31.10.10

FLORESTAS, O NEGÓCIO DO SÉCULO XXI!


A floresta produz de madeira a água, de ar limpo a animais silvestres, de papel a turismo, de móveis a educação, de tecido a pizza, de tijolo a remédio, de chapa de fibra a quebra vento, de moradia a perfume.Além disso ajuda a seqüestrar carbono e mitigar o aquecimento global.

Em tudo isso a árvore participa e tudo isso dá dinheiro.

As florestas de São Paulo empregam para a sua produção e o beneficiamento da sua matéria prima quase 100 mil pessoas com um faturamento que ultrapassa os 15 bilhões de reais.
Essa é uma realidade que precisa ser conhecida, divulgada e ampliada.

O FLORESTAR que congrega o setor florestal de São Paulo se empenha na implantação das metas setoriais para os próximos 25 anos: plantar quatro MILHÕES DE HECTARES gerando um MILHÃO DE EMPREGOS no período.
Esses empregos fortalecerão o consumo regional, propiciarão novos investimentos, abrirão novos mercados, criarão novos produtos e usos e fixarão a população em seus locais de origem.


Todas as mais de 300 mil propriedades rurais do Estado possuem um cantinho onde se pode e se deve plantar floresta. E toda floresta, mais cedo ou mais tarde, vai produzir um benefício.
As oportunidades que se abrem para o produtor rural e outros ramos ligados ao setor para diversificarem as suas produções, seus serviços e aumentarem suas receitas são reais e ambientalmente adequadas.
São Paulo possui uma área de mais de 4 milhões de hectares cuja maior vocação é plantar florestas.

ENGº AGRº EDUARDO P. CASTANHO Fº
                    CONSELHEIRO DO FLORESTAR SÃO PAULO
                 PESQUISADOR CIENTÍFICO –IEA/ APTA/ SAA-SP

30.10.10

Lixo que vira energia


Unaí (MG) experimenta com sucesso a transformação de resíduos em combustível e prevê queimar 100% da coleta diária até 2012.



Quase tudo vira lixo, e o lixo vira o quê? Com a recém-aprovada Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), grande parte do material jogado fora poderá ser queimado como combustível e se tornar uma nova fonte de energia para o país. Atualmente, o Brasil produz 183,5 mil toneladas de lixo por dia e ainda não dispõe de tecnologia em larga escala para transformar esse lixo em energia elétrica.


Mas a cidade mineira de Unaí já vem experimentando com sucesso o uso do lixo na geração de energia e, até o fim de 2011, deve queimar 100% do lixo coletado diariamente, acabando com o aterro sanitário local.


Pelo Projeto Natureza Limpa (http://www.naturezalimpa.com/), a prefeitura implantou em parceria com um empresário local uma miniusina de carbonização do lixo. O processo ainda não produz energia elétrica, mas transforma o lixo em combustível para as siderúrgicas do Estado e matéria prima para indústrias químicas.


Na miniusina de Unaí, o lixo é depositado em um forno, sem nenhuma separação. O material orgânico e outros combustíveis como plástico viram carvão; produtos de origem mineral não combustível, como vidro, permanecem intactos. Cerca de 90% do material carbonizado são vendidos a siderúrgicas mineiras, e os 10% restantes são usados na fornalha da própria usina. Já os materiais que ficam intactos seguem para a reciclagem.


O chamado chorume, aquele líquido escuro e espesso que sai do lixo se transforma em vapor no forno, mas não volta a poluir o ar. Esse vapor é canalizado para um destilador que expele apenas água e oxigênio. No destilador o vapor de chorume é transformado em quatro subprodutos:  óleo vegetal, alcatrão, lignina e água ácida, usados na produção de biodiesel, cosméticos, abrasivos, entre outros.


O sistema mineiro já recebeu a licença ambiental e pode se tornar uma boa opção para fechar os lixões de todo o país. Esse tipo de depósito de lixo não tem nenhum tratamento ambiental e polui ar, água, solo, subsolo e o lençol freático. A Política Nacional de Resíduos Sólidos obriga os municípios a acabarem com os lixões em até quatro anos.


Sérgio Guerreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Conselho de Pesquisa em Tecnologia de Geração de Energia a Partir de Resíduos (WTERT Brasil), diz que a experiência na Comunidade Europeia deu certo. Em 2009, 60 milhões de toneladas de lixo foram incineradas na Europa.


Fonte: Redação Instituto Akatu

29.10.10

Sociedades científicas dizem que novo Código Florestal é “imediatista”


A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências) divulgaram nesta quarta-feira uma carta conjunta na qual afirmam que a atual proposta de reforma no Código Florestal foi feita sem embasamento científico e com “excessiva urgência e imediatismo”.
O documento será entregue nesta quinta-feira (28) aos candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), e a parlamentares.”
O documento adianta algumas conclusões de um relatório técnico encomendado pelos presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da ABC, Jacob Pallis, a uma comissão de 17 especialistas. O relatório deve ser concluído no fim deste ano.
As análises dos pesquisadores até agora “não deixam dúvidas de que há estoque suficiente de terras agrícolas apropriadas” para expandir a produção de alimentos, fibras e biocombustíveis no Brasil pelo menos até 2020, “destacando-se o fato de que ainda há grande espaço para significativos aumentos sustentáveis da produtividade alicerçados em ciência e tecnologia”, diz a carta.
Os cientistas querem sustar a aprovação pelo plenário da Câmara dos Deputados do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), já aprovado numa comissão especial da Câmara dos Deputados.
O texto traz, na visão de ambientalistas, vários retrocessos na proteção às florestas, entre eles uma flexibilização considerada excessiva nas áreas de preservação permanente. Também anistia desmatamentos feitos até 2008.
Rebelo e o setor produtivo argumentam que o Código Florestal, editado originalmente em 1965, ficou desatualizado, e sua versão atual peca por não reconhecer ocupações já consolidadas pela agropecuária em todo o país.
Ao exigir a reposição da cobertura florestal nativa nessas áreas – como várzeas onde se planta arroz e morros onde se planta café e uva, por exemplo -, o decreto presidencial de 2008 que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais põe 90% dos agricultores brasileiros na ilegalidade, diz o deputado paulista.
Os cientistas concordam que o Código Florestal precisa ser revisto e atualizado. Mas, afirmam, essa revisão deve ser “embasada em parâmetros científicos que levem em conta a grande diversidade de paisagens, ecossistemas, usos da terra e realidades socioeconômicas existentes no país”. (Fonte: Claudio Angelo/ Folha.com)

28.10.10

Japão oferece US$ 2 bilhões durante 3 anos para proteger biodiversidade


O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou nesta quarta-feira (27) que o Japão doará US$ 2 bilhões nos próximos três anos aos países em desenvolvimento para proteger a biodiversidade, uma iniciativa saudada pelo Brasil, porta-voz dessas nações.
“Vamos lançar uma iniciativa para apoiar os esforços dos países em desenvolvimento, para que elaborem suas estratégias nacionais e as apliquem”, disse Naoto Kan no discurso de abertura da sessão ministerial da 10ª Conferência sobre a Diversidade Biológica (CDB), que acontece em Nagoya.
“Concederemos uma ajuda de US$ 2 bilhões, em três anos, a partir de 2010″, garantiu o premier japonês.
A questão da ajuda financeira aos países em desenvolvimento é um dos pontos-chave da negociação que chegará ao fim na sexta-feira.
Os outros temas cruciais são a instituição de metas globais para 2020 (percentual de áreas protegidas na terra e no mar, por exemplo) e a aprovação de um acordo sobre as condições de acesso das indústrias do Hemisfério Norte aos recursos genéticos dos países do sul.
Os representantes de 193 países estão reunidos desde 18 de outubro em Nagoya para tentar concluir acordos sobre os três pontos.
Extinção e conservação – Um amplo estudo sobre os vertebrados (mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes) apresentado nesta quarta-feira em Nagoya mostra que apesar de 20% das espécies estarem ameaçadas, os cientistas têm agora provas indiscutíveis dos efeitos positivos dos esforços de conservação.
Os cientistas identificaram 64 mamíferos, aves e anfíbios que tiveram o estado de conservação melhorado graças às medidas de proteção adotadas.
Mas apesar dos delegados presentes em Nagoya afirmarem ter consciência da situação, as negociações estão bloqueadas pelas habituais disputas entre países ricos e pobres, que já frustraram em grande parte as discussões na ONU sobre a luta contra a mudança climática.
Neste sentido, o anúncio do Japão acalmou os ânimos, mesmo sem a divulgação de detalhes sobre o destino do dinheiro e quanto consistirá em ajuda direta e quanto em empréstimos.
O Brasil, que se tornou o porta-voz dos países emergentes, elogiou a oferta do Japão.
“É uma boa notícia”, declarou à AFP a ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
“Para nós, no Brasil, é muito importante destacar que novos fundos, dinheiro adicional, são absolutamente importantes para a nova fase (das negociações)”, acrescentou.
A ministra afirmou na terça-feira que as negociações internacionais sobre a biodiversidade em Nagoya devem resultar imperativamente em um acordo para conter a biopirataria.
Já a ONG Greenpeace, que faz parte da sociedade civil presente nas discussões, destacou que a oferta do Japão estimula as oportunidades de um acordo em Nagoya.
“É um grande início que o Japão apresente números concretos para proteger a vida na Terra”, afirmou à AFP o diretor do Greenpeace Wakao Hanaoka. (Fonte: G1)

Produtos florestais movimentam US$ 99,781 na economia


Os produtos florestais como a celulose, resinas, folhas e sementes geraram US$ 99,781 milhões na balança comercial dos primeiros seis meses deste ano, o que corresponde a 11,48% do faturamento do setor.
Os mercados interno e externo, não se focam apenas na celulose, madeira e papel que, no mês de agosto, geraram US$ 723,86 milhões em exportações, mas também por uma vasta lista de extratos, resinas, folhas e sementes utilizados como matéria-prima de uma infinidade de produtos como adesivos, chicletes, tintas, vernizes e corantes.
Segundo o professor de economia agrícola florestal da Esalq-USP, Carlos José Caetano Bacha, os produtos obtidos a partir de florestas e da silvicultura são divididos em duas classes: madeireiros e produtos florestais não madeireiros (PFNMs - na qual se enquadra as gomas, resinas, óleos, extratos com corantes vegetais, taninos, produtos medicinais, fito-farmacêuticos e fitoquímicos.
A lenha, o carvão, a madeira em tora e o cavaco (celulose) são as quatro categorias de produtos madeireiros com grande utilização industrial. Na siderúrgica, por exemplo, o carvão vegetal é fonte de energia e componente no processo de fusão de minério de ferro.
 


Fonte: Gazeta de Ribeirão – Adaptado por Painel Florestal

27.10.10

Projeto de Lei autoriza desconto no IR de gastos com reflorestamento


De acordo com a proposta, a dedução será de até 10% do imposto devido. O deputado Homero Pereira considera que “além de promover a preservação ambiental, a iniciativa vai fomentar a geração de empregos e renda”. O desconto não exclui e nem reduz outros benefícios, abatimentos e benefícios em vigor hoje.


 Câmara analisa o Projeto de Lei 7224/10 do deputado Homero Pereira (PR-MT), que autoriza pessoas físicas e jurídicas a deduzirem, do imposto de renda, gastos com projetos de reflorestamento e de preservação do meio ambiente. De acordo com a proposta, a dedução será de até 10% do imposto devido.

O deputado Homero Pereira considera que “além de promover a preservação ambiental, a iniciativa vai fomentar a geração de empregos e renda”. O desconto não exclui e nem reduz outros benefícios, abatimentos e benefícios em vigor hoje.

Conforme o projeto, o direito à dedução deverá ser previamente reconhecido pela Delegacia da Receita Federal da jurisdição do contribuinte. A Receita ficará encarregada de fiscalizar a aplicação do incentivo fiscal.

O contribuinte que efetuar as deduções será responsável por irregularidades resultantes dos projetos executados. Na hipótese de fraude ou desvio de recursos, o projeto estabelece que será aplicada multa ao contribuinte, correspondente ao dobro do valor da vantagem recebida.

Tramitação O PL 7224/10 está apensado ao PL 5974/05, que já foi aprovado nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A proposta, que tramita em urgência - regime de tramitação que dispensa prazos e formalidades regimentais, para que a proposição seja votada rapidamente. Nesse regime, os projetos tramitam simultaneamente nas comissões - e não em uma cada de vez, como na tramitação normal. Para tramitar nesse regime é preciso a aprovação, pelo Plenário, de requerimento apresentado por: 1/3 dos deputados; líderes que representem esse número ou 2/3 dos integrantes de uma das comissões que avaliarão a proposta. Alguns projetos já tramitam automaticamente em regime de urgência, como os que tratam de acordos internacionais., agora será analisada pelo Plenário.


Fonte: Agência Câmara

26.10.10

É preciso pôr um preço nos serviços prestados pela biodiversidade, diz ONU


Os danos ao capital natural, incluindo florestas, vai de US$ 2 bilhões a US$ 4,5 bilhões ao ano.

Governos e empresas precisam começar a computar as perdas causadas pela deterioração da natureza em seus orçamentos e PIBs, diz um relatório patrocinado pelas Nações Unidas e divulgado nesta quarta-feira, 20. Os danos ao capital natural, incluindo florestas, mangues e pradarias vai de US$ 2 bilhões a US$ 4,5 bilhões ao ano, mas esse prejuízo não é formalmente contabilizado.
Essa "invisibilidade" precisa mudar, para que medidas sejam tomadas para salvar ecossistemas que são fontes vitais de alimento, água e renda, disse o líder do estudo Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (conhecido pela sigla em inglês, TEEB), Pavan Sukhdev.
"Não podemos tratar isso de fora leviana", disse ele em entrevista coletiva NPS bastidores da reunião da ONU sobre biodiversidade realizada em Nagoya, Japão, onde enviados de cerca de 200 países buscam definir metas de preservação ambiental para2020. A conferência prossegue até o dia 29.
"Infelizmente, a ausência de uma lente econômica para refletir essas realidades tem significado que tratamos esses assuntos de forma negligente, que eles não são centrais nas discussões de política pública ou de negócios".
Sukhdev apresentou a parte final de diversos relatório TEEB que analisam o valor da natureza, incluindo florestas que purificam o ar, abelhas que polinizam plantações e recifes de coral que abrigam milhões de espécies.
Por exemplo, reduzir o desflorestamento pela metade até 2030 cortaria o dano causado pelo aquecimento global em mais de US$ 3,7 trilhões, enquanto que as abelhas da Suíça garantem uma produção comercial agrícola avaliada em US$ 213 milhões.
Economias emergentes como Índia e Brasil apoiaram o esforço da ONU, dizendo que usarão o TEEB como guia. "No nível nacional, estamos discutindo a implementação de um estudo TEEB de nosso capital natural, e o setor provado brasileiro também planeja ir na direção de uma abordagem prática e sustentável", disse Bráulio Dias, secretário do Ministério do Meio Ambiente, em nota.


Fonte: REUTERS

25.10.10

Programa REFLORA


Último dia para envio de propostas ao Programa REFLORA.


Até o dia 25 de outubro pesquisadores podem enviar propostas para o resgate de dados sobre a flora brasileira. O Edital 056/2010 foi lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq/MCT, e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, FNDCT, em parceria com o Ministério da Educação, MEC, com a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Capes, e com as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, FAPs.
Segundo a assessoria de comunicação, deverão ser avaliadas informações das amostras da flora brasileira coletadas até o século 20 e por missões estrangeiras e depositadas no Royal Botanic Gardens (RBG) de Kew, Inglaterra, e Muséum National d’Histoire Naturelle (MNHN) de Paris, França.
O investimento total estimado é de R$ 17 milhões, sendo que cada proposta vai receber no máximo R$ 200 mil para projetos individuais, e R$ 600 mil para projetos de redes, para gastos com capital, custeio e bolsas.
O edital pretende ampliar o desenvolvimento científico e tecnológico resgatando as informações e disponibilizando os dados online, no Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira, Reflora.
O autor da proposta deve ser doutor e ter o currículo cadastrado na Plataforma Lattes, e ser obrigatoriamente o coordenador do projeto, com vínculo celetista ou estatutário com a instituição executora. Os projetos devem ter prazo máximo de execução de 36 meses.
Os projetos devem ser encaminhados ao CNPq pela internet, por intermédio do Formulário de Propostas Online, disponível na Plataforma Carlos Chagas. O resultado da seleção deve ser divulgado no dia 15 de novembro.



Fonte: CIFlorestas

VIII Simpósio Nacional sobre Recuperação de Áreas Degradadas será em Guarapari – ES


O SINRAD 2010 – VIII Simpósio Nacional sobre Recuperação de Áreas Degradadas, acontece de 30 de outubro a 02 de novembro de 2010.

O SINRAD 2010 – VIII Simpósio Nacional sobre Recuperação de Áreas Degradadas, acontece de 30 de outubro a 02 de novembro de 2010, no Centro de Convenções do SESC, no bairro Muquiçaba, em Guarapari, cidade litorânea do sul do Espírito Santo, localizada a 50 km da capital Vitória.
O evento é promovido pela SOBRADE – Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas – e tem como tema a Reabilitação e Restauração de Biomas.
Mais informações: http://www.sobrade.com.br .


Fonte: Cleverson de Mello Sant’Anna

24.10.10

Pegada ecológica x 'economia verde'


Acaba de sair o mais completo balanço da insustentabilidade: o Relatório Planeta Vivo 2010 . Essa é a oitava edição do documento que mais notabilizou a Pegada Ecológica, publicado a cada dois anos pelo WWF- Internacional (World Wide Fund For Nature), com a Zoological Society of London (ZSL) e a Global Footprint Network (GFN).



Esse balanço entre a pressão humana sobre a natureza e sua capacidade regenerativa (ou "biocapacidade"), que surgiu no início dos anos 1990, na Universidade de British Columbia, em Vancouver, resultou de pesquisa do ecólogo William E. Rees. A metodologia foi consolidada em 1994, em tese de doutorado de um de seus alunos, o engenheiro suíço Mathis Wackernagel. Em seguida foi publicada em co-autoria no livro "Our Ecological Footprint" (New Society Press, 1996). No entanto, por ter despertado grande interesse, proliferaram cálculos pouco rigorosos, até que surgisse, a partir de 2003, a normatização do GFN (www.footprintnetwork.org), dirigido por Wackernagel.
É assustadora a principal revelação do oitavo relatório: em 2007 a sobrecarga imposta pelas atividades humanas foi 50% maior que a capacidade regenerativa do planeta. Além disso, o relatório também apresenta projeções com base em diferentesvariáveis relacionadas ao consumo de recursos naturais, uso da terra e produtividade, graças a uma nova "Calculadora de Cenário de Pegadas".
No cenário básico, a perspectiva não poderia ser mais tétrica: até 2030 a humanidade precisaria da biocapacidade de dois planetas Terra para poder absorver as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e manter o consumo de recursos naturais. Cenários alternativos, que pressupõem mudanças nos padrões de consumo e nas matrizes energéticas, ilustram quais seriam as ações imediatas capazes de reduzir o hiato entre a Pegada Ecológica e a biocapacidade.
Entre a estabilidade e a necessidade de reduzir o impacto das ações humanas não existe saída simplista.

Três outros dados são cruciais. A biodiversidade global sofreu uma queda de 30% em menos de quarenta anos, atesta o mais antigo indicador do WWF - Internacional, o IPV: Índice Planeta Vivo. Chegam a 71 os países com déficit em recursos hídricos suficiente para comprometer a saúde de seus ecossistemas, aponta seu mais novo indicador, o PHP: Pegada Hidrológica da Produção. Foi de 35% o salto das emissões de GEE desde o primeiro relatório, de 1998.
Todavia, há uma séria disparidade entre a excelência desses diagnósticos e o conteúdo do capítulo final - propositivo - intitulado "Uma economia verde?". Dá a entender que a "economia verde" preconizada pelo WWF- Internacional está na linha da "estratégia de crescimento verde", esboçada em maio pelo conselho ministerial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e que se encontra em fase de consultas para que uma versão definitiva seja adotada em 2011.
É péssima essa versão preliminar da estratégia da organização porque tenta fazer de conta que o crescimento não constitui "dilema", como evidenciou com muita clareza o relatório do governo britânico "Prosperity without growth?" . Os ganhos de ecoeficiência que reduzem a proporção de energia e de matéria em cada unidade de produto são mais do que compensados pelo aumento da população e de seus níveis e padrões de consumo. É a chamada "questão da escala!", evidenciada pelo contraste entre as fortíssimas reduções de intensidade de carbono das principais economias e o incessante aumento de suas emissões em termos absolutos.
Ora, pertencem justamente à OCDE os raros países que já poderiam planejar uma transição à condição estável, pois suas populações deixaram de aumentar e a melhoria de sua qualidade de vida não depende mais de aumento da produção. Como mostrou o modelo macroeconométrico de Peter Victor para o caso do Canadá, descrito no livro "Managing without growth; slower by design, not disaster" (Edward Elgar, 2008).
Entre a manutenção da estabilidade social e a necessidade de reduzir o impacto das atividades humanas sobre a natureza, não existe saída simplista como pretendem os que especulam com essa ideia de um suposto "crescimento verde". O dilema se impõe porque a pressão sobre os ecossistemas não cessa de aumentar com a expansão da economia: a desmaterialização não engendra alívio ecossistêmico.
Ao fazer de tudo para evitar o enfrentamento de um sério debate sobre o "dilema do crescimento", a OCDE está compondo um verdadeiro "samba do crioulo doido". É lamentável perceber, portanto, que o WWF - Internacional se deixa ludibriar por tamanha operação de auto engano.
Por último - mas não menos importante - o logro do "crescimento verde" esboçado pela OCDE também ignora as recomendações da Comissão Stiglitz-Sen-Fitoussi, feitas há exatamente um ano (www.stiglitz-sen-fitoussi.fr). Em curta nota de rodapé, mal reconhece a necessidade de superação dos atuais indicadores de desempenho econômico e de qualidade de vida. Chocante, pois foi decisiva a contribuição do Serviço de Estatísticas da OCDE para o sucesso do trabalho dessa Comissão.



Fonte: Valor

23.10.10

Apostando alto contra as mudanças climáticas


Compromissos de redução de emissões e investimento em tecnologias: Em quanto tempo as empresas serão capazes de cumprir, ou há limites? Investimento alto em tecnologia para as metas voluntariamente assumidas? Articulando políticas e capacidades.


Serão necessários entre 75 e 100 bilhões de dólares por ano para que os países em desenvolvimento se adaptem às mudanças climáticas, entre 2010 e 2050. A informação publicada pelo Banco Mundial vem acompanhada de um criterioso estudo demonstrando como a integração de políticas de gestão e o desenvolvimento de novas tecnologias se apresentam como a principal solução para proteger a população mundial contra os efeitos das alterações no clima.
Desde a ratificação do Protocolo de Kyoto, observa-se o comprometimento de um número cada vez maior de nações em prol da mitigação e adaptação às mudanças do clima. Como resultado, vemos emergir novas políticas relacionadas ao aquecimento global e metas compulsórias e voluntárias visando à redução de emissões em diversos setores econômicos e industriais.
Entretanto, enquanto novas regulamentações criam políticas cada vez mais abrangentes, cresce a necessidade de tecnologias de baixo carbono que atendam às metas de redução de emissões. Energias renováveis, eficiência energética, substituição de combustível e manejo de resíduos são exemplos de onde é possível, hoje, desenvolver projetos de carbono.
Embora o número destes projetos tenha crescido significativamente, urge a necessidade de explorar novas frentes dado que as emissões aumentam significativamente todo ano. Mesmo que investir alto em tecnologias mais agressivas não pareça a alternativa economicamente mais lógica, ainda é a melhor e mais rápida solução para resolver as principais questões envolvidas com as alterações do sistema climático. Hoje, a EMBRAPA estuda as possibilidades da extração de etanol e biodiesel através de cianobactérias; já existem várias pesquisas sobre a geração de etanol a partir da fibra de celulose; e desde que com procedimentos bem conduzidos, podemos aproveitar marés para geração de energia. Estes são alguns de vários exemplos de tecnologias inovadoras para redução de emissões.
Prova de que o investimento compensa é o surgimento de programas incentivando tecnologias de produção mais limpa e fomentando a pesquisa e desenvolvimento na área, atrelados os fundos para projetos de carbono, buscando também a geração de conhecimento e transferência tecnológica. Mas ainda podemos tirar muito mais vantagens destes programas.
Seja para economias desenvolvidas ou em desenvolvimento, a garantia do bem estar das nações requer iniciativas em inovação tecnológica, empreendedorismo e criatividade para driblar os desafios das mudanças climáticas. E para que isso seja possível, é indispensável a criação de programas e investimentos que atraiam, apóiem e viabilizem as melhores idéias.
Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei federal n. 12.187/2009, Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei No. 13.798) e Política de Mudança do Clima no Município de São Paulo (Lei 14.993, de 5 de junho de 2009), políticas de mudanças climáticas nos três níveis. As regras estão definidas, os setores foram apontados e as metas postas. Não há dúvidas de que é necessário que empresas lancem mão de inovações tecnológicas para adequarem às leis e exigências do mercado mas ainda está demasiadamente obscuro o caminho a ser trilhado. 


Fonte: Ernesto Cavasin, Carlo L. Pereira, Fernando Abreu e Heloísa Garcia, da equipe de sustentabilidade e mudanças climáticas da Pricewaterhouse Coopers

22.10.10

Recuperação do solo degradado: a única alternativa verde e amarela


No dia 18 de agosto de 2010, foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional o Programa Agricultura de Baixo Carbono,cujo objetivo é disponibilizar R$ 2 bilhões por meio do BNDES para estimular o uso de técnicas que reduzam a emissão de gases de efeito estufa.


O pecuarista, por sua vez, também já pode contar com o auxílio do governo na hora de implantar estratégias “verdes”: em dezembro de 2009, a Lei 12.187 criou o Fundo Nacional de Mudança do Clima, outro importante órgão de fomento que apoiará iniciativas sustentáveis no campo.
A crescente atenção dedicada aos impactos ambientais da agropecuária não é obra do acaso. Responsável por grande parte do desmatamento da Amazônia, a agropecuária vem sendo apontada como a principal vilã ambiental no Brasil, pois responde pela maior parcela de emissão de gases de efeito estufa do país.
O governo brasileiro está investigando meios de implantar um mercado de carbono nacional para os setores econômicos mais poluentes. O Ministério da Fazenda encomendou uma pesquisa sobre como um mecardo de carbono doméstico ajudaria a controlar as emissões em setores como o de energia, transportes, agronegócios e indústria. Desde então, o Brasil entrou para o rol de países emergentes que vêem na criação de um mercado de carbono interno uma alternativa para reduzir suas emissões. Outros países como Coréia do Sul, México e Costa Rica cogitam a mesma possibilidade. No entanto, a proposta que mais se assemelha à brasileira vem da Austrália.
Nesse país, existe uma proposta de mercado de carbono ainda em fase de estudo denominada Soil Carbon Accreditation Scheme (SCAS). Seu objetivo consiste em sequestrar CO2 por meio da plantação de pastos e áreas de cultivo permanentes, uma estratégia que não encontra paralelo em outros países do hemisfério sul. O pioneirismo da Austrália deriva do reconhecimento de que plantas podem ser importantes aliadas na captura de CO2 através do solo, uma vez que a fotossíntese absorve esse gás e libera oxigênio em troca. E não é só isso: estudos mostram que plantios são mais eficientes na captura de CO2 do que florestas nativas. As gramíneas presentes no pasto, por exemplo, têm um potencial de absorção de carbono superior àquele das árvores.
Recentemente, a Universidade de Sydney revelou mais uma vantagem estratégica das áreas de cultivo no combate ao aquecimento global. Segundo os pesquisadores, o plantio de gramíneas em uma determinada área pode absorver mais metano do que o gado nela apascentado é capaz de liberar. No entanto, isso só acontece quando há um alto teor de matéria orgânica na camada agriculturável do solo. Em outras palavras, o solo saudável é capaz de neutralizar as emissões de metano geradas pela fermentação entérica do gado. No entanto, essas conclusões ainda não são definitivas. No Brasil, a Krya LP está desenvolvendo pesquisas no cerrado.
Enquanto a Austrália ainda está conduzindo propostas, em Portugal já é possível encontrar um projeto em plena fase de execução. Em julho de 2009, o governo português destinou milhões de dólares à recuperação de áreas de pasto, procedimento respaldado pelo Protocolo de Quioto. Estima-se que a quantia atenderá um total de quatrocentos fazendeiros participantes e tornará produtiva uma região de aproximadamente 42.000 hectares. O objetivo é aumentar a capacidade de retenção de carbono e água do solo, o que o tornará mais fértil.
A solução encontrada pelo governo português pode ajudar o país a cumprir sua meta de redução de emissões prevista no Protocolo de Quioto. Ao que tudo indica, se o escopo do projeto abrangesse toda a área destinada à agricultura, Portugal poderia, inclusive, superar a meta de cortes estabelecida. E não é só isso: os investimentos necessários seriam mínimos, se comparados aos gastos de outras iniciativas de redução de emissões.
Tanto a iniciativa portuguesa quanto o projeto australiano indicam exatamente o caminho que o Brasil ainda precisa percorrer. A recuperação de áreas degradas implementada em Portugal pode ser a solução mais simples para conter o desmatamento da Amazônia, que, seguido pela flatulência do gado, é um dos maiores desafios apontados no inventário brasileiro de emissões.
Na hora de regenerar terras, vale a pena conhecer opções ecologicamente corretas, como a utilização de meios naturais – e economicamente mais vantajosos – de conseguir os nutrientes que o solo precisa. Os fungos microrrizais são uma alternativa de relevo, pois, ao absorverem carbono, fornecem nitrogênio orgânico, cálcio, entre outras substâncias importantes que contribuem para o crescimento da planta. Dessa forma, a recuperação de áreas degradadas é útil não apenas porque sequestra CO2 e, consequentemente, reduz as emissões, mas também porque ajuda a enriquecer o solo.
Portanto, o investimento na “reabilitação” de áreas com solo empobrecido ataca dois problemas de uma vez só: por um lado, ele colabora com a luta contra as mudanças climáticas, porque o plantio captura o carbono na atmosfera, podendo, inclusive, neutralizar as emissões oriundas do gado. Já na frente de batalha contra o desmatamento, a recuperação também pode ser uma ferramenta importante, porque reaproveita espaços outrora abandonados, o que impede o alargamento da fronteira agropecuária.
De acordo com levantamentos oficiais das autoridades brasileiras, já existem cerca de 60 milhões de hectares de áreas degradadas que podem ser aproveitadas pela atividade agropecuária. É preciso, contudo, recuperá-las e evitar a expansão da fronteira agrícola para regiões de mata nativa. Infelizmente, o inventário de emissões publicado pelo governo ainda está vinculado a uma visão míope da atividade agropecuária – falha herdada do modelo proposto pelo IPCC. O problema é que os dados colhidos pela Embrapa concentram-se na quantidade de metano emitida pelo gado, sem fazer qualquer alusão ao sequestro de dióxido de carbono equivalente absorvido pela vegetação e pelo próprio solo.
Atingir a meta de redução de emissões estipulada entre 36,1% e 38,9% em Copenhague exigirá das autoridades brasileiras ações inovadoras como, por exemplo, a criação de um mercado de carbono interno. 



Fonte: Nuno Costa e Silva, Vice-Presidente da ABEMC; Presidente do Conselho da Ambio Serviços Ambientais

21.10.10

Exportações do setor florestal apresentam alta de 19%


As exportações do setor florestal brasileiro somaram US$ 6,3bilhões nos últimos 12 meses. Na evolução anual, o Brasil apresentou alta de 19%. Já entre agosto e setembro deste ano houve uma queda de 2,2%, conforme dados desse último trimestre divulgados pela Consufor, empresa de consultoria especializada em negócios de base florestal.
Um dos responsáveis pela elevação foi o papel, que registrou aumento nas exportações deste último trimestre. Entre agosto e setembro deste ano, a alta no volume foi de 0,38%. Já a evolução anual, apresentou alta de 9,8%, nesses últimos 12 meses.
O país que mais importou esse produto foi a Argentina (21%), seguida pelos Estados Unidos (10%), Reino Unido (7,5%), Chile (6,1%) e Venezuela (4,5%).
Já a celulose apresentou alta nos últimos 12 meses de 6,2%, mas, segundo os dados, na evolução mensal, entre agosto e setembro, o volume exportado sofreu queda de 1,59%.
Os Países Baixos (Holanda) foram responsáveis por 23,2% das exportações. Em segundo lugar aparece a China (22%), seguida dos Estados Unidos (18,7%), Itália (12,1%) e França (4,9%)
Já os móveis de madeira, serrados-softwood e serrados-hardwood, apresentaram redução nos últimos 12 meses, mas registraram alta mensal, entre agosto e setembro, de 2%, 4,6% e 21%, respectivamente.
Os compensados-softwood e compensados-hardwood, além de apresentarem redução anual, também registraram queda no volume de exportações mensal de 23,1% e 14,6%, respectivamente.
As exportações do setor florestal correspondem a 4,4% do total do País.


Fonte: Painel Florestal (Com informações da CONSUFOR)

20.10.10

Estudo pode por fim a polêmica sobre água x floresta plantada


A discussão em torno dos danos causados pelas plantações de eucalipto e pinus para os recursos hídricos é discutida em todos os países nos quais a silvicultura desempenha papel importante na economia.



Um estudo recente traz algumas respostas sobre a relação entre água e floresta de autoria do professor Walter de Paula Lima o livro “A Sivicultura e a Água: ciência, dogma, desafios” faz uma análise cultura, científica e história a respeito dos vários aspectos que envolvem o assunto.

“Do ponto de vista da ciência os resultados de inúmeras pesquisas mostram que não existe nenhuma relação entre os dois temas, tão pouco o aspecto fisiológico sofre qualquer alteração, o eucalipto, por exemplo, é uma espécie florestal absolutamente normal”, afirma o professor e autor do estudo em sua publicação.

De acordo com Walter, a opinião pública generalizada de que as florestas naturais, em todas as circunstâncias, são sempre benéficas para os recursos hídricos, no sentido de que elas fazem chover, aumentam a vazão dos rios, reduzem enchentes e mantém a qualidade da água. Isso se trata de uma avaliação muito mais complexa, cujos resultados vão depender da interação de vários fatores e não apenas da presença ou ausência da floresta, avalia o professor.

O diretor executivo da APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal) Carlos Mendes também comunga da mesma opinião, para ele a floresta plantada se bem manejada contribui para a manutenção e melhoria da água no sistema como um todo.

A Associação representa mais de 40 empresas associadas no estado, estas empresas juntas somam cerca de 70% da área ocupada com florestas plantadas no Paraná. “Defendemos juntos à utilização cada vez mais crescente do manejo florestal em mosaico que intercala floresta plantada e floresta natural e o uso consciente de recursos naturais”, explica Mendes.

O diretor executivo do Instituto BioAtlântica, Carlos Alberto Mesquita também compartilha da mesma idéia, para ele afirmar que as plantações florestais não necessariamente produzem danos, não significa relativizar a questão das florestas, mas sim as das bacias hidrográficas.

Mesquita também é integrante de uma iniciativa independente que realizou um estudo denominado Diálogo Florestal, esse estudo busca facilitar a interação e a troca de conhecimentos entre os representantes do setor socioambiental e os das indústrias de base florestal.

O Diálogo Ambiental mostra que cada bacia hidrográfica tem uma dinâmica própria, e a disponibilidade de água não é uma questão apenas do uso do solo, uma série de fatores que incluem também precipitações e o tipo de manejo aplicado às plantações, homogêneas ou não. Também não é só uma questão de manejo, pois, dependendo das condições hídricas da área, às vezes, nem restauração florestal intensiva na área com espécies nativas da área é suficiente.

Manejo adequado

Para garantir a conservação da quantidade e da qualidade da água, Mesquita defende o manejo correto das plantações florestais e das outras atividades na propriedade rural. “Os benefícios ambientais das plantações vão depender fundamentalmente do plano de manejo, em termos da influência mútua dos plantios florestais e os demais elementos da paisagem, desde a sua formação até a sua colheita”, afirma o pesquisador.

O estudo diz ainda que o planejamento do manejo de plantações florestais deve levar em conta as limitações naturais do meio, em termos de disponibilidade natural de água e também das demandas já estabelecidas desse recurso, assim como em termos da ocupação dos espaços produtivos da paisagem. “O manejo das plantações de eucalipto tem que levar em conta essas particularidades e limitações ecológicas e hidrológicas. Pela mesma razão, também tem a mesma responsabilidade social e ambiental o manejo da soja, da cana, da laranja, do boi”, afirma o professor Lima.

Monitoramento

O professor alerta para uma peça-chave na busca do manejo florestal sustentável: o monitoramento, que, segundo ele, deve ser entendido como processo de obtenção de informações sobre os resultados das ações de manejo sobre o meio ambiente. ”O monitoramento tem que ser entendido como parte integrante do próprio manejo florestal sustentável, como ferramenta para a melhoria contínua, assim como para avaliar se as práticas estão, gradativamente e no longo prazo, degradando o solo, alterando o ciclo de nutrientes e, portanto, o potencial produtivo do solo, ou ainda degradando o funcionamento hidrológico das micro bacias hidrográficas”, afirma. Ele lembra ainda que deve ser levado em conta a própria diversidade natural da paisagem como clima, solo, geologia, geomorfologia e vegetação. “Em cada região, todas essas manifestações e as especificidades locais vão ser diferentes, o que implica reconhecer que nunca haverá um receituário que seja de aplicação universal”, completa.


Fonte: Painel Florestal

19.10.10

Bolsa Verde: Governo incentiva produtores na conservação da mata nativa


Programa do Governo de Minas que concede incentivo financeiro para proprietários e posseiros, recebe até o dia 31 de outubro propostas de produtores rurais.


Produtores rurais interessados em participar do Bolsa Verde, programa do Governo de Minas que concede incentivo financeiro para proprietários e posseiros, têm até o dia 31 de outubro para enviar propostas, de acordo com a Portaria do Instituto Estadual de Florestas (IEF) 106/2010. Os núcleos e escritórios regionais do IEF já receberam centenas de propostas para o programa, que promove a conservação da cobertura vegetal nativa em Minas Gerais.
Somente no Núcleo Operacional de Janaúba, no Norte de Minas, na primeira semana de outubro, já haviam sido protocolados 129 formulários. Para 2010, o programa Bolsa Verde prevê a implantação da modalidade de apoio à manutenção da vegetação nativa existente, e, em 2011, terá início a segunda fase, incluindo também o apoio a ações de recuperação, restauração e recomposição florestal.
A meta do IEF para 2010 é alcançar a conservação e manutenção de 25 mil hectares com vegetação nativa nas propriedades privadas. O Bolsa Verde vai conceder o pagamento de R$ 200 por hectare conservado, por ano. O primeiro pagamento deve ser efetuado no último mês de 2010.
Podem se candidatar produtores de qualquer região do Estado. As propostas podem ser individuais ou coletivas e passam por uma validação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), nos municípios em que estes conselhos estiverem já instituídos. As propostas recebem pontos de acordo com critérios que contemplam a existência da reserva legal, as boas práticas ambientais, como o uso de controle agroecológicos no combate a pragas e, no caso de propostas coletivas, a pontuação cresce na proporção do número de propriedades envolvidas, dentre outros itens.
Incentivo
Postulantes ao incentivo financeiro, os associados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pai Pedro, no Norte de Minas, pretendem entrar com uma proposta que inclui 30 propriedades, que variam de 12 a 60 hectares. O presidente do sindicato, Almerindo João Carvalho, explica que eles aguardam a presença de um técnico da Cooperativa de Rio Pardo de Minas, parceira na implementação do programa, para fazer o georreferenciamento das áreas conservadas pelos agricultores. Só então, os trabalhadores darão entrada com a proposta no IEF.
“São incentivos como esse que nos fazem dar continuidade ao trabalho que desenvolvemos”, analisa um dos proprietários da Fazenda Engenho d’Água, em Ouro Preto, Helton Aguiar Neves. A fazenda também é uma das centenas de propriedades que se inscreveu no Bolsa Verde. A propriedade de 75 hectares dedica cerca de 80% da sua área à conservação da vegetação nativa.
A agricultura familiar tem prioridade reconhecida na Lei 17.727/2008, que criou o programa. Também são prioritários, na concessão do benefício, os proprietários ou posseiros com área de até quatro módulos fiscais. A análise técnica é responsabilidade da Secretaria Executiva do Bolsa Verde e a aprovação final cabe ao Comitê Executivo do programa. As duas instituições foram estabelecidas pelo Decreto 45.113, que regulamentou a Lei 17.727/2008. Mais informações sobre o Bolsa Verde no link do programa.
Reserva legal
De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, Minas Gerais possui 551.617 propriedades rurais, o que corresponde a uma área de 32,6 milhões de hectares. Se a exigência da reserva legal, que destina 20% das propriedades à preservação, fosse cumprida, Minas Gerais teria 6,45 milhões hectares de áreas protegidas nas propriedades rurais.
De 2004 a 2009, o IEF emitiu 22.162 processos autorizativos para averbação da reserva legal, procedimento efetuado por cartórios e que comprova a existência legal e o estado de conservação da vegetação nativa preservada pelo produtor rural. A estimativa é que existam no Estado cerca de 50 mil reservas legais averbadas, o que representa 9% do total.
A expectativa é que com o Bolsa Verde e outras medidas já tomadas no início do ano, o cenário da preservação da vegetação nativa nas propriedades privadas se altere.
Entre as medidas já tomadas, encontra-se um Termo de Cooperação Técnica, assinado entre o IEF, Associação dos Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais (Anoreg) e Ministério Público Estadual, que passa a exigir o georrefrenciamento da reserva legal, porém podendo ser feito por profissionais habilitados e credenciados pelo IEF, o que aumenta a capacidade operacional do Instituto e agiliza o processo. O IEF já promoveu quatro cursos de capacitação. A Anoreg também passou a orientar os cartórios de imóveis também a averbar gratuitamente as reservas legais relativas a pequenas propriedades ou posses rurais familiares.


Fonte: FAEMG

                                                                                                                                 

18.10.10

Informações sobre crédito para financiamento estão reunidas no Guia de Financiamento Florestal


Dados sobre as principais linhas de crédito para financiamento de atividade florestal no Brasil, como taxas de juros, beneficiários, prazos e carências estão todos reunidos na cartilha “Guia de Financiamento Florestal”.


A publicação foi elaborada pelo Serviço Florestal Brasileiro, e tem 40 páginas com 14 linhas de financiamento disponíveis para o setor florestal, entre elas, Pronaf Floresta, Pronaf Eco, Propflora, BNDES Florestal, FCO Pronatureza, Finem - Financiamento a Empreendimentos, FNE Verde e FNO Amazônia Sustentável.

Para cada uma das 14 linhas de crédito há informações sobre áreas financiadas pelo recurso, valor máximo financiado ou valor mínimo por operação, taxa de juros, prazo de reembolso, garantia, abrangência e agente financeiro, ou seja, o órgão ou banco que viabiliza o recurso.
São financiáveis pelas linhas abrangidas no Guia o reflorestamento de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, realização de sistemas agroflorestais e silvipastoris (uso integrado da floresta com o gado e com o plantio), plantio de espécies nativas e o plantio de florestas industriais com o objetivo de abastecer a demanda por carvão, energia e celulose.

Segundo o gerente de Fomento do Serviço Florestal, Marco Conde, a cartilha será especialmente útil para informar os produtores dos municípios com maior desmatamento - alvo da Operação Arco Verde - sobre os recursos destinados a manter, recuperar e usar as florestas de forma ambientalmente correta.
"O guia será um aliado fundamental para que eles possam acessar o crédito bancário para conseguir a regular a situação ambiental e também para desenvolver práticas produtivas de forma sustentável", afirma Conde.
Para acessá-lo clique aqui.


Fonte: Ministério do Meio Ambiente citado por Painel Floresta

17.10.10

Publicação do Serviço Florestal mostra 14 fontes de crédito disponíveis


nformações vão ajudar produtores de municípios que mais desmataram a saber onde obter recursos para ações sustentáveis.


Informações sobre as principais linhas de crédito para o financiamento de atividades florestais no país, suas taxas de juros, beneficiários, prazos e carências estão reunidas na cartilha "Guia de Financiamento Florestal", elaborada pelo Serviço Florestal Brasileiro.

A publicação, de 40 páginas, apresenta 14 linhas de financiamento disponíveis para o setor florestal, entre elas, Pronaf Floresta, Pronaf Eco, Propflora, BNDES Florestal, FCO Pronatureza, Finem - Financiamento a Empreendimentos, FNE Verde e FNO Amazônia Sustentável.
Na sexta-feira, 24/09, o documento foi apresentado em Brasília (DF) durante seminário do Programa de Fortalecimento da Gestão Ambiental dos Municípios da Operação Arco Verde. Participaram do encontro 36 consultores responsáveis pela implementação do programa nos 43 municípios da Operação, além de representantes dos estados da Amazônia.
Segundo o gerente de Fomento do Serviço Florestal, Marco Conde, a cartilha será especialmente útil para informar os produtores dos municípios com maior desmatamento - alvo da Operação Arco Verde - sobre os recursos para manter, recuperar e usar as florestas de forma ambientalmente correta.
"O guia será um aliado fundamental para que eles possam acessar o crédito bancário para a obtenção da regularidade ambiental e também para desenvolver práticas produtivas de forma sustentável", afirma Conde.
Para cada uma das 14 linhas de crédito há informações sobre áreas financiadas pelo recurso, valor máximo financiado ou valor mínimo por operação, taxa de juros, prazo de reembolso, garantia, abrangência e agente financeiro, ou seja, o órgão ou banco que viabiliza o recurso.
São financiáveis pelas linhas abrangidas no Guia o reflorestamento de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, realização de sistemas agroflorestais e silvipastoris (uso integrado da floresta com o gado e com o plantio), plantio de espécies nativas e o plantio de florestas industriais com o objetivo de abastecer a demanda por carvão, energia e celulose.


Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/Ministério do Meio Ambiente

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