31.1.11

Fórum sobre Florestas 2011 priorizará erradicação da pobreza


Foi aberta, nesta segunda-feira (24/1), em Nova York, a 9º sessão do Fórum de Florestas. O evento, que vai até 4 de fevereiro, será também a sede do lançamento do Ano Internacional das Florestas em 2011.


Os participantes devem debater formas de melhorar as condições de vida de populações ribeirinhas e de reduzir a pobreza na região, como contou à Rádio ONU, a encarregada do Fórum sobre Florestas, Bárbara Távora-Jainchill.

Aspecto Ambiental

“O aspecto humano das florestas, as pessoas que dependem da floresta para
sobreviver. As pessoas que ao redor de florestas ou em florestas. Isso vai ser discutido e é muito importante porque, muitas vezes, nós pensamos somente no aspecto ambiental, econômico e esquecemos do social”, afirmou.

A abertura da sessão contou com a participação de representantes brasileiros que fizeram uma apresentação sobre o manejo sustentável de florestas no país.

Até fevereiro, a sessão deverá receber várias delegações em mesas redondas.

A realização da Conferência sobre Meio Ambiente, Rio + 20, em 2012 será tema da quarta mesa de debates, marcada para o próximo dia 3.


Fonte: CarbonoBrasil con informações da Rádio ONU


29.1.11

Uso do pó de rocha para adubação de eucalipto


A Embrapa Cerrados realiza um trabalho de pesquisa que usa o pó de rocha para adubação de eucaliptos no Cerrado brasileiro.                                                                                                                                                                            

A Embrapa Cerrados realiza um trabalho de pesquisa que usa o pó de rocha para adubação de eucaliptos no Cerrado brasileiro.
Veja a reportagem na íntegra clicando aqui.


Fonte: Embrapa Cerrados citado por Painel Florestal


28.1.11

Reflorestamento pode reduzir cólera no Haiti


Projetos para melhor uso do solo além de reduzirem risco de inundações, também garantem maior acesso à água potável.


No banco de passageiro de um caminhão ao longo de uma estrada esburacada e empoeirada, no Haiti rural, Drew Kutschenreuter aponta para as árvores plantadas para virar carvão e para os canais de irrigação que cortam as colinas marrons.
 
Engenheiro agrônomo de Wisconsin, Kutschenreuter trabalha no Haiti há mais de duas décadas, e recentemente, atua em projetos de conservação do solo de encostas. Estão entre as metas de Kutschenreuter criar emprego e inverter a crescente degradação do meio ambiente e a extrema pobreza - problemas agravados pelo terremoto do ano passado e pelo histórico de furacões na ilha.
 
Com uma pequena parte de sua cobertura florestal remanescente, o Haiti tem se tornado cada vez mais vulnerável a enchentes e deslizamentos de terra. Sem as raízes subterrâneas, apenas um quarto da água necessária permeia o solo. Tempestades frequentemente destroem os sistemas de água existentes, enfraquecendo o acesso de água potável. 
 
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 36 milhões de toneladas de bom solo são levados a cada ano pelo vento e pela chuva. Grande parte acaba indo para rios e lagos que se tornam lama durante a estação chuvosa. Com a perda da fertilidade do solo, ocorre a queda de produtividade e como resultado, agricultores têm cada vez mais optado por cortar árvores para vender como lenha e carvão vegetal.
 
Com o recente surto de cólera em campos lotados de vítimas do terremoto, e em zonas montanhosas de áreas rurais onde as pessoas tomam a sua água potável do rio ou de poços subterrâneos, espera-se que haja maior pressão pelos recursos florestais. De acordo Wesler Lambert do Partners in Health, quando cidadãos são incentivados a ferver a água como uma medida de proteção contra o cólera e outras doenças transmitidas pela água, mais carvão vegetal é usado. O que aumenta o desmatamento e, portanto, facilita a formação de enchentes.
 
Reestruturando encostas e futuros
Kutschenreuter trabalha em uma área chamada Gonaives, no norte do Haiti, e que não sofreu com a devastação do terremoto, por causa do plantio de encosta e dos projetos terraplanagem para diminuir o fluxo de água e proteger o solo superficial. Embora a área do projeto seja um pequeno pedaço do Haiti, ela oferece um vislumbre de como uma paisagem reabilitada pode funcionar.
 
O trabalho ambiental no Haiti faz parte do programa denominado Iniciativa Regeneração do Haiti, liderada pelo instituto da Terra da Universidade de Columbia e da Programa das Nações para o Meio Ambiente (PNUMA). O esforço começou em 2008 com a restauração ecológica de uma das dezenas de bacias hidrográficas do país. Agora, depois de ter assegurado US$ 8 milhões em financiamento, os líderes do projeto estão ampliando os trabalhos para a costa sul do Haiti.
 
Até agora, a maior parte do trabalho tem sido focada no planejamento: levantamentos sobre a qualidade do solo, dados de satélite sobre os padrões da topografia e da água, e a criação de um mapa que determina se as encostas podem suportar a agricultura. Eles também instalaram um pluviômetro automatizado, que comunica a velocidade do vento e dados sobre precipitação em tempo real e via satélite, isto permitirá alertar com antecedência sobre risco de inundações.
 
O programa baseia-se em práticas que a ONU tem desenvolvido nas aldeias africanas. "O Haiti está entre as áreas de cultivo com eficiência mais baixa do mundo", disse Marc Levy, professor da Universidade Columbia e diretor do programa do Instituto da Terra. "O uso de adubo pode dobrar ou triplicar a produção de maneira rápida". Árvores frutíferas como banana e manga podem ser plantadas ao longo das encostas e muros podem ser construídos para suportar-los contra a erosão.
 
Muitos cientistas e políticos têm reconhecido as consequências da dependência do carvão vegetal. A melhor estratégia para os agricultores haitianos, segundo o relatório da comissão econômica de 2008, encomendado pela ONU, seria plantar mangueiras para a exportação das frutas. Imposto sobre o abate de árvores poderia ser estabelecido para subsidiar os trabalhos alternativos à produção de carvão vegetal. Mas os agricultores pobres, que não recebem os lucros das exportações, tradicionalmente escolhem agricultura de subsistência. Alterar os incentivos exige uma liderança forte do governo - e a falta de liderança era o obstáculo maior para a reconstrução, mesmo antes das eleições no final de novembro que foram marcadas por fraudes, de acordo com analistas.
 
Sem um governo forte e empenhado em resolver estes problemas no Haiti, os programas de reabilitação ambiental ter tido, na melhor das hipóteses, resultados mistos. Falhas comuns entre estess projetos, que receberam um total de 391 milhões dólares desde 1990, de acordo com o Haiti Regeneration Initiative, incluem a falta de coordenação entre as organizações de ajuda internacionais e ministérios do governo, por falta de alternativas de emprego e participação local seguro, e um histórico de intervenções de curto prazo aplicado às questões de longo prazo.
 
Um dos eixos principais da Haiti Regeneration Initiative é a importância da cooperação entre ONGs, governo e residentes. Grande parte do trabalho no próximo ano será construirir em parceria com a comissão de lideranças locais.
 
"Estamos vendo os passos iniciais de uma coalizão de grupos que, juntos, têm o potencial de atingir uma parcela significativa da população e têm relações muito fortes com todos os grandes participantes", disse Alex Fischer, do Instituto da Terra. "Se continuarmos seguindo este caminho, há definitivamente uma razão para ter esperança."


Fonte: Portal IG


27.1.11

Para ONU, acordos vigentes não vão salvar florestas


Segundo especialistas, programas como o Fundo de Cooperação para reduzir as emissões de carbono do desmatamento e da degradação florestal são ineficazes.


Os acordos internacionais cujo objetivo é preservar as florestas mais vulneráveis do mundo têm pouco impacto sobre o desmatamento, sobretudo porque não levam em consideração a crescente demanda da agricultura e dos biocombustíveis, segundo um relatório que a ONU apresentará esta semana.
Apenas África e América Latina perderam 7,4 milhões de hectares de florestas no último ano, segundo a União Internacional de Institutos de Pesquisa Florestal (IUFRO), cujo informe foi publicado no domingo e será apresentado na ONU ainda esta semana.
O desmatamento representa aproximadamente um quarto das emissões de gases de efeito estufa todos os anos.
Para os 60 especialistas que participaram na elaboração do documento, a ONU e os governos envolvidos devem mudar sua abordagem do problema.
"Nossa pesquisa sugere que a recusa de considerar o impacto das florestas em áreas como a agricultura e a energia condenará ao fracasso qualquer novo esforço internacional para conservar as florestas e frear as mudanças climáticas", disse Jeremy Rayner, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, um dos autores do estudo.
Segundo os especialistas, programas como o Fundo de Cooperação da ONU para reduzir as emissões de carbono do desmatamento e da degradação florestal (REDD) são ineficazes, porque tentam impor uma solução global ao invés de apoiar as iniciativas mais regionais e nacionais.
"Se todos os setores não trabalharem juntos para abordar o problema do consumo mundial, especialmente a crescente demanda de biocombustíveis e o problema da escassez de terras, o REDD não chegará a impedir a degradação do meio ambiente e a pobreza só fará aumentar", disse por sua vez Constace McDermott, da Universidade de Oxford.
Entre os bons exemplos a serem seguidos, os especialistas citam o da Asean, organização de nações do sudeste asiático, que estabeleceu um protocolo de acompanhamento da madeira ilegal, ou a lei americana que proíbe a importação de madeira procedente de madeireiras ilegais.


Fonte: D24am


Biomassa: A energia do futuro


A utilização da energia da biomassa é considerada estratégica para o futuro, pois é uma fonte renovável de energia.


No Brasil a lenha ocupa a terceira posição em fonte de energia utilizada, sendo extraída das poucas reservas que restam no país. É nesse contexto que entra a geração de biomassa a partir do eucalipto.

O gerente de Projetos - Biomassa da Gaia Energia Participações S/A, André Luis Escobar, explica como funciona esse processo de geração de energia que pode ser de grande importância para o nosso futuro. “Por se tratar de biomassa, diferentemente da celulose, deve obter em máximo a utilização de toda massa vegetal, ou seja, utiliza-se também folhas, galhos e copa. Toda essa matéria é levada a usina, onde é triturada e queimada diretamente em uma caldeira, onde se produz vapor em alta pressão e temperatura. Esse vapor aciona uma turbina, que acoplada ao gerador, gera a energia elétrica”.

De acordo com André, a procura por esses tipos de projetos tem sido alta, mas são poucos os que estão em implementação. No entanto, esse pode ser um mercado bastante rentável, mais que outros tipos de geração de energia. “O custo por MW instalado chega a ser menos da metade de uma Hidrelétrica e seu tempo de implantação, desde os estudos ocorre em metade do tempo, se considerarmos, inventario de rio, projeto básico e outros. No entanto deve-se obter bons preço de venda da energia e um baixo custa na biomassa”, afirma.

A energia advinda da biomassa é considerada durável a partir do momento que em que pode-se, através do manejo correto garantir seu ciclo, por exemplo garantindo o reflorestamento ou replantio. E é renovável no sentido de que toda a energia obtida da biomassa veio de processos biológicos. “Essa é uma geração de energia extremamente sustentável e menos agressiva até mesmo que as hidráulicas”, conclui Escobar.


Fonte: Painel Florestal


26.1.11

Prazo para a Averbação da Reserva Legal termina em junho


De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006, Minas tem cerca de 550 mil propriedades rurais, destas, somente cerca de 50 mil tem reserva legal averbada.



Em 2010 o Instituto Estadual de Florestas (IEF) reforçou suas ações para promoção da averbação da reserva legal no Estado, em fevereiro assinou um termo de cooperação técnica com o Ministério Público do Estado e com a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg) que representa os cartórios, em abril criou o Centro de Apoio a Reserva Legal (Cearel). Cerca de 7.000 proprietários rurais regularizaram suas reservas legais em Minas no ano passado.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006, Minas tem cerca de 550 mil propriedades rurais, destas, somente cerca de 50 mil tem reserva legal averbada. A média de averbações anuais tem sido de 4 mil ao ano. Desde 2007 o IEF vem buscando medidas para ampliar a averbação da reserva legal, inicialmente, foi criado um núcleo que devido à grande extensão do trabalho se transformou em um centro, o Cearel.

Com a edição de Decretos Federais, a partir de 2007, foram concedidos prazos para a regularização e responsabilização para quem não houvesse averbado sua Reserva Legal, prazos esses adiados para os anos seguintes, a atual data final para a averbação da reserva legal é 11 de junho de 2011. O diretor de Desenvolvimento e Conservação Florestal do IEF, José Medina, ressalta que a legislação que trata deste assunto não é recente, data de 1965.

Para tentar agilizar o trabalho o IEF realizou cerca de 12 treinamentos para capacitar profissionais de fora do órgão na realização dos tramites técnicos da reserva legal. No total foram capacitados 700 novos técnicos que podem atuar em processos de averbação. Uma força de trabalho que pode aumentar significativamente o número de averbações. Porém, esses profissionais são autônomos, o que significa um custo para quem não pode esperar pelo técnico do IEF. 

A expectativa para 2011 é que o número de averbações aumente significativamente e novos cursos serão realizados para capacitação de mais técnicos.
Reserva Legal
A reserva legal é uma área dentro da propriedade rural representativa do ambiente natural da região e necessária à preservação e conservação dos recursos naturais. O tamanho desta área é de no mínimo 20% da área total da propriedade, excluindo as áreas de preservação permanente.
A regularização da reserva legal é feita pelo IEF. O uso desta área fica restrito a atividades que possibilitem a utilização sustentável deste espaço. Se averbadas todas as reservas de Minas Gerais seriam 11% da área do Estado preservada, cerca de 6 milhões de hectares.


Fonte: Ascom/ Sisema








25.1.11

México fatura com a proteção florestal


Modelo de controle comunitário adotado em 60% a 80% das florestas mexicanas é considerado bem-sucedido. Na cidade de Ixtlán de Juárez, as decisões sobre a floresta são tomadas por um grupo de 390 moradores.


Libertar das ervas daninhas os jovens pinheiros plantados no ano passado é apenas o primeiro dos muitos passos que Ixtlán de Juárez precisa dar para sustentar as árvores até que cresçam, prontas para a derrubada daqui a meio século.Mas os moradores de Ixtlán pensam a longo prazo. "Somos donos dessa terra e tentamos conservar a floresta para nossos filhos", disse Alejandro Vargas.

Três décadas atrás, os índios zapotecas do Estado de Oaxaca, no sul do México, lutaram pelo direito de administrar a floresta como propriedade comunitária e saíram vitoriosos.Agora, as empresas da cidade empregam 300 pessoas que derrubam árvores, produzem móveis de madeira e cuidam da floresta, e Ixtlán se tornou referência internacional para gestão e propriedade comunitária de florestas, dizem especialistas.

Cerca de 60 das empresas florestais mexicanas, entre as quais a comunidade de Ixtlán, têm o certificado do Conselho de Guarda Florestal, da Alemanha, que avalia as práticas sustentáveis de exploração de florestas.Entre 60% e 80% das florestas que restam no México estão sob controle comunitário, de acordo com Sergio Madrid, do Conselho Cívico Mexicano de Exploração Florestal Sustentável.

EXEMPLO MEXICANO

"É surpreendente o que está acontecendo no México", disse David Barton Bray, especialista em gestão comunitária de florestas na Universidade Internacional da Flórida, que estudou Ixtlán.
Nos países em desenvolvimento, onde a lei tem alcance curto e a fiscalização é precária, não basta declarar que a exploração de uma floresta é proibida para evitar exploração ilegal ou desmatamento não autorizado."A menos que as comunidades locais tenham o compromisso de preservar as florestas, isso não acontecerá", disse David Kaimowitz, ex-diretor do Centro de Pesquisa Florestal Internacional (Cifor) e hoje pesquisador na Ford Foundation.

Um estudo recente reportou que mais de um quarto das florestas nos países em desenvolvimento estão sob administração de comunidades locais. É uma tendência da China ao Brasil.

Em Ixtlán, sob as tradições zapotecas, as decisões sobre a floresta e os negócios a ela relacionados são tomadas por uma assembleia de 390 moradores (quase todos homens). Muitos dos problemas que prejudicam outras florestas mexicanas, tais como exploração madeireira ilegal e desflorestamento, mal merecem atençãoem Ixtlán.

Pedro Vidal García
, veterano trabalhador forestal em Ixtlán, agora é funcionário da Rainforest Alliance e riu quando questionado sobre exploração ilegal nos 19,5 mil hectares de floresta que a comunidade controla."Quem quer que tente realizar negócios ilegais aqui será severamente julgado. A assembleia é muito rigorosa."

No ano passado, os negócios da comunidade registraram lucro de cerca de US$ 230 mil.Do total, 30% foram reinvestidos, outros 30% foram aplicados na preservação da floresta e os 40% restantes, redistribuídos aos trabalhadores e à comunidade.

Os atuais trabalhadores e administradores das empresas são filhos e filhas dos "comuneros" do passado, mas tiveram o benefício de uma educação universitária.É uma mistura empresarial estranha, reconheceu Alberto Belmonte, que tem a tarefa de localizar novos mercados para a mobília e a madeira produzida por Ixtlán e duas cidades vizinhas."O socialismo puro e simples, que existe nas comunidades, e uma ideia de capitalismo que nos leva a dizer que temos de ser lucrativos."

Muitos dos móveis simples de pinho são vendidos ao governo, e a fábrica está ocupada atendendo a uma encomenda de beliches e armários para um orfanato estadual. Belmonte quer melhorar o design dos produtos e entrar na Cidade do México.Embora os negócios se sustentem, Ixtlán ainda é um modelo em progresso. Organizações não governamentais e o governo do México oferecem verbas e assessoria.E mesmo os mais vigorosos defensores do modelo comunitário de exploração florestal reconhecem que ele não é a resposta para a proteção de todas as florestas. Funciona melhor em áreas que produzam madeira de qualidade, disse Bray.Mas, ainda assim, representa forte melhora sobre os modelos precedentes."As coisas estão funcionando", disse Francisco Chapela, agrônomo que chegou a Paxaca 30 anos atrás e agora trabalha para a Rainforest Alliance no México."A gestão florestal é um grande sucesso. Se você estudar velhas fotografias aéreas e comparar com a situação atual, verá que a floresta está crescendo, aqui."


Fonte: New York Times/ Elisabeth Malkin


24.1.11

Projeto quer restauração de matas ciliares


Embrapa Cerrados inicia estudo Aquaripária sobre recuperação ecológica da vegetação de margens de rios e mananciais.


Importantes tanto para a conservação da qualidade da água, quanto para a preservação da biodiversidade aquática e terrestre, as matas ciliares (vegetação que ocorre nas margens de rios e mananciais) são tema do projeto Aquaripária, iniciado neste mês de janeiro e com duração prevista para 36 meses. 
Segundo a coordenadora do projeto Lidiamar Albuquerque, o objetivo é iniciar um processo de restauração ecológicaem trechos de matas ciliares ao longo das bacias hidrográficas brasileiras. "As ações iniciais vão ser realizadas nas cabeceiras das bacias do São Francisco, Paraná e Tocantins, todas localizadas no Distrito Federal", explica. 

De acordo com a pesquisadora, os resultados conseguidos nesses locais poderão servir de base para outros do bioma Cerrado. "Vamos testar metodologias de recuperação nessas áreas para que sejam implantadas em áreas semelhantes do bioma", afirma. 

O estudo envolve 20 profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Cerrados e da Universidade de Brasília. “Vamos estudar tanto o processo de recuperação dessas matas, quanto a sua influência na qualidade da água dos rios. O que se busca é propor métodos mais viáveis economicamente e que permitam melhorar a saúde dos ecossistemas aquáticos e terrestres e de sua biodiversidade", diz Lidiamar. 
Recuperação
O projeto, intitulado Aquaripária: restauração ecológica de ambientes ripários (ciliares) sob influência de atividades agrícolas e urbanas em mananciais de três bacias hidrográficas, prevê também a utilização de áreas de referências similares às que existiam antes da degradação. "Isso funcionará como parâmetro das condições desejadas na restauração ecológica", explica. Segundo a pesquisadora, com o desenvolvimento do projeto espera-se uma série de benefícios para o conhecimento científico brasileiro, para as populações afetadas pela degradação das zonas ciliares de bacias hidrográficas e a manutenção da biodiversidade. 

As matas ciliares atuam na contenção dos processos erosivos ao longo do rio e servem de refúgio e fonte de alimento para a fauna terrestre e aquática. Elas funcionam como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d´água, afetando a qualidade da água e consequentemente a fauna aquáticae as pessoas.


Fonte: Globo Rural Online


23.1.11

Serviço florestal prepara quatro editais de concessão para manejo de 8 mil km²


Documentos estão sendo elaborados a partir das sugestões recebidas nas audiências públicas realizadas em cidades do Pará e de Rondônia.


O Serviço Florestal Brasileiro deve lançar este ano pelo menos quatro editais de licitação para manejo florestal na Amazônia.
As áreas que serão concedidas somam cerca de 815 mil hectares, ou seja, 8.150 km², e estão distribuídas no Pará e em Rondônia.
A maior parte dos lotes a serem licitados, em torno de 700 mil hectares (86%) encontra-se no Pará. Somente na região da BR-163 (rodovia Cuiabá-Santarém), local prioritário para o fomento à atividade madeireira legal, serão 610 mil hectares.
Na Calha Norte, também no Pará, haverá 93 mil hectares disponíveis para a atividade. O restante das áreas para concessão - 112 mil hectares - está em Rondônia
Todas as concessões ocorrerão dentro de florestas nacionais (flonas), categoria de unidade de conservação que permite o uso sustentável de recursos naturais. As áreas que serão concedidas estão nas flonas Crepori (PA), Altamira (PA), Saracá-Taquera (PA) e Jacundá (RO).
ELABORAÇÃO - Os editais estão sendo elaborados a partir das sugestões recebidas da população nas audiências públicas realizadas no ano passado.
Segundo o coordenador de editais do Serviço Florestal, Luiz César Lima, as audiências públicas são uma etapa indispensável e fundamental para o lançamento de um edital. "Em primeiro lugar, o Serviço Florestal analisa se é legalmente possível acatar as propostas apresentadas nas audiências. Depois, se são pertinentes e se correspondem ao interesse geral da sociedade", afirma.
Em geral, as sugestões visaram aumentar os benefícios sociais, ambientais e econômicos da concessão para a sociedade e para os municípios onde está a área onde estão situadas as concessões, e reduzir os custos para as empresas.
Em paralelo à avaliação das sugestões, está em curso a conclusão de peças técnicas que compõem o edital, como a análise de antropismo (grau de intervenção humana na área). Cada edital traz quase 20 anexos.
Juntas, as áreas em concessão dos próximos quatro editais têm potencial para ofertar em torno de 600 mil metros cúbicos de madeira por ano. Essa produção é realizada por meio de técnicas que retiram cerca de cinco árvores por hectare a cada 30 anos e que mantêm a floresta em pé.

O Serviço Florestal já está com um edital de concessão aberto, voltado ao manejo de 210 mil hectares no Pará, na Floresta Nacional do Amana. As inscrições estão abertas até o dia 23 de fevereiro de 2011.


Fonte: Serviço Florestal Brasileiro

21.1.11

Marina pede que Código Florestal seja barrado


A senadora Marina Silva (AC), candidata do PV derrotada à Presidência da República, associou a tragédia na região serrana do Rio de Janeiro ao desrespeito do homem pelos limites da natureza.



Ela fez um apelo para que o Congresso Nacional barre o novo Código Florestal. "Não se pode mudar o Código Florestal permitindo que as pessoas façam construções e edificações nas áreas de preservação permanente", disse a senadora, em visita ao Campus Party, em São Paulo.

Marina lembrou que a questão das enchentes foi um tema abordado por ela durante a campanha presidencial e que está na hora dos governantes olharem esses acontecimentos não apenas como catástrofe, mas com o olhar preventivo. "Lamentavelmente, no Brasil, temos 20 anos de alerta de que iríamos chegar no momento de viver os eventos extremos e infelizmente, como na maioria dos países do mundo, não estamos com uma agenda de adaptação à altura das necessidades que temos para desastres que vão acontecer e que estão se agravando", afirmou Marina. "A natureza não vai se adaptar a nós. Nós é que temos que nos adaptar a ela e, para isso, é preciso investimento", completou.

A senadora defendeu a criação de um sistema de alerta nas áreas de risco, um aprofundamento dos mapas que apontam as áreas mais vulneráveis, o cumprimento dos planos diretores das cidades e a integração entre alta tecnologia e os procedimentos de emergência em situações como as vividas no Rio. Marina citou, como exemplo, a cidade de Areal (RJ), onde o prefeito conseguiu comunicar à população sobre a chuva por meio de um carro de som. "Não podemos tratar com medida provisória (MP) perdas que são eternas."


Fonte: Portal Madeira Total

20.1.11

Fatores que contribuem para impulsionar o comércio internacional de produtos florestais brasileiros


Em 2009, as exportações e importações mundiais de produtos florestais madeireiros foram da ordem de US$198 bilhões e US$208 bilhões, respectivamente.


O comércio internacional de produtos florestais movimenta bilhões de dólares por ano. Em 2009, as exportações e importações mundiais de produtos florestais madeireiros foram da ordem de US$198 bilhões e US$208 bilhões, respectivamente, de acordo com dados divulgados pelo Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO).
Nesse período, o Brasil contribuiu com apenas US$8 bilhões para as exportações mundiais de produtos florestais madeireiros e com US$1,5 bilhões para as importações. Já os Estados Unidos contribuiu com US$19,9 bilhões e US$16,9 bilhões para as exportações e importações mundiais de produtos florestais madeireiros, respectivamente. E, o Canadá contribuiu com US$16,5 bilhões e US$4,3 bilhões para tais exportações e importações, respectivamente (FAO, 2010).
Para ler o texto técnico na íntegra clique aqui.
 


Fonte: CIFlorestas

19.1.11

ONU elege 2011 o Ano Internacional das Florestas


Ministério do Meio Ambiente prepara série de eventos para conscientizar sobre a importância de preservar as matas.


A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 oAno Internacional de Florestas. "Florestas para as pessoas" é o tema do ano, que será lançado na próxima segunda-feira (24/01), em Nova York, nos Estados Unidos, durante a 9ª Sessão do Fórum das Nações Unidas para Florestas (UNFF, sigla em inglês). 
O logotipo preparado pela ONU destaca o papel fundamental das pessoas na conservação e exploração sustentável das florestas, que garantem moradia para os seres humanos, hábitat para a diversidade biológica e estabilidade para o clima mundial, além de serem fonte de alimentos, medicamentos e água potável. 
Em todo o mundo, as florestas cobrem 31% da área terrestre, servem de casa para 300 milhões de pessoas e garantem a sobrevivência de 1,6 bilhão de pessoas. O Brasil, segundo país com a maior extensão florestal do planeta, atrás apenas da Rússia, tem 516 milhões de hectares de florestas naturais e plantadas, o que equivale a 60,7% do território nacional, de acordo com dados do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). 
Na esteira da iniciativa da ONU, o Ministério do Meio Ambiente brasileiro prepara uma programação de eventos em 2011 para aumentar a conscientização sobre a importância das florestas, com destaque para a conservação, o manejo e o desenvolvimento sustentáveis. 
Florestas no Brasil
Dentre as funções prioritárias definidas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a maior parte das florestas brasileiras – 190,11 milhões de hectares - ainda tem uso prioritário desconhecido ou indefinido, seguido pelos 128,24 milhões de hectares das reservas extrativistas, reservas de desenvolvimento sustentável e terras indígenas. 

O restante da área de florestas está dividida entre os seguintes usos: 85,14 milhões de hectares para proteção do solo e recursos hídricos; 49,99 milhões de hectares para conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais e estaduais; 32,28 milhões de hectares para a produção madeireira e não-madeireira em florestas nacionais, estaduais e florestas plantadas; e 30,79 milhões de hectares de áreas de proteção ambiental. 

As florestas brasileiras também garantem 615,94 mil empregos formais, segundo dados de 2009 do Ministério do Trabalho e Emprego. A maioria dos trabalhadores está na indústria moveleira, seguidos pela produção de celulose e papel.


Fonte: Globo Rural Online

17.1.11

Guanandi


Taxonomia
Família: Clusiaceae
Gênero: Calophyllum
Espécie: Calophyllum brasiliensis

Madeira muito utilizada no Brasil pelas comunidades tradicionais desde o período imperial e muito popular em outros países da América do Sul e do Caribe, podendo substituir o Mogno (Swietenia spp.) e o Cedro (Cedrela spp.) esteticamente.

Nomes populares 
No Brasil – Guanandi, Olandi, Galandim, Jacareúba(Amazônia), Gulande-carvalho, Guanandi-carvalho, Guanandi-cedro, Landim.
No exterior – Alfaro, Arary, Bari, Cachicamo, Cedro Maria, Cojón, Garrapato, Maria, Ocuje, Palo Maria, Santa Maria.

Ocorrência Natural 
Latitude: 18ºN em Porto Rico a 28o10’S no Brasil, em Santa Catarina.
Variação altitudinal: de 5m, no litoral das Regiões Sul, Sudeste e Nordeste a 1.200m de altitude no Distrito Federal. Fora do Brasil, atinge até 1.500m de altitude.

Características gerais 
Altura de 20-40m, com tronco de 40-60 cm de diâmetro. Em algumas regiões pode alcançar até 150 cm de DAP. O tronco é geralmente reto e cilíndrico.

Distribuição geográfica
Calophyllum brasiliensis ocorre de forma natural na América Central e América do Sul.
No Brasil, a espécie ocorre nos seguintes estados:
Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Distrito Federal.

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 1100mm a 3000mm.
Deficiência hídrica: estação seca até 3 meses, com déficit hídrico moderado na região Centro – Oeste.
Temperatura média anual: 18°C a 27° C

Solos 
O Guanandi ocorre naturalmente em solos aluviais com drenagem deficiente, em locais úmidos periodicamente inundáveis e brejosos, com textura arenosa a franca, e ácidos (pH 4,5 a 6,0). Por outro lado ocorre também naturalmente em solos bem drenados, onde sofreu intensa exploração.

Nos plantios experimentais desenvolvidos pela Embrapa Florestas, no Paraná – em solos com propriedades físicas adequadas, como de fertilidade química alta a média, bem drenados, de textura que varia de franca a argilosa – a espécie tem apresentado crescimento satisfatório, não apresentando limitação quanto à drenagem.


Características da madeira
Moderadamente pesada (densidade 0,62 g cm-3), fácil de trabalhar, moderadamente durável quando exposta. Possui a cor variando entre o róseo-acastanhado ao bege-rosado, tendendo para o castanho.

Possui cerne e alburno pouco distintos pela cor; cerne bege-rosado tendendo para castanho, em alguns espécimes observa-se pequenas manchas longitudinais de coloração castanha mais escura; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade média; moderadamente dura ao corte; grã irregular; textura média; superfície lustrosa.

A madeira é própria para confecção de canoas, mastros de navios, vigas, para construção civil, obras internas, assoalhos, marcenaria e carpintaria; o governo imperial reservou para o estado o monopólio de exploração dessa madeira em 1810 para uso exclusivo na confecção de mastros e vergas de navios, sendo, portanto a primeira madeira de lei do país (lei de 7 de janeiro de 1835).

A árvore é bastante ornamental, podendo ser empregada no paisagismo em geral. Os frutos são consumidos por várias espécies da fauna, sendo, portanto útil no reflorestamento misto de áreas ciliares degradadas.
É uma madeira amplamente usada nos trópicos depois do Mogno e Cedro para movelaria em geral, para embarcações e construções de luxo, se tem usado como chapa na Guatemala. Foi usada pelos Mayas para construção.

Também é usada como madeira estrutural, construção interna e externa, carpintaria em geral como portas, janelas, pisos, gabinetes de primeira classe, forros, adornos, postes e estacas, torneados, instrumentos musicais ou parte destes; pisos para plataforma de caminhões, carrocerias, degraus de escadas e corrimões, artesanatos, dormentes de ferrovias.


Construção civil
– Leve interna estrutural: ripas e partes secundárias de estruturas.
– Leve interna decorativa: lambris, painéis e forros.

Mobiliário
– Alta qualidade: revestimento (lâmina) de móveis decorativos e móveis finos, tampos de mesa e balcões.

Outros usos da madeira e subprodutos da espécie
Folhas faqueadas/laminadas decorativas, barris de vinho, ofurôs, montantes de escadas singelas e extensíveis, embalagens, construção naval, instrumentos musicais, pontes, pisos de taco e tabuado, decks.

O látex extraído do tronco do Guanandi tem aplicações medicinais e sua semente produz, em média, 40% de óleo vegetal puro, que pode ser destinado à indústria cosmética e de biodiesel.

Existem estudos em desenvolvimento avançado pela Tropical Flora do óleo vegetal extraído de sua semente que deixam claro a qualidade do mesmo. Podemos citar comparativamente o óleo de Tamanu, o qual é extraído da semente de outra árvore muito semelhante da mesma família e gênero (Calophyllum inophyllum, nome popular - Kamani). Esse óleo já é muito utilizado em diversos cosméticos ao redor do mundo, como sabonetes, shampoos, óleos hidratantes, etc.

A empresa brasileira Phytoervas já utiliza o óleo de Tamanu para a fabricação de alguns desses produtos, utilizando matéria prima toda importada para esse fim, por não existir fornecimento em escala comercial no Brasil. Esse é um mercado atrativo que se abre aos produtores de Guanandi, os quais podem gerar receita com a venda da semente, a qual pode ser coletada a partir do terceiro ano após o plantio.


Desenvolvimento da espécie no Brasil
A Tropical Flora Reflorestadora possui plantios próprios desde 2003 na região de Garça, interior de São Paulo e foi a primeira empresa a iniciar plantios em escala comercial dessa espécie de madeira nobre tropical. A região possui clima quente/úmido no verão e ameno/seco no inverno, apresentando 2 a 3 meses com pouca ou nenhuma chuva (recebe, em média, 1200 mm de chuva por ano). Nessas condições o Guanandi tem apresentado um ótimo desenvolvimento. Foi escolhida pelas excelentes características silviculturais e pela comprovada qualidade de madeira.
O Guanandi é plantado em países da América Central, como a Costa Rica, há mais de 15 anos, onde apresentou crescimento satisfatório, sendo documentado em diversas teses de estudo realizadas pela OET (Organización de Estudos Tropicales) e CATIE (Centro Agrónomico Tropical de Investigacion y Enseñanza), algumas delas utilizadas como base estudo para o desenvolvimento de plantios no Brasil pela Tropical Flora.
Além de plantios comerciais no estado de São Paulo, foram implantados projetos em outras regiões do país, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia e Paraná, os quais apresentam bom desenvolvimento silvicultural.
O fator limitante encontrado pelo Guanandi nos locais de plantio foi a pouca resistência a geadas freqüentes no início do seu desenvolvimento (2 primeiros anos). Fora isso se adapta bem em diversos tipos de solo e clima, respondendo bem ao bom manejo silvicultural, sendo uma espécie pouco suscetível a pragas que inviabilizem o plantio.
O corte final do Guanandi é previsto ente o 18º e o 20º ano e os desbastes para o 6º, 12º e 15º anos. O rendimento de madeira estimado é de 300 m³ de madeira em tora por hectare.
Em pesquisas realizadas no mercado, o valor do metro cúbico da madeira de Guanandi se aproxima muito do Mogno e Cedro Rosa, aos quais ele é comparado em estudos científicos realizados pelo IBAMA, UNESP, entre outras instituições.
Em virtude da existência de plantações de Guanandi com diversas idades e do bom conhecimento da silvicultura da espécie, foi construído o cenário de crescimento com base em dados reais de plantações existentes na América Central (Petit & Montagnini 2004), onde o ciclo de rotação estimado para o Guanandi em plantações comerciais determina o máximo rendimento, bem como o volume comercial esperado na colheita é apresentado aos 18 anos, com média de 296m3 por hectare plantado, altura média de 18 à 20m e diâmetro médio à altura do peito, de 40 à 45 cm.

Em virtude de aplicações de técnicas modernas de implantação e manejo silvicultural, as plantações no Brasil da Tropical Flora Reflorestadora mostram uma superação de 10 a 20%, se comparado às plantações da mesma idade na América Central.

Bibliografia consultada

PETIT,B. MONTAGNINI, F. 2004. Growth equations and rotation ages of ten native species in mixed and pure plantations in the humid neotropics. Forest Ecology and Management (in press)

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brail. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

CARVALHO, P. E, R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2003.  
  
Fonte: Tropical Flora Reflorestadora  http://www.tropicalflora.com.br/tropicalflora/pt/index.php?gclid= 

15.1.11

Documentos mostram debate da população sobre concessão florestal federal


Atas de todas as audiências públicas realizadas pelo Serviço Florestal estão disponíveis na internet.


A percepção da população sobre as concessões florestais federais, além de suas dúvidas e anseios sobre esta política de uso sustentável estão registradas em mais de 300 páginas de atas de audiências públicas, disponibilizadas pelo Serviço Florestal Brasileiro na internet.
Os documentos mostram as principais questões levantadas no debate com os moradores dos municípios onde encontram-se as áreas que serão concedidas, ou seja, que serão licitadas para a extração sustentável de madeira. Por lei, é necessário realizar audiências nesses locais antes de lançar o edital.
Entre os assuntos que surgem com mais frequência está que benefícios a concessão pode gerar e como eles podem ser potencializados, principalmente em locais com baixos indicadores sociais, como a região da BR-163, no Pará, onde haverá três concessões.
Outro tema comum é o debate sobre os incentivos para a participação de pequenas empresas, associações e cooperativas no processo licitatório.

Nas audiências públicas, o Serviço Florestal apresenta a proposta de edital de concessão a fim de receber sugestões e lança o documento final somente após cumprir essa etapa. Todas as sugestões e discussões das audiências são registradas em atas, que compõem a documentação de um processo de concessão, e respondidas formalmente.
O Serviço Florestal já realizou 18 audiências públicas em 12 cidades, referentes às concessões nas florestas nacionais do Jamari (RO), Saracá-Taquera (PA), Amana (PA), Crepori (PA), Altamira (PA) e Jacundá (RO).

A primeira audiência pública sobre concessão florestal federal ocorreu em 18 de outubro de 2007, em Cujubim, município onde está parte da Flona do Jamari, e a mais recente foi realizada no dia 25 de novembro de 2010, no distrito de Moraes Almeida, situado próximo à Flona de Altamira. Todas as atas estão em www.florestal.gov.br, no item Concessão Florestal (menu à esquerda).

As concessões florestais foram instituídas pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06) e permitem que o governo conceda à iniciativa privada o direito de manejar a floresta. A escolha das empresas ocorre por meio de licitação, que se diferencia por privilegiar na pontuação itens que promovam o desenvolvimento local. Hoje, há mais de 1 milhão de hectares em diferentes etapas do processo de concessão na Amazônia.


Fonte: Ministério do Meio Ambiente


13.1.11

Reforma do Código Florestal pode reduzir estoques de 7 bilhões de ton de carbono


Valor corresponde a mais de 13 vezes as emissões nacionais em 2007.

O Observatório do Clima acaba de lançar uma polêmica sobre a reforma do Código Florestal. Segundo a entidade, se forem aprovadas as alterações no Código Florestal conforme o substitutivo proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), há um risco potencial de quase 7 bilhões de toneladas de carbono acumuladas em diversos tipos de vegetação nativa a serem lançadas na atmosfera. Isto representaria 25,5 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, mais de 13 vezes as emissões do Brasil no ano de 2007.
“Esperamos que as informações levantadas no estudo sirvam para enriquecer o debate sobre as mudanças no Código Florestal e auxiliem os legisladores e governantes brasileiros a tomarem a melhor decisão, a favor da natureza e do bem coletivo”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, uma das 35 organizações integrantes do Observatório do Clima.
Um dos dispositivos propostos no Projeto de Lei 1876/99 que altera o Código Florestal trata da isenção de manter e recuperar a reserva legal em pequenas propriedades rurais (até quatro módulos fiscais). A isenção também se aplica ao equivalente a quatro módulos em grandes e médias propriedades. Tal medida é a que tem maior impacto potencial nas emissões de gases do efeito estufa e deixaria uma área total de 69,2 milhões hectares sem proteção da reserva legal, área maior que o estado de Minas Gerais. Segundo o levantamento do Observatório do Clima, o estoque potencial estimado de carbono nestas áreas é de 6,8 bilhões de toneladas, correspondendo a um volume de gases do efeito estufa de 25 bilhões de toneladas de CO2eq (gás carbônico equivalente).
Uma segunda modificação importante prevê a redução de 30 metros para 15 metros na área de preservação de matas ciliares em rios com até 5 metros de largura. Esta mudança faria com que os seis biomas brasileiros deixassem de estocar 156 milhões de toneladas de carbono, correspondendo a mais de 570 milhões de toneladas de CO2eq, numa área de 1,8 milhão de hectares, o equivalente a mais de 2 milhões de campos de futebol.
Segundo estudo do Observatório do Clima, as modificações podem comprometer gravemente a meta brasileira de redução de emissões estipulada na Política Nacional de Mudanças Climáticas.  O Brasil assumiu ano passado, em Copenhague, o compromisso de cortar aproximadamente 1 bilhão de toneladas de suas emissões de gases no ano de 2020.  
De acordo com André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima e coordenador de Conservação da Biodiversidade da Fundação O Boticário, o estudo contempla apenas uma das diversas facetas das propostas de modificação do Código Florestal. “Com a aprovação do texto, a meta do Brasil de reduzir as emissões nacionais de gases causadores do aquecimento global viraria pó, além dos inúmeros impactos causados à biodiversidade”, avalia.
A diretora executiva da Fundação O Boticário ressalta que, além dos impactos às mudanças climáticas, as alterações propostas, se aprovadas, trariam conseqüências negativas para a manutenção dos ciclos ecológicos, que garantem não só a vida no planeta, mas também, a curto e médio prazos, as atividades econômicas que são as justificativas para essas mesmas alterações. “Um exemplo claro disso é que a falta de cobertura vegetal natural diminui os nutrientes do solo e o deixa vulnerável a processos erosivos, o que o empobrece e inviabiliza a atividade agrícola em pouco tempo”, diz Malu. 
Metodologia

O estudo foi elaborado conforme as metodologias do Good Practice Guidance for Land Use, Land-Use Change and Forestry, do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima – IPCC (IPCC, 2003) e também de acordo com o Segundo Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, divulgado em outubro pelo ministério da Ciência e Tecnologia.
O território nacional foi subdividido em unidades espaciais na forma de polígonos que resultaram da integração das seguintes fontes de dados sobre Bioma (IBGE, 2004), Limites municipais (Malha Municipal Digital 2005 do IBGE), Fisionomia vegetal (IBGE, 2004) e Tipo de solo (EMBRAPA/IBGE, 2003). Conheça o Observatório do Clima: www.oc.org.br
Clique aqui para acessar o relatório técnico.


Fonte: Celulose Online


11.1.11

Para analistas, tragédia no Rio deve ser levada em consideração no debate do novo código florestal


A destruição causada pelas fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, com mais de 600 mortes contabilizadas até agora, forçosamente será levada em consideração pelos deputados federais no debate sobre o novo Código Florestal Brasileiro, cujo relator é o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Para o professor de engenharia florestal da Universidade de Brasília (UnB), Eleazar Volpato, as flexibilizações propostas no relatório do deputado Aldo Rebelo agravam “de forma absoluta” a situação das ocupações de morros e encostas em toda a região da Mata Atlântica.


Ele destacou que, pelo relatório, as chamadas áreas ocupadas, mesmo que estejam em Áreas de Proteção Permanente (APP) ou reservas legais, poderão continuar sendo usadas por moradores ou para fins de exploração comercial. “O que aconteceu no Rio de Janeiro é de uma irresponsabilidade, eu diria até mesmo um sacrilégio. Praticamente ‘liberou geral’ naquelas cidades”, disse Volpato sobre as construções em áreas de encostas nas cidades serranas do estado do Rio.
 
Caso o código seja aprovado pelo Congresso da forma como está, o acadêmico destacou que todas as pessoas atingidas pelas enchentes, mesmo quem perdeu parentes e bens materiais, poderão permanecer nos mesmos locais condenados, pois o projeto os considera “áreas consolidadas”.
 
Especialista no código florestal, o professor Volpato disse que, diante das agressões ao meio ambiente, “a natureza vai responder, e é o que está acontecendo nesses casos de desmoronamentos e enchentes [decorrentes das fortes chuvas que caem na região serrana do Rio]. Tem que se limitar o uso humano [ocupação irregular da terra] porque o coice da natureza está aí”.
 
Já o professor de geociências da Universidade de Brasília, João Willy Rosa, o problema passa também pela legalidade das ocupações. Para ele, é comum, nas cidades, a falta de zoneamento para definir o tipo de ocupação, urbana ou rural, que é possível. Três critérios são fundamentais e devem obrigatoriamente, segundo o professor, ser levados em consideração nessa análise: o clima da região, a inclinação das encostas e os tipos de solo e de rocha.
 
Willy Rosa ressaltou que, independentemente do clima da região, qualquer vegetação que seja retirada de encostas de morros para exploração agropecuária ou ocupação humana, deixará o solo mais exposto a deslizamentos.
 
O professor de geociência da UnB criticou a falta de políticas municipais de ocupação de solo e disse que a presidenta Dilma Rousseff tem razão quando afirma que as tragédias de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo ocorreram porque as pessoas construíram casas as áreas de risco por falta de alternativa.
 
Ele destacou que programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, precisam de licença das prefeituras na hora da escolha dos terrenos. Willy Rosa disse que, se essa escolha seguir critérios técnicos, ajuda a minimizar o problema. “Não pode é querer trocar as residências por votos e dizer que não tem problema [construir em áreas de risco]“.
 
Para Andre Lima, ambientalista e consultor jurídico da Fundação SOS Mata Atlântica, a liberação de atividades econômicas em áreas de encosta, prevista na proposta em discussão na Câmara, agravará o problema vivido hoje por muitos municípios brasileiros. “Isso está diretamente ligado a área de risco. Não adianta querer jogar o problema para os prefeitos. Diante das pressões [econômicas e políticas], ele vai se embasar na lei”, afirmou.
 
As mudanças propostas, segundo André Lima, consolidam o uso e a exploração econômica e também de ocupação urbana de áreas de proteção permanentes. “Existe um total conexão. As áreas de consolidações rurais flexibilizam para a ocupação urbana”, disse ele.


Fonte: Marcos Chagas/ Agência Brasil


10.1.11

Mercadante diz que Brasil será 'primeiro país tropical desenvolvido da história'


O novo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, participou nesta segunda-feira de cerimônia de transmissão de cargo prometendo criar políticas de incentivos para uma economia "verde e criativa".


O petista disse ainda ter certeza de que o Brasil será o "primeiro país tropical desenvolvido da história".
"O primeiro grande desafio é o da sustentabilidade ambiental. A imprescindível transição mundial para uma economia verde e criativa que gere baixos índices de emissão de gases de efeito-estufa e de outros grandes agentes poluidores. [...] A transição à economia verde representa muito mais oportunidades do que riscos e custos, ao contrário do que ocorre na maior parte dos países, especialmente dos países desenvolvidos que já têm, em geral, matriz energética mais suja."
Em um discurso de mais de 40 minutos, Mercadante destacou ainda que é preciso criar a sociedade do conhecimento no país, incentivar a indústria da sabedoria, com incentivos para inovação e produção de pesquisas, ampliando e aprimorando o marco regulatório do incentivo à pesquisa.
"Não há país tropical desenvolvido no mundo. Não temos modelo a seguir, nós estamos criando nosso próprio modelo e temos todo o potencial para sermos o primeiro país tropical desenvolvido, se efetivamente avançarmos rumo à sociedade do conhecimento e à sustentabilidade ambiental."
Apesar de destacar que o governo Dilma Rousseff fará ajustes fiscais no primeiro ano, o ministro sustentou que vai brigar para que o investimento em Ciência e Tecnologia alcance entre 2% e 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) na próxima década.
Atualmente, o país aplica 1,25% do PIB no setor. A meta é atingir um 1,53% do PIB em quatro anos, com expectativa de que os recursos do ministério cresçam 10% ao ano, com a economia crescendo 4,5 % ao ano. Para o ministro, o setor privado, que investe 0,51% na área, também deveria ampliar a participação.
"Nós aumentamos substancialmente os recursos em ciência e tecnologia nos últimos anos. Investir em ciência não pode ser considerado gasto público. Se o Brasil quiser crescer, Ciência e Tecnologia tem que crescer", disse.
Mercadante prometeu ainda uma política de incentivo para repatriar talentos no exterior. Segundo ele, só nos Estados Unidos cerca de 3.000 professores lecionam em universidades.
O ministro destacou a importância de um programa espacial com a criação de uma agência nuclear brasileira e a construção do submarino nuclear de enorme relevância para o Brasil.
Mercadante disse ainda que pretende transformar a FINEP,que é uma empresa pública atualmente, em uma instituição financeira para ampliar os investimentos em Ciência e Tecnologia. O parecer do Banco Central é favorável.
"Como instituição financeira, vai ter mais eficácia e eficiência para financiar pesquisa e inovação, não dependendo de recursos orçamentários. Mas a mudança tem que ser muito bem estudada, conversei com Dilma e ela gostou."
O ministro afirmou que também terá destaque o programa de banda larga criado no governo Lula, especialmente nas escolas públicas. "Acredito que a banda larga e a inclusão digital podem se transformar no mecanismo mais poderoso para um grande salto na qualidade de educação de nossos jovens, além de reduzir a enorme discrepância no acesso às tecnologias de informação", disse.
Sobre a composição de sua equipe, Mercadante disse que vai apresentar os nomes à presidente nesta terça-feira antes de oficializar as indicações. "Vocês vão se surpreender. São nomes de prestígio e da academia". 


Fonte: Folha de São Paulo


8.1.11

Pensamento Sustentável


Em tese, minha aposta se baseava na ideia de que as mensagens de comunicação do tipo “olha como temos valores e princípios de sustentabilidade” – um tanto etéreas, vagas e descoladas do negócio das empresas – passariam a dividir espaço com as que vendem os atributos ambientais ou socioambientais de uma linha de produtos.


Em palestra, no início deste ano, para apresentação de dossiê sobre consumo consciente da revista Ideia Sustentável, afirmei aos cerca de 120 presentes que, em pouco tempo, veríamos um aumento da propaganda de produtos verdes nos jornais, revistas e TVs. Em tese, minha aposta se baseava na ideia de que as mensagens de comunicação do tipo “olha como temos valores e princípios de sustentabilidade” – um tanto etéreas, vagas e descoladas do negócio das empresas – passariam a dividir espaço com as que vendem os atributos ambientais ou socioambientais de uma linha de produtos.

A reação foi de algum descrédito. Justificável, aliás. Um dos participantes, jovem profissional da área de varejo, chegou a me questionar se tal previsão não contradizia dados reforçados na minha apresentação. Afinal, utilizando números de um estudo da Market Analysis, parceira de Ideia Sustentável no dossiê, eu acabara de afirmar, entre outras coisas, que quase 60% dos brasileiros são indiferentes às questões socioambientais na hora de comprar um produto; apenas 20% se dizem atentos e bem informados sobre o comportamento socioambiental de empresas; e a sustentabilidade tem só 9% de peso relativo na decisão de compra de um indivíduo, atrás de preço, qualidade e disponibilidade do produto.

Por que então prever um aumento da propaganda de produtos verdes num cenário caracterizado por aparente desinteresse do consumidor pelo tema? Durante a palestra, fiz duas leituras para esse cenário. Na mais pessimista, afirmava que as empresas não desenvolviam mais e nem comunicavam mais linhas produtos “sustentáveis” – por inércia, pela dificuldade de enfrentar o novo – esperando o dia em que os consumidores demonstrassem maior interesse pelo assunto.

Na mais otimista, avaliava que os números brasileiros, embora desfavoráveis se comparados com os de outros países, não eram tão ruins considerando o agendamento recente do tema na sociedade brasileira. Foi aí que arrisquei a previsão: os consumidores vão querer cada vez mais e as empresas, atentas a esse movimento, passarão a utilizar o tema como atributo de seus produtos – se não por convicção, pela conveniência de sair à frente e fortalecer a imagem “verde” junto aos consumidores.

Nas últimas duas semanas, Bombril e Omo estamparam propaganda de produtos mais verdes nas páginas das principais revistas e jornais do País. O primeiro anunciou o lançamento de uma linha “ecológica” de itens de limpeza, denominada Ecobril. O segundo voltou à carga com o seu Omo líquido superconcentrado, que utiliza menos água e tem embalagem menor. Nos dois casos, os fabricantes tiveram, pelo menos, o cuidado de informar o consumidor – ainda que de modo superficial e impreciso – sobre por que esses produtos são mais sustentáveis.

No primeiro exemplo, são mencionados atributos que certamente não figuram no repertório da maioria dos consumidores brasileiros, como matéria-prima com maior ciclo de vida, e embalagens com certificações FSC e Cerflor. No segundo, a mensagem reforça, entre outros argumentos, a capacidade de redução de emissões de gás carbônico em 137 mil toneladas por ano, o equivalente a 37 mil carros nas ruas. Ambas as peças de comunicação são autodeclarações, isto é, se baseiam numa proposição de valor da empresa a respeito do que seja sustentável, sem verificação de uma terceira parte. Logo não são isentas.

Não é objetivo deste artigo avaliar o quanto as mensagens são verdadeiras – o que exigiria um aprofundamento técnico responsável na análise do ciclo de vida dos produtos – nem julgar o mérito das campanhas sob o ponto de vista da qualidade de sua abordagem ou do seu impacto. Isso fica para outro momento. O fato incontestável é que a mensagem da sustentabilidade começa já a chegar ao consumidor por meio de produtos, expediente que, do meu ponto de vista, se conduzido com critério e responsabilidade, pode acelerar o necessário processo de educação para o consumo consciente no Brasil.

Isso exigirá, por parte das empresas, um estrito compromisso com a transparência, a verdade e a clareza das informações. Por parte dos governos, uma atenção fiscalizadora para evitar exageros, imprecisões e mentiras convenientes, um uso inadequado dos apelos de sustentabilidade para enganar incautos de boa fé. Aos profissionais de comunicação, o desafio será sintetizar esse conjunto de informações técnicas numa linguagem acessível, atraente, viva, que seja capaz, sobretudo, de educar um consumidor inexperiente, elevando o seu patamar de aspirações em relação ao tema. Consumidores educados farão enorme diferença.

Para o bem e para o mal, a comunicação da sustentabilidade está saindo da primeira infância. Com ela virão novos desafios. Estejamos todos atentos a eles. Bem-vindos aos tempos do que o psicólogo norte-americano Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Ecológica, definiu como de transparência radical.


Fonte: Revista Ideia Sustentável/ Envolverde, Ricardo Voltolini


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