20.4.11

Perigos da agricultura convencional

Escrito por Tatiana Regina Sandy Reis


É sabido que a produção convencional de alimentos é responsável pela contaminação de lençóis freáticos, rios e oceanos, diminui a fertilidade do solo, aumenta a dependência de energia petroquímica, que é não-renovável, e também leva a um círculo vicioso de dependência química de insumos e produtos tóxicos. Um grande perigo de alguns produtos é que eles se acumulam, desenvolvendo tumores que crescem lentamente, não sendo possível a imediata relação com os agentes causadores.

O glifosato, N-(fosfonometil) glicina, princípio ativo do round up®, ofertado sob diversas marcas, é o produto que mais causa intoxicações no Brasil, apesar de ser classificado como faixa verde. Mesmo tendo o marketing de que se trata de um produto seguro, estudos de laboratórios têm encontrado efeitos indesejáveis em praticamente todas as categorias de testes.

Estes efeitos incluem irritação de pele e olhos, dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, desmaios, lesões em glândulas salivares, inflamações gástricas, danos genéticos em células sanguíneas, transtornos reprodutivos, carcinogênese, palpitação cardíaca, alterações na pressão arterial, edema pulmonar, alergias, dor abdominal, perda de líquido gastrointestinal, destruição de glóbulos vermelhos no sangue e danos no sistema renal.

A combinação do glifosato com nitratos no solo ou em combinação com a saliva, origina o N-nitroso glifosato, cuja composição também é potencialmente cancerígena e para a qual não há um nível de exposição seguro. O efeito do deste agente químico no organismo humano, segundo o Centro de Controle de Intoxicação da Unicamp, é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do tempo de contato com o produto.

O consumo de glifosato afeta não somente os agricultores, mas toda população, uma vez que a sua presença no meio ambiente, na água (mesmo subterrânea, fato que levou a Dinamarca a tomar medidas severas quanto à restrição ao seu uso) e nos alimentos aumenta seus efeitos. Além de tudo isso, os dessecantes, de maneira geral, causam um engrossamento das raízes das plantas não visadas pelo produto, dificultando a absorção de nutrientes do solo (PRIMAVESI, 2006).

Os produtos organoclorados, como o endossulfan, são derivados do petróleo e têm tido seu emprego progressivamente restringido ou mesmo proibido, por serem de lenta degradação, acumulando-se no meio ambiente e em seres vivos, podendo persistir por até 30 anos no solo, contaminando o ser humano através dos alimentos que ingere ou diretamente. Eles atuam sobre o sistema nervoso central, resultando em alterações do comportamento, distúrbios sensoriais, do equilíbrio, da atividade da musculatura involuntária e depressão dos centros vitais, particularmente da respiração.

O aldicarbe é um dos ingredientes ativos mais tóxicos encontrados entre os defensivos agrícolas no mercado. Este inseticida é absorvido pelo organismo pelas vias oral, respiratória e cutânea e é responsável pela morte de muitas de pessoas.

O princípio ativo carbofurano é encontrado mesmo em água subterrânea e traz riscos à saúde de animais selvagens, animais domésticos e à saúde humana. É proibido na Alemanha e teve sua licença encerrada em 2006 nos Estados Unidos, devido à intervenção de órgão ambiental.

Além dos efeitos nocivos causados pelos produtos discriminados, os fertilizantes químicos utilizados na agricultura convencional agravam os efeitos do aquecimento global, pois liberam óxido nitroso, que é 310 vezes mais eficaz que o dióxido de carbono para aquecer o planeta. Além disso, provocam a eutrofização das águas, tornando-a imprópria para consumo.

Fonte: Apostila do Curso de Ecologia Profunda – Associação Ipê e Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Agricultura Orgânica/Biodinâmica.

Fonte:oartigo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

2leep.com

análise de SEO gratuito para blogs