31.7.10

O Alcance da Legislação Ambiental e Territorial

Qual a disponibilidade de terras para ampliar a produção de alimentos e energia, para a reforma agrária, para o crescimento das cidades e a instalação de obras de infra-estrutura no Brasil? Para o cidadão comum, o país tem muita área disponível. Na realidade, não. Segundo pesquisa realizada pela Embrapa Monitoramento por Satélite, a rigor, em termos legais, menos de 30% do país seriam passíveis de ocupação econômica urbana, industrial e agrícola, sem maiores restrições legais. Talvez menos. Nos últimos 15 anos, um número significativo de áreas foram destinadas à proteção ambiental e ao uso territorial exclusivo de populações minoritárias. Parte dessas iniciativas legais foi feita sem o conhecimento de seu real alcance territorial. Esta pesquisa avaliou, pela primeira vez, o alcance territorial dessa legislação em todo o país. Trata-se de uma realidade dinâmica e para isso foi estruturado um sistema de gestão territorial com base em dados de satélite, cartografia digital e banco de dados numéricos, passível de atualizações. Os primeiros resultados numéricos e cartográficos obtidos são apresentados nesse site, assim como alguns cenários de alcance territorial dos complexos dispositivos definindo as Áreas de Preservação Permanente. O sistema de gestão territorial estruturado para atingir os objetivos desse trabalho é resultado de um processo de pesquisa que prossegue continuamente, com o detalhamento de limites definidos por novas leis ou pela criação de novas unidades de conservação ou sua alteração. Vários aspectos desse trabalho estão sendo aperfeiçoados e novas informações estão sendo obtidas mas os primeiros resultados obtidos representam um subsídio inédito para os formuladores de políticas públicas a nível federal, estadual e municipal. Finalmente, os resultados desse trabalho apontam para uma distância crescente entre legitimidade e legalidade no uso e ocupação atual das terras. Mas além disso, para o futuro, existem novas e enormes demandas territoriais por parte dos ambientalistas, indigenistas, comunidades quilombolas, processos de assentamento e reforma agrária, além das necessárias à expansão da área agrícola, urbana e energético-mineradora. Trata-se de um desafio de ordenamento e planejamento territorial ao qual esta pesquisa busca contribuir através deste sistema que cartografa, calcula e estima a abrangência geográfica dos diversos dispositivos legais com alcance territorial em cada bioma e estado do Brasil. Fonte: http://www.alcance.cnpm.embrapa.br/

28.7.10

Brasil Fica em 2º Lugar em Ranking de Consumo Verde

Norte-americanos se mantém como um dos povos com os hábitos menos sustentáveis do planeta nos últimos três anos. Canadá, França e Inglaterra também estão entre os últimos. O Brasil ficou em 2º lugar – atrás apenas da Índia – em um ranking de consumo verde divulgado pela National Geographic Society. O levantamento foi feito com base em entrevistas e mediu o comportamento e o estilo de vida de 17 mil pessoas em 17 países. De acordo com a entidade, os norte-americanos se mantém como um dos povos com os hábitos menos sustentáveis do planeta nos últimos três anos, quando o levantamento começou a ser feito. Canadá, França e Inglaterra também estão entre os últimos no ranking. “Consumidores em economias emergentes continuam a se posicionar no topo do ranking, enquanto os seis últimos são consumidores de países industrializados”, destaca o documento. Além de Índia e Brasil, o levantamento listou nas primeiras colocações a China e o México. O melhor desempenho brasileiro foi registrado no quesito moradia, que avalia o impacto ambiental de residências por conta da baixa utilização de aparelhos de ar condicionado ou de aquecimento. Outro destaque trata do alto consumo de biocombustíveis no país. Fonte: D24am

27.7.10

Incidência Das Florestas Tropicais Na Paz e No Desenvolvimento

As florestas das regiões tropicais têm um papel cada vez maior no mundo, não apenas por fornecer recursos renováveis, como também por oferecer a oportunidade de colaboração entre países, acima das fronteiras políticas. Esta é uma das premissas sobre as quais foi realizada a conferência internacional sobre conservação da biodiversidade nas florestas tropicais transfronteiriças, que reuniu na semana passada, em Quito, cem delegados de 30 países e de meia dezena de organismos. “A confluência das características ecológicas e econômicas das florestas tropicais proporcionam oportunidades de ganhar-ganhar”, disse à IPS o paquistanês Saleem H. Ali, professor de Planejamento Ambiental da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos. “Devemos desterrar a ideia de que se trata de um jogo de resultado zero, devido ao valor de uso da terra, onde se um ganha outro tem de perder”, afirmou. “O que estamos aprendendo é que inclusive partes em conflito em áreas fronteiriças podem encontrar mecanismos de cooperação”, acrescentou. Esta cooperação com frequência é iniciada pelas populações locais, que exercem pressão sobre seus governos para que encontrem mecanismos de colaboração na proteção da biodiversidade, e apóiem o uso racional dos recursos madeireiros e, em geral, dos bens e serviços ambientais destas florestas. Por bens e serviços ambientais entende-se as funções das florestas como captadoras de umidade e carbono, agente de melhoria do clima e custódia da biodiversidade, isto é, os parentes silvestres da comida que os seres humanos consomem. O biólogo Roberto Ulloa, disse à IPS que a visão da América Latina e do Caribe na conservação da biodiversidade é o resultado de uma evolução no pensamento científico assumido há vários anos. “Primeiro foi o enfoque sobre as áreas protegidas, depois vimos que o problema estava um pouco mais além e começamos a apontar zonas de amortização, mais tarde nos demos conta de que se devia pensar em paisagens maiores e complexas e falamos de corredores biológicos”, disse Roberto, coordenador de Políticas Ambientais da Conservação Internacional no Equador, uma das organizações não governamentais que organizaram o evento. “Atualmente, falamos da conservação da biodiversidade em florestas transfronteiriças porque as espécies, de flora ou fauna, não reconhecem fronteiras, assim como as ações que atentam contra elas, como a exploração ilegal de madeira ou o tráfico de animais” completou. “O objetivo desta conferência foi analisar o estado atual da biodiversidade nas áreas de conservação transfronteiriças tropicais (ACTT) e os caminhos futuros possíveis para sua conservação, manejo e financiamento”, informou à IPS, por sua vez, o brasileiro Eduardo Mansur, diretor de Reflorestamento e Ordenamento Florestal da Organização Internacional da Madeira Tropical (ITTO). A conferência, na qual foram apresentados casos de ACTT na Ásia, África e América Latina, com sucessos e fracassos, as dificuldades encontradas e as lições aprendidas, permitiu “que os atores interessados estudassem as repercussões e os impactos sociais, econômicos e políticos dos projetos”, acrescentou Eduardo. O próprio diretor mundial da ITTO, o camaronês Emmanuel Ze Meka, explicou à IPS que, além da análise, a conferência buscou determinar as melhores estratégias para o manejo eficaz das áreas transfronteiriças na conservação de sua biodiversidade, mitigação da mudança climática e “aprimoramento dos meios de sustento locais, bem como uma melhor observância das leis e da governabilidade do setor florestal”. Vários dos expositores dos casos enfatizaram a necessidade de contar, além da vontade política das autoridades nacionais, regionais e locais, com o compromisso das populações que vivem nestas áreas protegidas. Os projetos de conservação “devem emergir das necessidades reais para combater os problemas de magnitude binacional e não das oportunidades de financiamento”, já que no caso do segundo, os projetos “morrem quando o dinheiro acaba”, citou, como exemplo, a bióloga Blady Bohórquez, do Ministério do Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial da Colômbia. De fato, devem ser identificadas alternativas produtivas não degradantes que tornem factível economicamente o uso dos recursos renováveis pelas populações nativas destas áreas, destacou Ángel Onofa, do Ministério do Meio Ambiente do Equador, ao apresentar o caso da conservação da biodiversidade no plano trinacional que une as áreas protegidas de Güepí, no Peru, La Paya, na Colômbia, e Cuyabeno, no Equador. Para Eduardo, também é importante identificar oportunidades para aumentar o financiamento disponível para projetos de ACTT em conexão com os fundos dirigidos ao processo da mudança climática, à observância das leis florestais, dos acordos e convênios internacionais e de outras iniciativas. A conferência, que incluiu discussões em grupos de trabalho, elaborou recomendações para melhorar a reformulação, administração e financiamento de projetos e programas de ACTT, aumentando sua visibilidade, com vistas à X Conferência das Partes do Convênio das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, que acontecerá em outubro na cidade japonesa de Nagoya. Por isso, o desejo é aumentar o perfil das ACTT, destacando os principais problemas e desafios junto com a revisão profunda prevista para o programa de trabalho da própria Convenção da Biodiversidade sobre áreas protegidas. Fonte: IPS/Envolverde citado pelo REMADE

25.7.10

Pesquisa anual revela otimismo para carbono florestal


Autores do Forest Carbon Offsetting 2010 afirmam que os projetos de compensação de emissões através das florestas superaram barreiras importantes e estão no caminho certo para conquistar uma maior fatia do mercado. Apesar do fraco resultado do encontro de Copenhague em dezembro passado, 80% dos respondentes da pesquisa Forest Carbon Offsetting 2010 estão otimistas em relação aos projetos florestais como uma opção para compensar emissões especialmente devido aos avanços ocorridos durante 2009 na preparação para a COP 15 e para a implantação de esquemas nacionais (Nova Zelândia, Estados Unidos e Austrália). A análise foi organizada pela Ecosecurities, The Climate, Community & Biodiversity Alliance, Conservation International, ClimateBiz e Norton Rose Group e dá seguimento a pesquisa publicada em 2009. Os grandes interessados nos projetos florestais, 90% dos pesquisados, são compradores do mercado voluntário particularmente devido ao grande potencial de gerar benefícios adicionais às comunidades e biodiversidade. Por isso, reflorestamento com espécies nativas e desmatamento evitado foram cotados como os projetos mais “altamente desejáveis” por 52% dos questionados. Os compradores demonstraram preferência pela localização dos projetos em países em desenvolvimento, especialmente a América Latina (74%), África (67%), América Central (67%) e Sudeste Asiático (65%). A preferência por projetos domésticos vem de compradores que estão na América do Norte e Australásia, que se preparam para esquemas regulatórios nacionais. Muitos participantes disseram que compraram compensações voluntariamente para tornar a sua empresa neutra em carbono, compensar produtos ou serviços específicos ou determinadas atividades (ex: vôos). Dos questionados, 43% compraram compensações pela primeira vez em 2009, sendo que metade é europeu ou norte-americano e os outros 50% são provenientes da Australásia ou países em desenvolvimento. Como grande parte dos créditos de compensação são adquiridos voluntariamente, os volumes são pequenos, com 56% dos respondentes comprando menos que 5 mil toneladas anualmente. Os créditos florestais já foram adquiridos por 55% dos pesquisados, porém apenas um quinto dos compradores os utiliza como opção principal para a compensação das emissões. Eles estão majoritariamente na Australásia (82%), Europa (54%) e Estados Unidos (40%). O interesse pelos créditos florestais vem principalmente de motivações voluntárias (64%), operação em áreas onde há elegibilidade das florestas nos mercados (39%), o potencial de um esquema global (26%) e filantropia (11%). A certificação por um padrão reconhecido conta muito para os compradores (89%), que chegam a pagar mais por eles, sendo que o Voluntary Carbon Standard (VCS) é o mais atrativo para 73% dos respondentes, apesar do grande interesse voltado também para o CCB (64%) e MDL (53%). Entre os menos desejáveis está o padrão da Bolsa do Clima do Chicago. No geral, os dados indicam que os compradores estão dispostos a pagar entre US$ 5-10 por tonelada de CO2e, dependendo da estruturação financeira e tipo de projeto que variam muito. O relatório foi baseado em repostas de 207 participantes corporativos durante janeiro e fevereiro de 2010 responsáveis pela compra de no mínimo 7,9 milhões de créditos de carbono em 2009, incluindo cerca de 3 milhões de compensações florestais. Em comparação com os volumes de 2008, os questionados representam aproximadamente metade da demanda global por compensações de carbono voluntárias de projetos florestais. Otimismo “Os desafios das florestas não são insuperáveis. Isto é evidenciado por uma série de acordos de alto nível fechados durante os últimos anos e cada vez mais em 2009. Esperamos que a oferta de compensações florestais aumentará ao longo dos próximos anos. Esperamos um ano excitante e dinâmico para os mercados florestais de carbono e estamos otimistas (em relação) a grandes avanços regulatórios para este setor”, comentam os autores do relatório. Os compradores parecem estar cada vez mais convencidos que as barreiras do setor estão sendo superadas, como a não permanência dos créditos florestais (temporários sob o MDL), vazamento e metodologias difíceis, completa o relatório. “O principal gargalo está na arena política. O setor privado está pronto e esperando para ampliar os investimentos em projetos florestais, resta apenas esperar pelos sinais regulatórios certos”, afirma a pesquisa. Histórico O primeiro projeto florestal designado a compensar emissões corporativas através do desmatamento evitado foi desenvolvido em 1989 pela empresa norte-americana de energia AES na Guatemala. Desde 2006 os mercados voluntários de compensação das emissões têm crescido significativamente, motivados principalmente pelo setor corporativo nos Estados Unidos e Europa. Como resultado, os mercados voluntários de carbono ao redor do mundo somaram 123,4 milhões de toneladas em 2008 e as compensações com base no uso da terra representaram 18% deste volume. Nos mercados florestais, 2009 apresentou alguns desenvolvimentos importantes. Nove projetos aflorestamento/reflorestamento foram registrados sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), sendo que até o ano passado era apenas um. No lado voluntário, o Climate Action Registry (CAR) publicou a versão 3 dos seus Protocolos Florestais, aumentando as atividades nos Estados Unidos e o VCS registrou o primeiro projeto de Agricultura, Florestas e Outros Usos da Terra, além de várias metodologias terem sido submetidas à sua análise. A Nova Zelândia também entrou para este mercado com a venda de créditos florestais domésticos. Os textos sob negociação desde o Acordo de Copenhague (dezembro de 2009) para inclusão em um novo acordo climático global chegaram a uma série de conclusões, como a definição do escopo das atividades sob o mecanismo de REDD , salvaguardas para vazamento e participação dos diferentes interessados, pré-requisitos e fases para participação dos países. Porém o fracasso na evolução das negociações em outras áreas em Copenhague fez com que o texto para o mecanismo de REDD não fosse aprovado formalmente pelas partes. Isto tende a ser resolvido uma vez que um acordo global legalmente compulsório seja fechado. Fonte: Carbono Brasil

24.7.10

FAO Defende Cultivo de Planta Selvagem Para Fabricação de Combustível


As sementes da jatropha podem ser transformadas para produzir biodiesel, que é menos poluente do que o diesel fóssil, e poderão abastecer famílias rurais pobres com eletricidade e combustível para cozinha.

O desenvolvimento do cultivo da jatropha, uma planta selvagem originária da América Latina, poderá permitir a produção de combustível nas regiões semi-áridas dos países em desenvolvimento, considerou nesta quinta-feira a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
"A jatropha poderá se tornar uma cultura de alta rentabilidade, produtiva em solos degradados e salinos de regiões sujeitas a poucas precipitações", segundo o relatório divulgado pela FAO, com sede em Roma, junto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
As sementes da jatropha podem ser transformadas para produzir biodiesel, que é menos poluente do que o diesel fóssil, e poderão abastecer famílias rurais pobres com eletricidade e combustível para cozinha.
Além disso, "os subprodutos (da cultura da jatropha) podem servir, entre outras coisas, para fabricar adubos ou ração para gado, e seu óleo pode ter várias utilidades, como a fabricação de sabão e de pesticidas, além do uso medicinal", indica o relatório.
Para completar, as raízes do arbusto penetram profundamente no solo para encontrar água e suas raízes superficiais contribuem para fortalecer o terreno, impedindo a erosão.
No entanto, o estudo da FAO e do Fida ressalta que "a jatropha ainda é essencialmente uma planta que deve ser desenvolvida".
O aproveitamento de suas sementes, sua quantidade de óleo e a qualidade são extremamente variáveis: assim, o relatório pede apoio à pesquisa para que sejam obtidas melhores variedades e para o aumento da qualidade das sementes.
Em 2008, as plantações de jatropha chegavam a 900 mil hectares no mundo (760 mil na Ásia, 120 mil na África e 20 mil na América Latina), mas podem atingir 12,8 milhões de hectares até 2015.


Fonte: D24am

23.7.10

Setor florestal deve receber R$ 14 bi em 3 anos


Investimentos no setor florestal brasileiro deve chegar a R$ 14 bilhões até 2014, ano da Copa no Brasil, segundo levantamento apresentado pela Consufor nesta terça-feira (20) e disponibilizado pelo Jornal Valor Econômico, de veiculação nacional e especializado em economia. São negócios como madeira, papel e celulose.
Estrangeiros devem ser os donos de 30% dos aportes na área. Segundo o jornal, devido às terras rurais brasileiras serem consideradas baratas e de alta produtividade, o que promove um mercado sólido.
O estudo inédito da consultoria especializada Consufor, foi baseado nas negociações em curso e em consultas diretas de interessados, segundo o Valor.
Devem vir por aí, R$ 5 bilhões ao setor somente nos próximos três anos.
"A organização desses investimentos no Brasil foi tardia, de 2001 para cá", diz ao Valor Enconômico o diretor da Consufor, Marcio Funchal. "Mas agora ninguém quer ficar de fora porque há uma briga franca e aberta por esses recursos".
A estimativa é de que ao menos 250 mil hectares estejam em negociação atualmente no Brasil. Deve haver aumento de 1,44 milhão de hectares a área de florestas plantadas no país até 2014.
“Além disso, o processo de concessões de ‘florestas públicas’ pelo governo federal, cujo potencial soma 6,5 milhões de hectares de áreas nativas no país, funciona como um poderoso atrativo aos gestores de ativos”, explica a análise do jornal especializado em economia.
Isto funciona como uma espécie de aluguel de matas nativas, que pode perdurar por 40 anos. Seriam cerca de 4,5 milhões hectares dessas somente em território amazônico.
Rondônia, é um estado onde existe este modelo. Lá, trechos dos 240 mil hectares da Floresta Nacional do Jamari são administrados pela empresa Amata Brasil.(Com informações do Valor Econômico)


Fonte: Marcelo Eduardo

22.7.10

Desmatamento da Amazônia Caiu 47%, Indicam Satélites


Faltando apenas dois meses do período de coleta de dados da taxa anual de desmatamento, o ritmo de abate de árvores na Amazônia indica queda de 47%.

O número é maior do que os 42% do porcentual recorde de queda da devastação da floresta, registrado pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no ano passado. A indicação de nova queda aparece nos dados acumulados durante dez meses - entre agosto de 2009 e maio de 2010 - pelo Deter, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real. Divulgado também pelo Inpe, o Deter é usado para orientar a ação de fiscais no combate à devastação da Amazônia.
O sistema Deter já captou desde agosto passado o corte de 1.567 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica. Essa área é superior à cidade de São Paulo. Mas conta apenas uma parte da história do que acontece na região. Mais rápido e menos preciso, o Deter não capta desmatamentos em áreas com menos de 50 hectares (meio quilômetro quadrado). Vem daí a principal diferença entre o sistema de detecção do desmatamento em tempo real e o Prodes, que mede a taxa oficial, divulgada ao final de cada ano.

No ano passado, o Prodes mediu redução recorde de 42% no ritmo do desmatamento. A área abatida foi a menor desde o início da série histórica do Inpe, em 1988. Entre agosto de 2008 e julho de 2009 foram devastados 7.464 quilômetros quadrados de floresta, ou cerca de 5 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. No ano anterior, a Amazônia havia perdido quase 13 mil quilômetros quadrados de floresta. Essa queda recorde foi registrada depois de um ano de interrupção num período de queda do abate de árvores, que vinha se mantendo desde 2004, e de uma crise no governo. Foi resultado sobretudo do aumento de fiscalização e de medidas como o corte de crédito aos desmatadores e o embargo da produção em áreas de abate ilegal de árvores.

De acordo com dados dos satélites do Inpe, os piores anos para a floresta foram 1995, 2004 e 2003, com mais de 25 mil quilômetros quadrados devastados em cada um desses anos. A nova taxa oficial de desmatamento ainda depende das medições dos satélites nos meses de junho e julho, que tradicionalmente apresentam ritmo acelerado de corte de árvores. O período mais complicado na preservação da floresta começa com o fim das chuvas na região e segue até outubro. Em maio, o Inpe registrou 11,4% de desmatamento a menos do que no mesmo mês do ano passado, dado de contribuiu para a queda de 47% acumulada desde agosto de 2009.


Fonte: Notícias yahoo

21.7.10

Projeto Carbono Zero Contribuiu Para a Conscientização dos Produtores Rurais


Uma das maiores novidades da 81ª Semana do Fazendeiro foi o projeto Carbono Zero, coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Florestal (DEF), Laércio Jacovine, que contou com uma comissão multidisciplinar formada por professores, técnicos e estudantes. Parte desta comissão reuniu-se ontem no DEF com a imprensa para falar sobre os resultados do projeto.

O principal objetivo do Carbono Zero era quantificar as emissões de gás carbônico pelos produtores rurais e, ao mesmo tempo, trabalhar com a conscientização destes. Segundo o professor Laércio essas metas foram cumpridas. Durante a 81ª Semana do Fazendeiro, 117 produtores visitaram o estande e calcularam as emissões provenientes de suas propriedades, através de uma planilha elaborada pela equipe do projeto. 
No  estande, a comissão responsável explicou ainda os objetivos do Carbono Zero e, ao mesmo tempo, esclareceu às pessoas sobre algumas medidas que podem ser adotadas no dia-a-dia para reduzir suas emissões de carbono. Também foram distribuídas 400 mudas de diferentes espécies como o pau-brasil, jacarandá, jequitibá, para os participantes que se interessassem em contribuir para a neutralização do gás carbônico. Os produtores recebiam junto com a muda um certificado em que se comprometiam a plantar a árvore.
De acordo com o mestrando em Ciência Florestal, Daniel Brianezi, dos 117 produtores que realizaram a pesquisa, cerca de 60% tiveram uma avaliação positiva, pois mesmo que em suas atividades cotidianas sejam emitidas uma quantidade considerável de dióxido de carbono, a proporção de floresta que os produtores possuem acabam mitigando os efeitos dessas emissões.
Para quantificar o número de CO2 emitido pelos produtores, a equipe do projeto levou em consideração quatro fatores: a atividade pecuária, o consumo de energia, o uso de transportes e o cultivo de culturas agrícolas. Segundo o estudante do 7º período de Engenharia Florestal e membro do projeto, Raul Duarte, a pecuária lidera de longe a lista de emissões. Os dados obtidos, nas pesquisas com os 117 produtores, apontam que 75% do gás carbônico emitido é proveniente das atividades pecuaristas, 17% do cultivo agrícola, 5% vem do consumo de energia e 3% do uso de transportes.
A equipe do projeto ainda ressaltou que, através da pesquisa, os produtores passaram a ter uma noção mais aprofundada do quanto as suas atividades podem interferir no meio ambiente e a importância de se preservar as suas florestas para que seja compensada as emissões. Daniel Brianezi afirmou: “o plantio de árvores não é importante somente para a neutralização, mas pelo papel ambiental que isso representa. O estado de Minas Gerais tem grandes áreas que sofrem a degradação ambiental e muitas delas precisam ser recompostas vegetativamente. Assim, o plantio de árvore e o controle de emissões irá contribuir para o bem-estar local.”
O professor Laércio Jacovine confirmou que a equipe do projeto continuará mantendo contato com estes produtores e estará a disposição para eventuais dúvidas, alertando-os para que procurem os órgãos ambientais. Ele ainda destacou: “ muitas vezes a gente é consciente, mas não faz nada, é preciso aliar a consciência com  a ação.” Foi isso que o projeto tentou e continuará fazendo já que a equipe do Carbono Zero ainda irá  medir a quantidade de dióxido de carbono emitida durante a realização da 81ª Semana do Fazendeiro, considerando o consumo em energia elétrica, os resíduos gerados e o volume de combustíveis gastos com o transporte, e a partir dos dados obtidos a Universidade Federal de Viçosa se compromete a fazer o plantio de árvores em alguma área degradada da região, para que neutralize as emissões da Semana do Fazendeiro.
Além do plantio de árvores, Daniel Brianezi também lembrou que podemos adotar medidas que contribuam para o meio ambiente, tais como: aproveitar melhor os restos de alimentos, evitar o uso de sacolas plásticas e isopor, adotar a coleta seletiva, reduzir o consumo de energia elétrica, dar preferência para o transporte público, dentre outras ações.


Fonte: Universidade Federal de Viçosa

20.7.10

Desmatamento cai 75% no Brasil

Um estudo inédito do instituto britânico Chatham House comprovou que, na última década, houve uma queda significativa na exploração ilegal de madeira. Uma área de 17 milhões de hectares de floresta (equivalente ao Reino Unido) deixou de ser desmatada e pelo menos 1,2 bilhão de toneladas de gases estufa não foram lançadas. O Brasil registrou uma queda de 75%, intensificada nos últimos cinco anos com o combate às derrubadas e graças à modernização do sistema de transporte e comércio da madeira, seguindo as normas do Documento de Origem Florestal (DOF). A redução da exploração ilegal teve reflexo direto no contrabando da matéria-prima. A importação de madeira ilegal pelos principais países consumidores caiu pelo menos 30%, segundo o relatório. Isso foi possível graças também a ações de governos, da sociedade civil e do setor privado. A combinação de políticas de combate ao desmatamento, como regras mais severas e exigências de certificação em mercados compradores, sustentam os resultados da pesquisa. Foi analisada a cadeia produtiva da madeira ilegal em cinco países tropicais detentores de florestas (Brasil, Indonésia, Camarões, Malásia e Gana), nos consumidores (Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França e Holanda) e na China e no Vietnã, que processam a madeira e fornecem produtos. Alerta para o Brasil – Os pesquisadores apontam falhas no cumprimento das sanções para as infrações ocorridas na Amazônia, onde a derrubada ilegal ainda representa de 35% a 70% de todo o desmatamento. “No Brasil, por exemplo, apenas 2,5% das multas são recolhidas”, acrescenta o texto. O relatório prevê que o combate à extração irregular e ao contrabando pode ser dificultado, pela multiplicação dos desmatamentos em menor escala e pelo crescimento da venda da madeira ilegal nos mercados internos dos países produtores. Fonte: Jornal do Brasil

18.7.10

Publicadas Regras Para Plantio de Eucalipto


Publicado zoneamento agrícola do eucalipto, informa o Mapa.

Os produtores que trabalham com eucalipto já podem conferir as regras do zoneamento agrícola para a cultura. As áreas aptas e os períodos de plantio com menor risco climático foram divulgados, nesta quinta-feira (8), no Diário Oficial da União (DOU), nas Portarias N° 198 a 206.


As normas englobam os estados da Bahia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, além do Distrito Federal. O plantio objetiva atender as demandas de matéria-prima para indústrias de papel e celulose, carvão vegetal, compensados, lâminas e painéis reconstituídos.


Eucalipto - O gênero Eucalyptus é originário da Austrália, pertence à família Myrtaceae e possui cerca de 600 espécies no mundo. O clima tropical ou subtropical contribui para o crescimento da cultura, que prefere solos limosos, férteis e drenados.


Fonte: MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

17.7.10

Florestas Tropicais são Maiores 'Máquinas' de Absorver CO2


As florestas tropicais, como a Amazônia, são as máquinas de fotossíntese mais eficientes do planeta. Um novo estudo internacional mostra que elas absorvem um terço de todo o gás carbônico que é retirado da atmosfera pelas plantas a cada ano.

Pela primeira vez, cientistas calcularam a absorção global de CO2 pela vegetação terrestre: são 123 bilhões de toneladas do gás por ano. "É o dobro da quantidade de CO2 que os oceanos absorvem", diz Christian Beer, do Instituto Max Planck para Bioquímica, na Alemanha. Ele é coautor do estudo, publicado na revista "Science".

Selvas tropicais respondem por 34% da captura. As savanas, por 26%, apesar de ocuparem o dobro da área.

Outro estudo, publicado na mesma edição da "Science", mostrou que a temperatura influencia pouco na quantidade de carbono exalado pelas plantas quando elas respiram.

Havia temores de que o aquecimento global pudesse acelerar as taxas de respiração, fazendo com que florestas se convertessem de "ralos" em fontes do gás - agravando mais o problema.

Juntos, esses dados devem ajudar a melhorar os modelos climáticos, que dependem do conhecimento preciso do fluxo de carbono entre plantas, atmosfera, oceanos e fontes humanas do gás.

O trabalho de Beer também ressalta a importância das florestas secundárias na Amazônia como "ralos" para o CO2 em excesso despejado no ar por seres humanos. Isso porque, apesar de absorverem muito carbono por fotossíntese, as florestas tropicais devolvem outro tanto ao ar quando respiram.
Florestas em regeneração, por outro lado, fixam muito mais carbono do que exalam. O estudo usou dados de uma rede internacional, a Fluxnet, que reúne centenas de torres que servem como postos de observação pelo mundo, analisando os fluxos de CO2 na vegetação ao redor.
No Brasil há quase uma dezena de torres de fluxo, a maior parte delas instaladas na Amazônia.

"Mas ainda sabemos pouco, por exemplo, sobre pontos de transição abrupta ligados ao clima, como florestas em savanização", diz o biólogo Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. "E ainda existem ambientes pouco mapeados, como pântanos e brejos."

As florestas tropicais, como a Amazônia, são as máquinas de fotossíntese mais eficientes do planeta. Um novo estudo internacional mostra que elas absorvem um terço de todo o gás carbônico que é retirado da atmosfera pelas plantas a cada ano.

Pela primeira vez, cientistas calcularam a absorção global de CO2 pela vegetação terrestre: são 123 bilhões de toneladas do gás por ano.
"É o dobro da quantidade de CO2 que os oceanos absorvem", diz Christian Beer, do Instituto Max Planck para Bioquímica, na Alemanha. Ele é coautor do estudo, publicado na revista "Science".

Selvas tropicais respondem por 34% da captura. As savanas, por 26%, apesar de ocuparem o dobro da área.

Outro estudo, publicado na mesma edição da "Science", mostrou que a temperatura influencia pouco na quantidade de carbono exalado pelas plantas quando elas respiram.

Havia temores de que o aquecimento global pudesse acelerar as taxas de respiração, fazendo com que florestas se convertessem de "ralos" em fontes do gás - agravando mais o problema.

Juntos, esses dados devem ajudar a melhorar os modelos climáticos, que dependem do conhecimento preciso do fluxo de carbono entre plantas, atmosfera, oceanos e fontes humanas do gás.

O trabalho de Beer também ressalta a importância das florestas secundárias na Amazônia como "ralos" para o CO2 em excesso despejado no ar por seres humanos. Isso porque, apesar de absorverem muito carbono por fotossíntese, as florestas tropicais devolvem outro tanto ao ar quando respiram.
Florestas em regeneração, por outro lado, fixam muito mais carbono do que exalam. O estudo usou dados de uma rede internacional, a Fluxnet, que reúne centenas de torres que servem como postos de observação pelo mundo, analisando os fluxos de CO2 na vegetação ao redor.
No Brasil há quase uma dezena de torres de fluxo, a maior parte delas instaladas na Amazônia.

"Mas ainda sabemos pouco, por exemplo, sobre pontos de transição abrupta ligados ao clima, como florestas em savanização", diz o biólogo Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. "E ainda existem ambientes pouco mapeados, como pântanos e brejos."


Fonte: Folha de São Paulo

16.7.10

Embrapa Orienta Uso de Espécies Nativas em Sistemas Agroflorestais


Sistemas Agroflorestais são sistemas de produção que combinam, em uma mesma área, cultivos agrícolas de ciclo curto (feijão, milho, etc.), árvores frutíferas e espécies florestais para uso madeireiro ou uso múltiplo (extração de frutos, óleo, essências florestais; fabricação de fitoterápicos, etc.) podendo incluir ainda plantio de forragem para pastejo de animais.

O Prosa Rural desta semana fala sobre as vantagens do uso de espécies arbóreas nativas em sistemas agroflorestais na região Sul do País. Também conhecido como SAF, o sistema agroflorestal permite que as diversas atividades desenvolvidas interajam econômica e ecologicamente, permitindo ampliação da renda do produtor aliada a um maior equilíbrio ambiental.

No passado, a araucária e outras madeiras típicas do Sul do Brasil atendiam à demanda por madeiras nobres, demanda essa que hoje é suprida apenas por madeiras importadas de outras regiões do país, principalmente da Amazônia. Essa substituição causa dependência sócioeconômica e contribui para prejuízos ambientais. Além disso, outros produtos, como frutas, sementes, forragem animal, fitoterápicos, fitocosméticos e tinturas, raramente são oferecidos pelas espécies introduzidas.

“As espécies nativas apresentam características que normalmente não são encontradas em espécies exóticas”, afirma o pesquisador da Embrapa Florestas, Amilton Baggio, ao recomendar o uso de espécies nativas para compor os sistemas agroflorestais na região sul do Brasil. A fim de evitar competição entre as espécies, desequilíbrio ambiental e garantir aumento de renda, o produtor deve estar atento a dois fatores essenciais no momento de implantação de um SAF: a seleção das espécies e o arranjo espacial entre elas.

Espécies que possuem substâncias tóxicas que inibem o crescimento de outras plantas, como o timbó, o cinamomo e a timbaúva devem ser evitadas. Possuir raízes profundas, apresentar bom crescimento e copa rala e pequena, que permita uma boa passagem da luz do sol estão entre as características desejáveis para espécies arbóreas que vão compor um SAF.

Araucária, erva-mate, ipês e algumas canelas são algumas das espécies recomendadas para áreas de clima mais frio, com ocorrência de geadas. Para climas mais cálidos, como os do litoral da região Sul e do norte do Paraná, algumas espécies indicadas por Amilton Baggio são louro-pardo, canjarana, canela-preta, mandiocão, entre outras.

O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Fonte: Embrapa Florestas

15.7.10

Há deficiência de florestas


Para abastecer o mercado interno seriam necessários mais 6,7 milhões de hectares


Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), para suprir a demanda do mercado interno por madeira, seja para carvão, lenha ou outros usos, seria necessário plantar 1 milhão de hectares de florestas por ano até 2020, ampliando a área de 6,3 milhões para 13 milhões de hectares de florestas plantadas. "Para chegar a esse número é necessário desenvolver a silvicultura em áreas nas quais ela não existe", diz o pesquisador da Embrapa Florestas Antonio Francisco Jurado Bellote, que coordena o projeto Florestas Energéticas, em parceria com a Esalq e empresas do setor madeireiro.
"No Centro-Oeste, por exemplo, identificamos áreas de plantio em Mato Grosso do Sul e Goiás", diz. "No Nordeste, na Chapada do Araripe (divisa entre Pernambuco, Ceará e Piauí), onde há muita demanda por energia por parte do setor de gesso, e no Norte (Amapá e Roraima)."
Bellote explica que por enquanto as equipes estão levando para essas regiões variedades híbridas de eucaliptos, "pois é uma espécie de alta produtividade", diz. "Estamos trabalhando com uma variedade vinda da Austrália, resistente ao semiárido".
Paralelamente, árvores nativas vêm sendo trabalhadas. "No Centro-Oeste e Norte, temos feito algumas ações com o tachi branco (Sclerolobium paraense Huber). Mas, como é uma espécie praticamente selvagem, da qual há pouco conhecimento técnico, estamos fazendo um trabalho de homogeneização do material, para futuramente podermos ter escala comercial", explica.
Outra nativa que vem sendo pesquisada para exploração comercial da madeira no Nordeste, de acordo com o pesquisador, é o angico de bezerro (Piptadenia moniliformis). "Estamos trabalhando para levar a tecnologia para desenvolver a competência desses locais onde a silvicultura não é tradição". / L.C.


Fonte: O Estado de S.Paulo

14.7.10

Teca Quer Ser a Vedete das Florestas

A teca, árvore de origem asiática, vive momento de expansão na produção florestal brasileira. Segundo números recentes da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), a área de teca em escala comercial no País cresceu 10,9% de 2008 para 2009 e hoje ultrapassa os 65 mil hectares. De acordo com a Abraf, a espécie, cultivada no Sudeste da Ásia desde o século XVIII, era destinada principalmente à construção naval. Hoje, tem vários outros usos: é utilizada na construção civil (para portas, janelas, lambris, painéis, forros), para confecção de assoalhos, decks, móveis, lâminas decorativas. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o cultivo da teca no Brasil na forma comercial começou a ser experimentado na virada da década de 1960 para a de 70. A região de Cáceres, no Mato Grosso, recebeu os primeiros cultivos comerciais brasileiros. O apelo da espécie sempre esteve na resistência e na estética. A teca tem óleo-resinas na composição da madeira que fazem com que seja resistente à umidade e a algumas pragas. Já a qualidade da madeira é muitas vezes comparada ao mogno. Curiosamente, essas duas características principais são diferentes no produto brasileiro em relação ao asiático tradicional, em razão dos ciclos de cultivo. No Sudeste asiático, a árvore tinha um ciclo que chamamos de ciclo longo, era plantada e colhida em torno de 80 anos. Uma árvore de 80 anos tem um miolo bem representativo, que é a parte mais dura e nobre da madeira, e a parte mais externa é menor. Aqui no Brasil, as condições econômicas levaram à aposta num ciclo curto, que representa a árvore sendo cortada em torno de 20 anos. A madeira produzida aqui tem a parte externa muito representativa e a parte interna, o cerne, uma porcentagem bem pequena. A nossa madeira, então, é bem diferente, no entanto, as comparações foram feitas com aquela, explica Guilherme Schnell e Schuhli, pesquisador da área de recursos genéticos e melhoramentos da Embrapa Florestas, de Colombo (Região Metropolitana de Curitiba). Segundo o pesquisador, o destino da produção florestal brasileira em teca vai, na grande maioria, para a construção do chamado painel-teca, utilizado principalmente em móveis e decoração. Apesar de alguns Estados, como o Paraná, terem experiências em plantio de teca, o grande centro produtor brasileiro é o Mato Grosso. De acordo com a Embrapa, mais de 50 mil dos estimados 65 mil hectares de teca plantada no Brasil estão naquele Estado. Schuhli aponta que essa concentração acontece porque o tipo de teca predominante na produção do País é adaptado a climas semelhantes ao do Sudesde asiático. No Sudeste da Ásia, existem monções, com época de chuvas constantes e um período seco. Nesse período seco, a teca perde todas as folhas, o que é importante para o desenvolvimento da árvore, diz o pesquisador. Porém, isso não representa que a teca não tenha potencial para ser cultivada em outras regiões. A empresa paranaense Berneck Painéis e Serrados planta teca e tem um polo industrial no Mato Grosso. Trabalhamos com teca desde 1990, quando foi realizado o primeiro plantio, e hoje já estamos trabalhando com a madeira. A produção é destinada a uma gama de produtos, como madeira serrada seca em estufa, decks e painéis, relata Fernando Gnoatto, gerente da unidade de negócios serrados da Berneck. Ele compara os custos e o lucro da teca em relação a outras espécies florestais. A floresta de teca tem um alto custo por suas manutenções serem anuais até o corte final, o que gera mais mão de obra se comparada com florestas de pinus e eucaliptos. Por outro lado, a madeira é mais cara em sua cotação internacional, diz o gerente. Gnoatto aponta os mercados europeu e asiático como os principais compradores da produção em teca da Berneck. Acreditamos que mais produtores e empresas vão se interessar por teca no Brasil, é um bom negocio, conclui. Espécie tem potencial a ser explorado Guilherme Schuhli, da Embrapa Florestas, destaca que existe a possibilidade de produção de teca em mais regiões no Brasil, mas isso depende de pesquisas. Dentro dessa espécie, temos uma variedade enorme de subtipos que se aclimataram a regiões diferentes daquelas com clima parecido com o do Sudeste da Ásia. O que nós recebemos foi uma amostra disso apenas. Houve um teste em 1995, feito por uma instituição responsável por pesquisa florestal no Espírito Santo, em que foram comparados vários tipos de procedências de teca e foi escolhido o melhor tipo para o Brasil. Mas essa escolha foi feita com uma amostra muito pequena, relata o pesquisador. Testes podem fazer com que a gente descubra uma área de distribuição um pouco maior do que pensamos que possa acontecer com a teca no Brasil. Schuhli aponta que, conforme a variedade de tipos de teca e a análise de ciclos, é possível cogitar vários usos da árvore na produção florestal brasileira, como já acontece com o eucalipto, por exemplo, cujos ciclos variam conforme o objetivo. O eucalipto tem a destinação para celulose, para a produção de papel, para produção de lenha para fazer carvão, para móveis. Esse tipo de perfil ainda não temos para a teca, mas podemos pensar em trabalhar destinações diferentes. Árvores para produzir painel, para laminados, para madeira para fins navais, explica. O pesquisador acredita em outras possibilidades para a exploração da teca no Brasil, entre elas plantios para subsidiar planos de investimento e o restabelecimento de florestas nativas. Ela não é uma espécie nativa aqui, mas ela abre caminho para que a floresta nativa se restabeleça embaixo dela. Muitas das árvores nativas de uma floresta saudável crescem sob uma competição de luzes, estão adaptadas à sombra. Se pegarem sol direto, isso é prejudicial para elas. A teca cresce muito rápido e oferece essa sombra. Então, pode ser uma alternativa para restabelecer florestas, detalha Schuhli. Imagine para um pequeno produtor: ele pode plantar teca nos limites da área dele para restabelecer a área de floresta nativa e ainda pode extrair a teca quando essa área estiver se estruturando. Se hoje estamos exigindo do produtor essa disponibilidade de reserva legal, a teca pode ser uma alternativa. Não podemos ser levianos, isso precisaria de um trabalho para ver quanto a área suporta de teca, quanto tempo, se é viável para o pequeno agricultor, se ele encontra mercado depois, afirma o pesquisador. Ele aponta que a interação do plantio de teca com lavoura e pecuária interessa muito à Embrapa e na Ásia já foi aplicada com sucesso. Crescimento da produção traz desafios Para a produção de teca continuar crescendo no Brasil, algumas questões terão que ser resolvidas. Uma delas é a garantia de fornecimento de mudas e sementes de qualidade para o cultivo. Quando a gente pensa em plantio florestal, o plantio com sementes traz um resultado limitado. Cada semente que eu planto, é uma combinação genética diferente. Então, isso significa que uma árvore atinge determinada altura, e logo do lado outra vai atingir um tamanho um pouco menor. Nisso, a que chegou antes, mais alta, limita o fornecimento de luz para a que ficou mais baixa. E essa acaba definhando com o tempo. A que cresceu mais acaba tomando conta do espaço. Seria ideal um cenário em que plantássemos árvores que todas crescessem ao mesmo tempo. Isso é que a gente consegue com o plantio clonal, explica Guilherme Schuhli, da Embrapa Florestas. Ele facilita na coleta da madeira, no acompanhamento, na adubação, é uma facilidade muito grande. Na teca, nós já começamos a ter disponibilidade de mudas no Brasil. São caras ainda, comparando com o plantio de sementes, mas a vantagem é essa, nós temos um plantio mais homogêneo, diz o pesquisador. Ele alerta, entretanto, que essa opção também tem desvantagens. Essas árvores que são clones são mais suscetíveis à variação ambiental. Se passou dos limites desse clone, você perde o plantio inteiro ou tem deficit no plantio inteiro. Quem planta por semente, pode ser que encontre árvores resistentes e não perca todo o seu material. No Mato Grosso, nós já temos três empresas que disponibilizam essas mudas clonais. E todas têm interesse em que a Embrapa esteja fornecendo material genético diferenciado para que continuem programas de cruzamento e melhoramento genético, afirma Schuhli. O pesquisador cita outros problemas da cadeia produtiva da teca no Brasil: a logística; a destinação de árvores de desbastes, que ainda é insatisfatória, principalmente para os pequenos produtores; falta de mão de obra especializada; a forma como é trabalhada a qualidade da madeira. A madeira que se tem demanda é uma, e muitas vezes a que o Brasil tem para fornecer é outra. Ainda tem mercado para esse tipo de madeira que a gente chama de ciclo curto. É um mercado que imagino que não vai ser saturado rápido. Mas devem ser estudadas outras maneiras de vender além do painel-teca, argumenta. Fernando Gnoatto, da Berneck, cita outro entrave. Um dos maiores problemas é a falta de informação dos produtores com relação aos mercados consumidores. O preço de um metro cúbico de tora de teca na Ásia pode chegar a 4 mil euros, dependendo da classificação. É uma madeira de cotação cara, e, sendo de reflorestamento, garantimos sustentabilidade ao negócio, diz o gerente. Embrapa estuda projeto de melhoramento A Embrapa desenvolve já há alguns anos pesquisas com teca. Um grande gargalo para o desenvolvimento da teca no melhoramento é que a gente supõe que a nossa diversidade de teca seja pequena. Na história da introdução no Brasil, uma variedade só foi trazida. Por essa história, imaginamos que não tenha tanta alternativa para fazer cruzamentos e melhorar a espécie. Estamos desenhando estratégias para avaliar qual a diversidade de teca que a gente tem. Se for muito restrita essa diversidade, vamos tentar partir para uma estratégia de buscar fora do Brasil as variedades interessantes para nós, relata Guilherme Schuhli. O pesquisador diz que a Embrapa está avaliando para ver que papel vai desempenhar na tarefa de fazer com que a promessa da teca se cumpra. Isso conta com parceiros. A Embrapa não tem condições de desenvolver isso sozinha. Qualquer programa de melhoramento que a gente pense com teca vai depender de um projeto muito amplo, que vai envolver as universidades e principalmente empresas privadas, que possam subsidiar esse projeto com áreas de plantio, com a manutenção dessas áreas, a entrega de material genético, justifica. A Embrapa está decidindo se abraça esse tema como um projeto de melhoramento. Isso envolve pensar em técnica de silvicultura, técnica de plantio, o zoneamento da teca. É um momento de prospecção para a gente, de ouvir todo mundo, todas as partes, os pesquisadores, os produtores principalmente, finaliza o pesquisador. Fonte: Página Rural

13.7.10

Celulose Sobe 125%, mas Aumento Não Beneficia Produtor e Pode Faltar Madeira

O setor de celulose começa a recuperar as perdas sofridas durante a crise de 2008. O preço do produto brasileiro teve o maior crescimento dos últimos tempos e hoje o valor da tonelada está mais alto que o praticado no período pré-crise. Resta agora o aumento do valor a ser repassado aos fornecedores, pois se isso não acontecer, há possibilidade de faltar madeira para abastecimento interno. Investimentos anunciados pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), apontam que serão investidos US$ 20 bilhões na expansão da capacidade industrial e na base florestal do país, até 2017, com a construção de três novas fábricas no norte e nordeste do país, confirmando um novo ciclo da celulose no Brasil. No mercado brasileiro, antes de setembro de 2008, a tonelada da celulose custava cerca de R$ 800. Durante a crise o custo caiu para R$ 400 e hoje, a tonelada é vendida a R$ 900. O que significa aumento de 125% no preço praticado hoje, em relação ao praticado durante o período de crise no Brasil. Apesar disso, o valor pago aos produtores continua o mesmo praticado nesse mesmo período. “Conseguiram recuperar o preço final, mas os intermediários ainda recebem a mesma quantia paga entre 2008 e 2009”, afirma o diretor da Agro Florestal Serrana, prestadora de serviços para a Klabin, Mauro Wolfart. Segundo ele, o valor médio pago pelas grandes empresas na tonelada de madeira se manteve em R$ 15. “Temos uma defasagem muito grande. O preço deveria estar em R$ 20 no mínimo”, afirma. Com o aquecimento do mercado, o empresário aponta a necessidade de investimentos do prestador de serviço, para que este possa se reestruturar e assim conseguir manter o fornecimento do produto sem interrupções. Caso isso não aconteça Wolfart alerta que pode faltar madeira no Brasil, pois a partir da retomada rápida da produção, as fornecedoras não conseguem atender à demanda nacional. “Não faltam florestas plantadas, faltam empresas preparadas para fazer o corte e a colheita do pinus”, esclarece. O empresário salienta que equipamentos de alta produção, necessários para o desbaste das árvores, por exemplo, demoram em média 120 dias para serem entregues, e com a escassez no mercado, os preços do maquinário também se elevam. “O mercado voltou à ativa, mas pode não crescer tanto se as empresas não fizerem investimentos na sua estrutura”, diz. A Agro Florestal Serrana atende empresas do setor de celulose em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Espírito Santo. Em Minas Gerais presta serviço a uma empresa do ramo siderúrgico. “O cenário é praticamente o mesmo em todas elas”, diz o diretor, ao mencionar que há procura de todo o país pelo serviço. Mesmo assim, a época é considerada a mais promissora, já que, mesmo sem o repasse, as empresas estão ganhando na quantidade. “Estou confiante, o mercado está bem aquecido, só nos falta recuperar o preço do intermediário”, fala. Além das grandes empresas que buscam a expansão do seu mercado, Wolfart garante que o mercado está aquecido para todos os produtores, inclusive para os pequenos que trabalham de forma mais manual. “O produtor consegue colocar sua madeira no mercado que está propício para o setor e estima-se uma recuperação gradativa de preços “, revela. Produtores estão confiantes na melhora Para o diretor da Floko - Reflorestadora Koeche, Felipe Koeche, fornecedora da Klabin, o aumento da demanda de celulose terá um reflexo grande na região, tendo em vista que os produtores ainda sofrem efeitos da crise que cessou em dezembro de 2009. “Quando a Klabin parou de consumir o produto do mercado local, todo um ciclo de produção foi interrompido”, lembra o empresário que, sem ter a clientela habitual, precisou vender a madeira disponível a uma empresa de celulose do Paraná, por um preço mais baixo, com custo alto de frete e pouco lucro. Passada a época difícil, hoje a Floko retomou sua produção e entrega, mensalmente, cerca de mil toneladas de madeira à Klabin, e a expectativa do diretor é aumentar o fornecimento em até 50%. Além da Klabin, na região, existem apenas mais duas empresas que consomem o cavaco, a Tractbel Energia e a Sudati, de compensados. Fonte: Cl Mais citado por Portal Madeira Total

12.7.10

Carvão Vegetal é Alternativa Contra Aquecimento Global

O estado de Minas Gerais tem, atualmente, a maior concentração de siderúrgicas do mundo que utilizam o carvão vegetal como fonte de carbono. Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP mostra que essa fonte de energia é uma alternativa que não intensifica tanto o aquecimento global e, com o aumento do uso de eucaliptos como biomassa, ajuda a diminuir o processo de desmatamento das florestas brasileiras. O economista Thiago Fonseca Morello, integrante do Núcleo de Economia Socioambiental (NESA) da USP, estudou o uso e alguns problemas do eucalipto como fonte de energia para siderúrgicas em seu mestrado – Carvão vegetal e siderurgia: de elo perdido a solução para um mundo pós-Kioto – orientado pelo professor Ricardo Abramovay e com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp). O pesquisador busca entender de que maneira o carvão vegetal e o uso do eucalipto como fonte de carbono trouxeram soluções para siderúrgicas que passaram a utilizar essa fonte de energia. Morello observa que um dos fatores que permite ao Brasil ser o único país do mundo a utilizar o carvão vegetal em siderúrgicas é a baixa quantidade de jazidas de carvão mineral no País. “Esse fato pode ser uma explicação para a insistência no uso de carvão vegetal. É necessário que as empresas importem o carvão mineral em grande escala, para baratear o preço, e isso tem uma série de implicações logísticas e ambientais. Por outro lado, somos um País rico em florestas e estas acabaram sendo utilizadas como fonte alternativa e mais barata de carbono”, explica. Um dos maiores problemas na utilização do carvão vegetal é o desmatamento florestal. Muitas siderúrgicas só passaram a investir no cultivo e manutenção das plantações de eucalipto quando perceberam a exaustão das florestas das quais costumavam retirar seu carvão. Morello salienta que essa opção das empresas por cultivar sua fonte de carbono trouxe fatores positivos, como a diminuição do desmatamento da floresta, e aspectos negativos, como o aumento das grandes plantações e da concentração de terras. O uso do eucalipto como fonte de energia no Brasil tem benefícios não apenas no âmbito ecológico, mas também em relação ao marketing. “Com a opção de plantar eucalipto, as empresas têm vantagens em vários sentidos: em relação à qualidade, pois usam mudas geneticamente adaptadas a cada região, conseguindo assim o melhor rendimento possível. Há benefícios ambientais, pois evita a destruição da floresta a qual desempenha diversas funções ecológicas e também culturais para a comunidade local. Além disso, as indústrias estão, cada vez mais, se esforçando para se desconectar das florestas e do desmatamento, pois assim criam uma imagem mais favorável nacional e internacionalmente”, ressalta o pesquisador. O economista mostra também os problemas para as siderúrgicas provenientes do uso de carvão vegetal. O primeiro deles decorre da inversão do relativo de preço na década de 1980, quando o carvão mineral passou a ser mais barato do que o vegetal. Há também os malefícios oriundos da produção de eucalipto, a qual favorece a concentração de terras, além de gerar problemas em relação a instabilidade ecológica, isso por conta da monoespecificidade das plantações. Tendo em vista os fatores negativos, o que levaria as siderúrgicas mineiras a manter o uso de carvão de eucalipto como fonte de carbono? “Quanto a isso, um fato atual relevante é o de que as duas maiores siderúrgicas mineiras a carvão vegetal foram compradas pela maior corporação siderúrgica do mundo – a anglo-indiana Mittal Steel – a qual tem o interesse em ter sua imagem associada ao fato de existirem membros de seu grupo que produzem aço com base no carvão vegetal, dado que todos os demais membros dependem pesadamente do carvão mineral”, explica o economista. Fomento Florestal Entre os modelos atuais de cultivo que têm atraído investimentos de siderúrgicas está o fomento florestal. É uma alternativa ao cultivo de plantação de eucalipto realizado em escala menor àquela dos grandes maciços mantidos pelas siderúrgicas mineiras. Esse modelo permite a pulverização das áreas de cultivo e resolve, em alguma medida, o problema da concentração de terras e da instabilidade ecológica por conta da monocultura.“Isso é interessante, pois tem englobado também proprietários de baixa renda e é uma possibilidade de ajudar na transferência tecnológica entre as populações que tem menos possibilidades de geração de renda”, diz Morello. Apesar da siderurgia de carvão vegetal não chegar a 30% da produção de ferro-gusa e a 20% da produção de aço, o interesse das empresas por fontes alternativas de carbono tende a crescer enquanto houver cobranças internacional relacionadas ao aquecimento global. “O fomento florestal é interessante e pode ser estudado como uma possível trajetória para produzir ferro e aço de maneira a não intensificar o aquecimento global, mas não acredito que exista potencial para haver uma conversão em massa da siderurgia no mundo e no Brasil para o carvão de eucalipto. Entretanto, enquanto a temática ambiental e ecológica se mantiver relevante internacionalmente, o uso de carvão de eucalipto continuará existindo no Brasil, mesmo como algo minoritário”, conclui. Fonte: Agência USP de Notícias citado pelo Canal do Produtor

9.7.10

Ruralista aprova inclusão de área permanente em reserva

Abnor Gondim BRASÍLIA - A aprovação da reforma do Código Florestal brasileiro foi comemorada por proprietários rurais e empresas plantadoras de florestas por prever, entre outros pontos, a incorporação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) no cálculo da área de reserva legal. Este foi um dos motivos que levaram a candidata à Presidência da República pelo Partido Verde, Marina Silva, a anunciar ontem(7) que vetará o projeto relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) caso seja eleita presidente. A matéria foi votada em comissão especial e segue para ser apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, sem data definida. Em entrevista ao DCI, o presidente da Associação dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), César Reis, avaliou que a incorporação das APPs no cálculo da área de reserva legal representa "uma margem de conforto" para os proprietários rurais. Isso se dá porque, explicou, as empresas ficam com uma folga de área para não caírem na ilegalidade, caso os tamanhos dos percentuais de reserva legal sejam aumentados futuramente. Citou como exemplo o caso do aumento da reserva legal na Amazônia Legal, cujo percentual saltou de 50% para 80%. "A incorporação das APPs na reserva legal não visa a destinar essas áreas ao desmatamento", reagiu o presidente da Abraf. "O novo Código estabelece o desmatamento zero, proposta que também defendemos", explicou. Também foi muito bem recebida pela Abraf a permissão prevista na reforma do Código para aproveitamento de plantios em topo de morro. Segundo a Abraf, há no País 600 mil hectares de áreas plantadas em cima de morros, inclusive culturas de maçã e café que não podem ser colhidas por proibição do governo federal. Em São Paulo, Marina Silva conclamou a sociedade a mobilizar-se para impedir que as mudanças propostas no Código Florestal sejam aprovadas no Senado. "Na Câmara, são 513 deputados, e no Senado, 81 senadores. Espero que a sociedade possa dialogar com cada um como fez com o [projeto] Ficha Limpa para que a gente não continue sujando as fichas das nossas florestas com esse tipo de retrocesso." "O parlamento voltou a exercer suas atribuições, porque a legislação ambiental foi conduzida por milhares de atos administrativos sem a participação da sociedade", afirmou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), um dos líderes da bancada ruralista. "Essa reforma é para os grandes proprietários que querem aumentar a área desmatada", rebateu o deputado Ivan Valente (Psol-SP). Outra novidade que anima as empresas responsáveis pelo plantio de florestas é a permissão de usar espécies exóticas, em vez de vegetação nativa, nas áreas desmatadas. Isso estimula principalmente produtores de óleo de palma que querem ampliar seus investimentos na Amazônia. DCI - Diário do Comércio & Indústria

8.7.10

Comissão da Câmara aprova relatório do novo Código Florestal

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o novo Código Florestal aprovou o texto nesta terça-feira (6). O texto foi aprovado por 13 votos contra 5. Ainda precisam ser votados nove destaques, que podem mudar o texto final. O projeto será analisado no plenário da Câmara após a votação na comissão. Mas essa votação final só deverá ocorrer depois das eleições. Após a aprovação, os deputados começaram a gritar “Brasil, Brasil”, e os ambientalistas “retrocesso, retrocesso”. Na segunda-feira (5) o relator do Código, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresentou alterações em seu parecer sobre o Código. O parlamentar propôs retirar o poder dos Estados de reduzirem as faixas de mata ciliar ao longo dos rios. Um dispositivo de sua proposta inicial, apresentada no começo de junho, previa que as unidades da federação diminuíssem ou aumentassem em 50% as chamadas APPs (áreas de preservação permanente) às margens dos cursos d’água. Com o projeto de Rebelo, os rios com menos de cinco metros de largura poderiam ter a mata ciliar reduzida de 30 metros, o previsto pelo código atual, para 7,5 metros. Caso mantenha a proposta apresentada hoje, a faixa mínima fica em 15 metros. Fonte: Folha.com

7.7.10

Comissão aprova reforma do Código Florestal

Em reunião marcada por ofensas e confrontos entre parlamentares, provocações e manifestações de ambientalistas e ruralistas, foi aprovado por 13 votos a 5 o substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ao Projeto de Lei 1876/99, que revoga o Código Florestal (Lei 4771/65) e a Lei de Proteção das Florestas Existentes em Nascentes dos Rios (7754/89). Todos os destaques apresentados ao texto foram rejeitados. PT, PV e Psol e os deputados Valdir Colatto (PMDB-SC) e Assis Miguel Couto (PT-PR) apresentaram voto em separado ao parecer. A proposta ainda terá que ser votada pelo Plenário. Moratória do desmatamento Um dos pontos mais polêmicos da proposta é a proibição de abertura de novas áreas para agricultura ou pecuária em qualquer propriedade do País por cinco anos — uma moratória do desflorestamento. Em troca, as áreas que estavam em uso na agropecuária até julho de 2008 serão reconhecidas e regularizadas. O prazo de cinco anos é o tempo que União e estados terão para elaborar seu Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) e os planos de bacia, instalar os comitês de bacia hidrográfica e elaborar seus programas de regularização ambiental. Neste dispositivo está um dos questionamentos mais fortes dos ambientalistas: o texto prevê exceção à moratória do desmatamento nos casos em que as autorizações para desflorestar já tenham sido expedidas ou forem protocoladas até a data da promulgação da lei. O relator diminuiu de 30 para 20 anos o prazo para o produtor recompor as áreas desmatadas. Rebelo lembrou que os 20 anos se somam aos 5 de moratória. Em sua opinião, os 25 anos são um prazo razoável. O relatório suspende as penalidades para produtores rurais que cometeram crimes ambientais até julho de 2008. Com isso, produtores poderão continuar com suas atividades em área de reserva legal até que seja elaborado o Programa de Regularização Ambiental, cujo prazo é de cinco anos. Autonomia dos estados Uma decisão polêmica, mantida pelo relator, foi permitir que os estados diminuam ou aumentem as áreas de reserva legal de acordo com estudos técnicos e seu Zoneamento Ecológico-Econômico. A Constituição determina que a competência é concorrente, ou seja, a União tem o poder de editar normas gerais, que devem ser detalhadas pelos estados. No entender da oposição, a delimitação de áreas de proteção é típica de lei geral e não poderia ser transferida para os estados. As Áreas de Proteção Permanente (APPs) de rios (matas ciliares) de até cinco metros de largura foram reduzidas de 30 para 15 metros, e os estados não terão poder para alterar esses limites. Pequenas propriedades Aldo Rebelo excluiu da obrigação de recompor a reserva legal as propriedades de até quatro módulos fiscais. Ele manteve, porém, os percentuais de preservação: as reservas legais terão de preservar 80% da vegetação nativa na área de floresta da Amazônia Legal, 35% do Cerrado e 20% da vegetação no resto do País. Caso a vegetação remanescente seja superior a essa previsão, poderá ser cortada até esse limite. Dr. Rosinha propôs, mas não foi aceita, a utilização do conceito da Lei da Agricultura Familiar (Lei 11.326/06) para caracterizar a pequena propriedade. O deputado Anselmo de Jesus (PT-RO) afirmou, porém, que o parecer atendeu todas as necessidades da agricultura familiar do País e contemplou as sugestões de todos os setores. Para Ivan Valente (Psol-SP), o módulo fiscal também não seria apropriado. O parlamentar disse que o maior problema dessa definição é que os módulos variam a cada região do País. Classificação de vegetação Como sugerido por parlamentares da bancada que representa os produtores rurais, o relator retirou do texto as classificações de diferentes tipos de vegetação, que se dividiam em formação campestre, florestal e savânica. De acordo com os deputados, essa diferenciação poderia provocar recursos à Justiça, dada a difícil interpretação da classificação. Aldo ficou com a definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que já divide em florestas, cerrados e campos gerais. O deputado também retirou a possibilidade de recomposição com espécies exóticas, como constava da primeira versão do texto. PL-1876/1999 Reportagem - Vania Alves Edição – Regina Céli Assumpção Fonte:www2.camara.gov.br

6.7.10

"Código Florestal joga mais de 90% dos produtores na ilegalidade"

O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deputado Homero Pereira (PR-MT), defendeu nesta segunda-feira (5) a revisão do Código Florestal brasileiro e disse que a atual legislação ambiental "joga na ilegalidade mais de 90% dos produtores que trabalham para produzir para abastecer as cidades". Na segunda etapa da discussão sobre a proposta de reformulação do Código Florestal, Homero Pereira lembrou que são os produtores rurais os responsáveis pela produção dos alimentos que estão nas prateleiras dos supermercados. O deputado considerou que a produção agrícola "é discriminada" e que há "preconceito" contra quem é produtor rural no Brasil. Homero Pereira também saiu em defesa do relator da máteria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que dedicou seu relatório, apresentado no começo do mês de junho, aos produtores rurais. "Ele reconheceu (a agricultura) como a atividade mais competitiva do País", disse. O vice-presidente da CNA voltou a lembrar que, no total, o Brasil tem 851 milhões de hectares. "Não é terra acabada", disse. Na primeira parte da reunião, na manhã desta segunda-feira (5), Aldo Rebelo apresentou suas propostas de mudança ao texto original. Homero Pereira também lembrou que o modelo de produção agrícola do País é "sustentável". "Desafio a encontrar (no mundo) um modelo de produção como o brasileiro", afirmou ele, lembrando que os agricultores produzem para abastecer o mercado interno e para gerar excedentes de exportação. Ainda segundo o parlamentar, 62% do território brasileiro está preservado, quadro que, para ele, é motivo de orgulho para os produtores rurais. "Os produtores precisam ter orgulho do que eles fazem", comentou. Sobre a legislação ambiental, ele afirmou que foram 16 mil intervenções nos últimos anos, alterações ou inclusões de normas feitas por meio de atos, decretos e portarias. Homero Pereira também falou sobre o processo de discussão do relatório. "Somos pautados pelo que ouvimos nas audiências públicas", afirmou ele, ao lembrar a pressão das organizações não governamentais (ongs) para que o relatório determinasse restrições à produção brasileira. Para o deputado, o relatório de Aldo Rebelo é isento. A partir de agora, continuou, a meta é discutir o texto para aperfeiçoá-lo, debate que será feito na comissão e no Plenário da Câmara dos Deputados. "Vamos para o embate democrático no Plenário da Câmara dos Deputados.", afirmou. Ele lamentou a "luta entre ambientalismo e ruralismo". "Deveríamos estar unidos", afirmou. CNA

5.7.10

Menos desmate e mais agricultura podem ampliar receita brasileira

Relatório estima que redução do desmatamento até 2030 aliada a aumento da produção agrícola podem aumentar receita brasileira em até R$ 545 bilhões. Em estudo divulgado nesta quinta-feira, a ONG Avoided Deforestation Partners calcula que o Brasil poderia ter aumento em sua receita bruta de R$260 bilhões a R$545 bilhões com a redução do desmatamento até 2030. Segundo o levantamento, esse incremento na receita viria da combinação de aumento da produção agrícola e financiamentos de proteção florestal -- o "valor" do desmatamento evitado é convertido em créditos que podem ser vendidos no mercado de carbono. O estudo veio à tona na esteira da pesquisa "Farms Here, Forests There: Tropical Deforestation and U.S. Competitiveness in Agriculture and Timber", produzida pela mesma instituição, que afirmava que a agricultura americana estaria sendo beneficiada pela proteção de florestas no Brasil, já que as terras preservadas não poderiam ser utilizadas para o cultivo de alimentos. A publicação foi utilizada pela bancada ruralista para apoiar a polêmica proposta de mudanças no Código Florestal Brasileiro, apresentada ao Senado há duas semanas pelo senador Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Neste novo estudo, a ONG faz uma mea culpa e afirma que os ganhos para a agricultura norte-americana não significam perdas para o Brasil. "O importante deste estudo em relação ao primeiro é que ele deixa claro que o interesse em combater o desmatamento não é apenas dos fazendeiros americanos, mas dos brasileiros também", afirma o ex-secretário do Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que sugeriu a realização do novo levantamento à ONG. "O primeiro estudo foi utilizado de maneira equivocada pelos defensores das mudanças propostas no Código Florestal para desqualificar a defesa da floresta, caracterizando-a como um lobby dos fazendeiros americanos." O relatório atrela os ganhos de receita do País à preservação de florestas e à garantia de que nenhuma mudança na lei abra brechas para o desflorestamento. Viana acredita que os fazendeiros podem, sim, ganhar com a redução do desmatamento. "Até porque, quanto mais áreas agricultáveis, maior a produção e a oferta e, consequentemente, menor o preço. Agora, quanto menor a área disponível para a agricultura, menor a oferta e então os preços sobem." Mas e os preços mais altos, não prejudicam o consumidor? Viana afirma que, num cenário onde a oferta de novas áreas agrícolas é reduzida, os produtores terão um estímulo à melhora da produtividade. Com isso, poderão vender alimentos a preços acessíveis. "Os americanos estão alguns degraus acima em tecnologia agrícola. Então nosso espaço para melhorar nossa produtividade com uso de tecnologia é maior que o deles”. Para o presidente da ONG Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) Rubens Gomes, qualquer tentativa de calcular o valor da manutenção da floresta em pé é prematura. "Não temos uma definição estabelecida sobre esse mercado de carbono. Acredito que qualquer tentativa de transformar em valores o nosso não-desmatamento é puro futurismo, especulação mesmo”. Segundo Gomes, o próprio Ministério do Meio Ambiente é muito cauteloso com números. "Participei de um curso sobre REDD (sigla de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, mecanismo que remunera a floresta mantida em pé) lá no Acre e, depois de algum tempo falando de dinheiro, a gente só via cifrão nos olhos dos índios e dos ribeirinhos que estavam lá. Nessas discussões monetárias, eu percebo que os valores econômicos estão sempre acima dos valores éticos", conclui. Fonte: Estadão

4.7.10

Relatório permite reflorestamento com plantas exóticas

Apesar de questionada a decisão de permitir o reflorestamento com plantas exóticas, o relator do Projeto de Lei 1876/99, que reforma o Código Florestal (Lei 4.771/65), deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse que é preciso propor um mecanismo para a defesa de plantas que, como a jaqueira ou a mangueira, já foram introduzidas há mais de quatro séculos e hoje estão correndo risco de extinção em algumas regiões. O parlamentar explicou que a madeira da jaqueira é muito utilizada e que as mangueiras são derrubadas porque os pecuaristas temem que as vacas engasguem com o caroço da fruta. Durante a exposição do relator e de deputados que defendem o agronegócio na reunião da comissão especial que trata da reforma o Código Florestal (Lei 4.771/65), representantes de grupos ambientalistas protestaram com cartões vermelhos. Quando falavam os ambientalistas, os cartões são verdes. A maior parte das organizações ambientalistas considera que haverá retrocesso na legislação ambiental, caso o substitutivo de Aldo Rebelo seja aprovado. O relator afirmou que a oposição ao seu projeto se recusa a buscar uma solução para os problemas do campo. Ele enfatizou que hoje, 90% da atividade agrícola está fora da lei. “Não resolver esse problema é inviabilizar o cultivo do arroz, do café, da maça, da banana e até do boi do Pantanal”. Na opinião de Aldo Rebelo, os ambientalistas acham que podem resolver tudo com fiscalização e multa, “mas isso pode levar à invibialização da produção”. Rebelo acredita que a consequência dessa postura só pode ser a reconcentração da propriedade, o que acredita que já está ocorrendo, a migração para as cidades e o aumento da criminalidade. O deputado Homero Pereira (PR-MT) acrescentou que Código Florestal tem de ser alterado porque “jogou os agricultores na ilegalidade”. Já Luis Carlos Heinze (PP-RS) defendeu a consolidação das áreas previstas no projeto, que dispensa a recomposição das áreas de preservação. "São milhares, milhões de produtores em todo o Brasil multados e outros que não estão conseguindo produzir por conta dessa atual legislação ambiental. O Brasil explora apenas 260 milhões de hectares com agricultura e pecuária, e nós temos 851 milhões de hectares. Então nós vamos deixar mais de 500 milhões de hectares para a preservação ambiental". Aldo informou que o País tem 5,2 milhões de produtores rurais, sendo 4 milhões de pequenos produtores. Ele explicou que mais de 60% do País tem área preservada e que a intenção é apenas legalizar a situação daqueles que ocupam produtivamente menos de 200 milhões de hectares. O relator ainda ressaltou que a propriedade improdutiva não é afetada pela legislação ambiental. Continua: * Relator vai alterar regra sobre dispensa de reserva legal no Código Florestal. Fonte: Envolverde/Agência Câmara

1.7.10

Novo Código Florestal atende às exigências da agricultura familiar

O relatório sobre mudanças no Código Florestal atende às exigências da agricultura familiar, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch. Segundo ele, a Contag é favorável à alteração do Código Florestal Brasileiro para a agricultura familiar e para a reforma agrária. Segundo ele, o relatório do deputado isenta os pequenos agricultores da averbação da reserva legal (fração destinada à preservação ambiental). “Imagine 4,5 milhões de pequenas propriedades no Brasil, que no total representam menos de 20% da área agricultável no país. Se fosse manter a averbação, nunca iríamos legalizar essa agricultura [familiar]”. Boch afirmou que a Contag negociou com o governo para enquadrar o novo código na lei da agricultura familiar. “Podemos detectar que grande parte da nossa proposta de diferenciação da agricultura familiar brasileira está contemplada no relatório”. A apresentação do parecer do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) sobre mudanças no Código Florestal foi feita ontem (9) na Comissão Especial da Câmara que trata do tema. Entre as mudanças propostas pelo relator estão a atribuição de mais autonomia aos estados para legislar sobre meio ambiente e a retirada da obrigatoriedade de reserva legal em pequenas propriedades. Fonte: Diário de Pernanbuco
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