprida com compras na Tailândia e Malásia que custaram ao país US$ 790 milhões em 2010. 

Ainda assim, de acordo com cálculos do executivo, para fazer frente à demanda interna, estimada em 627 mil toneladas em 2020 seria necessário cultivar 250 mil hectares de seringueira neste ano. "Os investimentos necessários para implantar essa área seriam da ordem de R$ 2 bilhões, mesmo valor que deve gasto nas compras externas em 2020, caso o cultivo não cresça no país", diz o executivo que defende uma maior aceleração na expansão do plantio.
Hoje o Brasil tem 150 mil hectares cultivados com seringueiras, 57% da produção está concentrada em São Paulo, que conta com 4.300 produtores. Implantar a área de 250 mil hectares significa gerar 40 mil empregos no campo e criar uma demanda de 7 mil sangradores, pessoal que poderia ser absorvido do segmento sucroalcooleiro, que por conta da mecanização da colheita está dispensando pessoal.


Fonte: Globo Rural/ Luciana Franco


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