30.11.09

Comissão discute propostas sobre códigos ambiental e florestal

A comissão especial criada para analisar as propostas de novos códigos Ambiental e Florestal realiza audiência pública nesta terça-feira (1) para ouvir professores universitários da área ambiental. O debate foi proposto pelos deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS), Ivan Valente (Psol-SP) e Edson Duarte (PV-BA).

Foram convidados para o debate:
- Francisco de Assis Costa, da Universidade Federal do Pará;
- Luiz Carlos Baldicero Molion, da Universidade Federal de Alagoas;
- Paulo Yoshio Kageyama, da Universidade de São Paulo.

Polêmica
A comissão especial foi criada para analisar o Projeto de Lei 1876/99 e outras cinco propostas que tramitam em conjunto (PLs 4524/04, 4395/08, 5020/09, 5226/09 e 5367/09). O projeto original, do ex-deputado Sérgio Carvalho, propõe um novo Código Florestal, em substituição ao atual (Lei 4.771/65).

Embora a proposta (PL 1876/99) seja antiga e tenha sido rejeitada em duas comissões, a tramitação foi reiniciada e foi criada a comissão especial, em razão da apensação do Projeto de Lei 5367/09, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que institui o Código Ambiental Brasileiro e revoga o Código Florestal. Esse projeto tem o apoio de produtores rurais, mas enfrenta forte resistência de ambientalistas.

A audiência está marcada para as 14 horas no plenário 6.

Íntegra da proposta:
■PL-1876/1999

Fonte:Agencia camara

29.11.09

Comissão fixa limites para área de preservação às margens de lagos

A Comissão de Minas e Energia aprovou na quarta-feira (25) proposta que estabelece os limites das áreas de preservação permanente (APPs) localizadas às margens de lagos e lagoas naturais e artificiais, situados nos meios urbano e rural. A medida, que altera o Código Florestal (Lei 4.771/65), também prevê as condições de ocupação das margens desses mananciais.

Foi aprovado substitutivo do relator, deputado Ciro Pedrosa (PV-MG), ao Projeto de Lei 7397/06, do deputado Julio Semeghini (PSDB-SP). No texto original constam regras apenas para as áreas situadas ao redor de represas artificiais localizadas em áreas urbanas.

O relator julgou necessário regular as áreas de preservação ao redor de reservatórios naturais, uma vez que, segundo ele, o Código Florestal foi omisso também quanto ao assunto. Do mesmo modo, acredita ser preciso regularizar as ocupações já existentes em áreas rurais. O projeto inicial trata apenas de ocupações em reservas urbanas.

Dimensões
Pela medida aprovada, áreas de preservação situadas às margens de lagoas e lagos naturais deverão ter as seguintes larguras:
- 30 metros quando situados em áreas urbanas consolidadas;
- 50 metros para reservatórios com superfícies de até 20 hectares localizados em áreas urbanas; e
- 100 metros para corpos d'água com superfície superior a 20 hectares situados em zonas rurais.

Para os reservatórios artificiais, a cobertura florestal das margens deverá ter as seguintes dimensões:
- 15 metros para superfície de água de até 20 hectares;
- 30 metros para reservatórios com superfície superior a 20 hectares; e
- 100 metros para mananciais com mais de 20 hectares localizados no meio rural.

No caso de reservatórios artificiais com mais de 20 hectares, não utilizados para abastecimento público, a cobertura vegetal das margens poderá ser ampliada ou reduzida, dentro do limite de 30 a 15 metros. Áreas de proteção de margens de reservatórios artificiais, que tenham como finalidade principal o abastecimento de água, deverão ter 30 metros na área urbana e 100 metros na zona rural.

Plano de conservação
Ainda conforme o projeto, para os lagos artificiais com superfície superior a 10 hectares, o empreendedor deverá elaborar Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial como parte do processo de licenciamento ambiental.

Após a entrada em vigor da nova lei, todo empreendimento desse tipo deverá desapropriar também a área de preservação. A proposta prevê também que os reservatórios já existentes deverão apresentar plano ambiental de conservação do entorno para renovar a licença de operação ou instalação.

Excluídos os mananciais voltados ao abastecimento de água, serão admitidas ocupações já existentes em áreas de preservação do entorno de lagos artificiais com superfície superior a 10 hectares, até a aprovação do plano de conservação ambiental. Para continuarem permitidas essas ocupações, deverão respeitar a preservação do local.

Segundo o relator Ciro Pedrosa, a regularização dessas ocupações é importante para conferir segurança jurídica aos empreendimentos. "A insegurança vigente não permite aos interessados na construção de hidrelétricas estimar quais serão as despesas relacionadas às APPs, o que eleva os riscos e desestimula os investimentos", afirma.

Ainda conforme o relator, essa situação leva à contratação de usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis, "que são mais dispendiosas e poluidoras, mas têm maior facilidade em obter licenciamento ambiental”.

Tramitação
O projeto já foi aprovado, em caráter conclusivo, pela Comissão de Desenvolvimento Urbano. Agora, seguirá para análise das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
■PL-7397/2006

FONTE:Agencia camara

28.11.09

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 7)

CORTE DAS ÁRVORES

APRESENTAÇÃO

As técnicas de corte de árvores aplicadas na exploração madeireira manejada buscam evitar erros, tais como o corte acima da altura ideal e o destopo abaixo do ponto recomendado. Esses erros causam desperdícios excessivos de madeira, danos desnecessários à floresta e uma maior incidência de acidentes de trabalho. O corte das árvores na exploração manejada também considera o direcionamento de queda das árvores para proteger a regeneração de árvores de valor comercial e facilitar o arraste das toras.
A equipe de corte é composta por um ou dois motosserristas e um ajudante. O ajudante localiza a árvore a ser derrubada, limpa o local e prepara o caminho de fuga. Um dos motosserristas faz o corte da árvore, enquanto o outro separa o tronco da copa, divide o tronco em toras e elimina obstáculos ao arraste.

PRÉ-CORTE

As árvores devem ser preparadas para o corte observando os seguintes casos:

1. Verificar se a direção de queda recomendada é possível e se existe riscos de acidentes, por exemplo, galhos quebrados pendurados na copa.
2. Limpar o tronco a ser cortado. Cortar cipós e arvoretas e remover eventuais casas de cupins, galhos quebrados ou outros obstáculos situados próximos à árvore.
3. Fazer o teste do oco. Para certificar se a árvore está oca, o motosserrista introduz o sabre da motosserra no tronco no sentido vertical. Conforme a resistência de entrada, pode-se avaliar a presença e o tamanho do oco.

4. Retirar os pregos e plaquetas de alumínio que tenham sido colocados nas árvores durante o censo e transferi-los para a base da árvore (abaixo da linha de corte). A remoção é importante, uma vez que os pregos podem causar danos à serra fita durante o processamento da madeira.
5. Preparar os caminhos de fuga, por onde a equipe deve se afastar no momento da queda da árvore. Os caminhos devem ser construídos no sentido contrário à tendência de queda da árvore.




Para árvores com tronco de boa qualidade (pouco inclinado, sem sapopemas) e direção natural de queda favorável à operação de arraste, utiliza-se a técnica padrão de corte. As outras técnicas, classificadas como "cortes especiais", são utilizadas para as árvores que apresentam pelo menos uma das seguintes características: diâmetro grande, inclinação excessiva, tendência à rachadura, presença de sapopemas, existência de ocos grandes e direção de queda desfavorável ao arraste.

TÉCNICA PADRÃO DE CORTE

A técnica padrão consiste em uma seqüência de três entalhes: abertura da "boca", corte diagonal e corte de abate ou direcional.

1. A abertura da "boca" é um corte horizontal no tronco (sempre no lado de queda da árvore) a uma altura de 20 cm do solo. Esse corte deve penetrar no tronco até atingir cerca de um terço do diâmetro da árvore.
2. Em seguida, faz-se um outro corte, em diagonal, até atingir a linha de corte horizontal, formando com esta um ângulo de 45 graus.
3. Por último, é feito o corte de abate de forma horizontal, no lado oposto à "boca". A altura desse corte em relação ao solo é 30 cm, e a profundidade atinge metade do tronco.

A parte não cortada do tronco (entre a linha de abate e a "boca"), denominada dobradiça, serve para apoiar a árvore durante a queda, permitindo que esta caia na direção da abertura da "boca". A largura da dobradiça deve equivaler a 10% do diâmetro da árvore.

TÉCNICAS ESPECIAIS DE CORTE

As técnicas especiais de corte têm como base a técnica padrão, sendo empregadas para as seguintes situações.

Árvores cuja direção de queda precisa ser alterada

Para facilitar o arraste e proteger árvores remanescentes, em algumas situações é preciso orientar a queda da árvore a ser extraída para uma direção diferente da sua tendência natural.
O ajudante introduz a cunha na fenda do corte de abate direcionando a queda da árvore. A cunha, inserida no lado de inclinação natural da árvore, funciona como um suporte, dificultando a queda nesta direção.

O controle da direção de queda pode ser reforçado deixando uma dobradiça mais estreita no lado de queda natural. Essa parte rompe primeiro, causando uma torção e direcionando a queda da árvore para o lado desejado.

Árvores com tendência à rachadura

Algumas espécies como maçaranduba (Manilkara huberi) e jarana (Lecythislurido) são mais propensas a racharem durante o corte. Para reduzir a tensão e, conseqüentemente, as chances de rachadura durante a operação de derrubada, deve-se cortar as bordas da dobradiça.

Árvores com oco

A maior parte dos acidentes graves no corte são provocados pela derrubada de árvores ocadas, pois estas tendem a cair rapidamente e em uma direção imprevisível. Se a árvore está ocada apenas na base do tronco (um metro de altura), o corte acima do oco resolve o problema. No entanto, se o oco se estende além da base do tronco, é necessário adotar um corte especial.

Árvores grandes

As árvores grandes precisam ser cortadas em etapas, facilitando o manuseio da motosserra e evitando que o sabre fique preso à árvore.

Arvores com tronco muito inclinado

As árvores com inclinação acentuada oferecem maiores riscos de acidentes durante o corte por causa da rapidez com que elas tendem a cair. Além disso, as rachaduras provocadas por erros no corte são mais comuns nessas árvores. Para reduzir tais problemas, são utilizadas as seguintes técnicas de corte.

Árvores com sapopemas

Na Floresta Amazônica é relativamente comum espécies de valor madeireiro com sapopemas (raízes laterais situadas na base da árvore). O tronco de algumas das espécies segue maciço até a base do solo. A adoção das técnicas de corte permite um melhor aproveitamento da madeira dessas espécies (em torno de 0,12 m3 por hectare).


Como cortar árvores com inclinação acentuada e sapopemas

Para as árvores com inclinação acentuada e sapopemas, o corte deve seguir as etapas.

ERROS TÍPICOS NO CORTE


Erro na altura do corte. Ao invés de fazer o corte de abate na altura recomendada (30 cm), o motosserrista, por falta de treinamento e também por comodidade, o faz na altura da cintura (60-70 cm). Esse erro ocasiona um desperdício de 0,25 m3 por hectare.

Solução

O motosserrista alivia o peso da motosserra dobrando os joelhos, ou apoiando a motosserra sobre a árvore durante o corte.

ERROS TÍPICOS NO CORTE

Erro no corte da "boca" (profundidade e ângulo). Se o corte diagonal for menor que 45 graus e não interceptar o corte horizontal, as chances da árvore rachar durante a queda são maiores. Esse erro representa uma perda média de 1,2 m3 por hectare.

PÓS-CORTE

As atividades pós-corte consistem inicialmente em fazer o desponte (separar a copa do tronco) e dividir a tora em toras menores (traçamento). O número de toras depende do comprimento inicial do tronco, da densidade da madeira (toras pesadas são difíceis de transportar), das especificações do mercado, do tipo de veículo de transporte e da posição da queda em relação ao ramal de arraste. Em seguida, o motosserrista deve observar se existem potenciais obstáculos ao guinchamento da tora como, por exemplo, arvoretas ou tocos no caminho. Caso existam, ele deve eliminá-los. A equipe de derrubada deve traçar as árvores caídas naturalmente cruzando as trilhas de arraste. Essas árvores estão indicadas no mapa de planejamento e marcadas no campo com fitas coloridas.

Erros comuns no pós-corte

Erro no Destopamento

Erro no destopamento: corte feito abaixo do recomendado. Esse tipo de erro provoca o desperdício médio de 0,83 m3 por hectare.

Erro na estimativa do oco
A superestimativa do comprimento do oco ocasiona um desperdício médio de 0,03 m3 por hectare.

Teste da vara. Consiste em introduzir uma vara no oco para definir a sua extensão. Em geral, o traçamento é feito 30 cm além do oco, para retirar a madeira apodrecida (Figura 16b). Entretanto, no caso de espécies de alto valor, mesmo essa parte oca pode ser aproveitada, desde que o oco tenha um diâmetro pequeno.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO CORTE

A maioria dos acidentes na exploração madeireira (alguns fatais) ocorre na etapa de corte das árvores. Para evitar tais acidentes, além das técnicas adequadas de corte, deve-se adotar as seguintes medidas preventivas:

Usando o caminho de fuga sem obstáculos e com a motosserra desligada.

Corte de cipós. É comum as árvores estarem entrelaçadas por cipós. Desta maneira, basta que uma árvore seja derrubada para que outras árvores também caiam. O corte de cipós reduz expressivamente o número de riscos de acidentes para as equipes de exploração.

Construir caminho de fuga. A equipe de corte limpa a área em torno da árvore a ser extraída, removendo os eventuais obstáculos como arvoretas e galhos quebrados. Em seguida, define e abre o caminho de fuga, fora do raio provável de queda da árvore.

Manter uma distância mínima entre as equipes. Quando duas ou mais equipes estão trabalhando em uma mesma área de exploração, é necessário que mantenham uma distância mínima entre si de 100 metros. Além disso, o gerente da exploração pode usar as informações do mapa do planejamento para indicar onde as equipes devem estar posicionadas na floresta.

Uso dos equipamentos de segurança. A equipe de corte deve usar roupas apropriadas para o trabalho florestal como botas antiderrapantes com bico de aço, capacetes e luvas. No caso do motosserrista, capacete com proteção para os olhos e ouvidos e calça de nylon.

Uso correto da motosserra. As várias situações de risco durante o corte são derivadas do uso inadequado da motosserra. Ver Anexo 2 para uma revisão das regras de segurança quanto ao uso da motosserra.

CONCLUSÃO
As recomendações técnicas para o corte das árvores apresentadas neste capítulo foram testadas com êxito no Projeto Piloto de Manejo Florestal. A utilização dessas técnicas trouxe três grandes benefícios. Primeiro, evitou que 1,8 m3 de madeira por hectare fossem desperdiçados e contribuiu para a redução dos danos ecológicos. Segundo, aumentou a segurança do trabalho, reduzindo em até 18 vezes os riscos de acidentes. E, por último, aumentou a produtividade da equipe de corte se comparado ao sistema convencional.

Fonte:Manejoflorestal.ong

27.11.09

Raupp pede que governo mude o Código Florestal Brasileiro

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) apelou em Plenário, nesta quinta-feira (26), ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que modifique o Código Florestal Brasileiro. A lei, elaborada em 1965, está sendo rediscutida nas comissões da Câmara e do Senado, e também, segundo explicou o parlamentar, por "quatro grupos sociais distintos" - ruralistas, ambientalistas, empresários e camponeses - , cada um com interesses e reivindicações próprias.

Raupp afirmou que as discussões em torno do assunto entre parlamentares e governo não avançam, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atendendo a um apelo dos ruralistas, decidiu prorrogar por mais um ano e meio a entrada em vigor de decreto que obriga os produtores rurais a formalizar um compromisso de manter reservas legais em suas propriedades.

- Com o adiamento, os ruralistas terão mais tempo para mexer no Código Florestal. Na avaliação deles, tal decreto, com base na atual legislação ambiental, deslocaria milhões de proprietários para a ilegalidade - afirmou Raupp, para quem foi "sensata e prudente" a decisão de Lula.

O senador por Rondônia lembrou ainda que o governo brasileiro anunciou há pouco a menor taxa anual de desmatamento da Floresta Amazônica desde 1988, quando a medição começou a ser feita.

- Na verdade, ninguém mais quer derrubar, ninguém quer desmatar, principalmente aqueles que têm o documento da terra. Mas eles querem compensações - afirmou o senador.

Ao concluir, Raupp defendeu aprovação de projeto seu trata do "desmatamento zero", com as suas compensações.

Da Redação / Agência Senado
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26.11.09

Audiência discute propostas sobre códigos ambiental e florestal

A comissão especial que analisa as propostas de novos códigos Ambiental e Florestal realiza nesta manhã audiência pública para ouvir representantes de organizações ambientalistas, de agroecologia e de pesquisa ambiental. A audiência, proposta pelos deputados Ivan Valente (Psol-SP) e Edson Duarte (PV-BA), será realizada às 9 horas no plenário 12.

Foram convidados para o debate:
- o coordenador-adjunto do Programa de Direito e Política Sócio-Ambiental do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Raul do Valle;
- o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) André Lima;
- o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão; e
- o representante da Articulação Nacional de Agroecologia (Ana) Luiz Henrique Gomes de Moura.

Polêmica
A comissão especial foi criada para analisar o Projeto de Lei 1876/99 e outras cinco propostas que tramitam em conjunto (PLs 4524/04, 4395/08, 5020/09, 5226/09 e 5367/09). O projeto original, do ex-deputado Sérgio Carvalho, propõe um novo Código Florestal, em substituição ao atual (Lei 4.771/65).

Embora a proposta (PL 1876/99) seja antiga e tenha sido rejeitada em duas comissões, a comissão especial foi criada porque a ela está apensado o Projeto de Lei 5367/09, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que institui o Código Ambiental Brasileiro e revoga o Código Florestal. Esse projeto tem o apoio de produtores rurais, mas enfrenta forte resistência de ambientalistas.

Da Redação/PT

Fonte:agenciacamara

25.11.09

MANEJO FLORETAL (CAPITULO 6)

ABERTURA DE ESTRADAS E PÁTIOS DE ESTOCAGEM

APRESENTAÇÃO

As estradas secundárias e pátios de estocagem devem ser construídos preferencialmente um ano antes da exploração, para que haja uma boa sedimentação do terreno. As estradas dão acesso à área a ser explorada, enquanto os pátios de estocagem servem para armazenar as toras.
A construção de estradas e pátios é conduzida por um tratorista (trator de esteira) e um ajudante. É necessário que o ajudante saiba operar uma motosserra para o corte de possíveis obstáculos no caminho.

ETAPAS DA ABERTURA DE ESTRADAS

1. O trator de esteira inicia a abertura das estradas de acordo com o mapa de exploração e a demarcação na floresta. A estrada deve ter uma largura em torno de 3 a 4 metros, o suficiente para o tráfego de caminhões e máquinas, e um formato ligeiramente convexo (mais alta na parte central) para facilitar o escoamento de água durante a estação chuvosa.

2. Com a lâmina suspensa, o trator quebra e empurra a vegetação para frente.
3. Em seguida, com a lâmina baixa, o trator raspa superficialmente a camada orgânica do solo, cortando os tocos e as raízes. Essa técnica diminui o volume de material vegetal a ser depositado na borda da estrada, pois a vegetação já foi esmagada pela esteira do trator.

4. Por último, o trator faz movimentos laterais para depositar o material vegetal (folhas, galhos e troncos de árvores pequenas) nas margens da estrada.

Após a abertura, o ajudante deve cortar com um facão os tocos e pontas de raízes que não foram cortados pela lâmina do trator. O objetivo é evitar danos aos pneus dos caminhões e dos tratores florestais tipo skidder.

Drenagem da Estrada

A drenagem é necessária nos locais ao longo das estradas cortados por riachos, córregos e baixões. Recomenda-se utilizar toras ocas de madeira resistente à umidade como acapú (Vouacapoua americana), maçaranduba (Manilkara huberi) e jatobá (Hymenaea courbaril).

ABERTURA DE PÁTIOS

1. O trator de esteira entra na área designada para o pátio e percorre, com a lâmina suspensa, o seu perímetro, seguindo a demarcação feita com fitas coloridas.
2. Em seguida, o trator se movimenta em espiral, a partir das bordas em direção ao centro do pátio, para derrubar e quebrar todo o material vegetal.
3. Por último, com a lâmina baixa, o trator parte do centro para as extremidades do pátio, raspando superficialmente o solo e encostando o material vegetal nas bordas.
4. Após a abertura do pátio, o ajudante anda no local para verificar se existem tocos e pontas de raízes, que devem ser arrancados ou cortados com facão.

CONCLUSÃO

A abertura de estradas e pátios de estocagem é mais rápida e segura na exploração manejada, uma vez que a área foi mapeada e demarcada previamente. A rota do trator pré-estabelecida evita manobras desnecessárias, responsáveis por danos expressivos na exploração não manejada. Seguindo a marcação por balizas, os operadores são mais produtivos e podem reduzir o tempo de uso das máquinas em até 37%.

Fonte:Manejoflorestal.ong

24.11.09

Stephanes Prevê Caos no Campo sem Mudanças na Legislação Ambiental

Cada vez que os debates sobre meio ambiente ganham mais espaço na sociedade e no próprio governo, a polêmica em torno do Código Florestal Brasileiro se torna mais evidente. Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que a legislação tem que ser reformulada, “sob pena de criar um caos no setor rural”.

“Se não for feito de forma racional, vai acontecer de forma irracional. Daqui a pouco haverá agricultores no Rio Grande do Sul fechando estradas e tratores na rua”, afirmou.

A uma pergunta se a situação poderia ser comparada ao bloqueio de estradas feito no ano passado por produtores rurais argentinos em reação ao aumento de impostos cobrados pelo governo da presidente Cristina Kirchner, o ministro respondeu que se nada for definido, “vai ficar muito pior”. “Daqui a pouco, vai ter movimentos fortes. Só não tem ainda, embora haja uma insegurança jurídica muito forte, porque a legislação não está sendo aplicada”, previu.

Para Stephanes, a solução do problema passa por três caminhos: a criação de um grupo de inteligência para estudar e analisar a realidade do setor rural e as falhas no código, a aplicação da lei sem retroatividade e a desapropriação, com indenização, de áreas em que se comprovem prejuízos ao meio ambiente, transformando-as em reservas ambientais, ou obrigação de mudança do modo de produção. No último caso, o governo induziria o agricultor a produzir com sustentabilidade por meio de assistência técnica e financiamentos para adoção de tecnologias adequadas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve prorrogar, nos próximos dias, o prazo de 11 de dezembro, previsto no Decreto nº 6.514, para o início da aplicação de sanções aos proprietários rurais que não tiverem sua reserva legal – percentual mínimo de vegetação nativa preservado – de acordo com a legislação. Atualmente, a área exigida varia de 80% da propriedade, na Amazônia, a 20% na Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal, sendo de 35% no Cerrado.


Fonte: Agência Brasil

23.11.09

Senadora Marina Silva Critica Mudanças no Código Florestal Brasileiro

A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, que está em visita a Mato Grosso do Sul, para participar do 18º Simpósio Brasileiro de Recursos hídricos, criticou nesta segunda-feira, (23) em entrevista coletiva no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, a mudança no Código Florestal Brasileiro. A Painel Florestal esteve presente, enquanto Marina disse que a mudança é mais um sinal de contradição em um governo que, segundo ela, teve "avanços históricos" no combate ao desmatamento e na proteção ao meio ambiente.

“Todo esse avanço está sendo questionado do ponto de vista de sua implementação por dois aspectos. O primeiro é a sinalização desse retrocesso nas ações de combate ao desmatamento com a pressão da bancada ruralista para revogar o Código Florestal e as medidas de combate ao desmatamento. O adiamento da cobrança pelas lutas em relação à lei dos crimes ambientais, era argumentada como um prazo necessário para que pudéssemos nos adaptar e cumprir as exigências.
Agora se está dizendo com todas as letras que é para ganhar tempo para revogar a lei - afirmou. Para Marina, há um lobby muito forte pela revogação do Código Florestal: " Todos os resultados alcançados até agora foram a ferro e fogo . Sabe-se o que aconteceu quando as medidas foram tomadas, o desmatamento não perdeu o controle, mas a ofensiva fez com que assim que foi regulamentada (a lei) a pressão foi feita no sentido de ganhar (tempo). Todo o argumento feito é de que era um tempo para que eles pudessem se adaptar às medidas, fazer o dever de casa, o recadastramento, a reserva legal, recuperar áreas de preservação permanente, para que o processo se desencadeasse no sentido da legalidade.
Questionada sobre uma posição a respeito do combate ao desmatamento, Marina disse que é preciso ter um foco, mas sem uma mensagem ambígua em que se diz "é, mas não é. Pode, mas não pode. Vou fazer, mas não vou. Isso não pode acontecer. A linguagem é "somos contrários a toda e qualquer prática ilegal e estamos criando meios para que todos possam ser legais e nem um centímetro a menos do que isso" - afirmou.
- No ministério era claro que tínhamos que ter um plano de combate ao desmatamento e que ele deveria ser trabalhado em três eixos: combate à prática ilegal, ordenamento territorial e fundiário e apoio às atividades produtivas sustentáveis. O que obteve algum avanço foi o combate às práticas ilegais. A parte do ordenamento (andou) muito pouco e o apoio às atividades produtivas, que é o que faz cair estruturalmente o desmatamento, não andou. Tanto é que a revisão do plano de combate ao desmatamento, que está para ser apresentada para a sociedade infelizmente nos mostra que a agenda de apoio às atividades sustentáveis não andou por parte dos ministérios responsáveis, ou seja, todos os que estão na agenda do desenvolvimento – completou.


Fonte: Painel Florestal

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 5)

DEMARCAÇÃO DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

APRESENTAÇÃO

A demarcação das estradas, ramais de arraste, pátios de estocagem e a indicação da direção de queda das árvores no campo tomam como base o mapa preliminar de exploração. A equipe de demarcação faz ajustes nesse mapa de acordo com as condições da floresta.Como resultado, tem-se o mapa do planejamento, a ser usado para guiar as operações de corte e arraste.

DEMARCAÇÃO DAS ESTRADAS

1. Localizar o início da estrada conforme a indicação do mapa preliminar de exploração.
2. Abrir a trilha no eixo central da estrada. Utilizar uma bússola para o seu direcionamento.
3. Sinalizar o eixo central da estrada com fitas coloridas amarradas em balizas de madeira de aproximadamente 2 metros de altura. A distância entre as balizas (em geral, 20 a 25 metros) deve permitir que o tratorista possa ver a indicação seguinte.
4. Fazer desvios suaves nos trechos da estrada onde houver árvores matrizes, árvores para a exploração futura (DAP entre 30 e 45 cm), árvores de valor atual (DAP maior que 45 cm) e variações topográficas (elevações de terreno, baixões).

Em geral, tais desvios representam um afastamento lateral de cerca de 1 metro do obstáculo. Entretanto, no caso das árvores matrizes e árvores de valor comercial futuro, o desvio deve passar mais longe, cerca de 3 metros. Para que seja suave, esse desvio inicia a 15 metros de distância do obstáculo, observando a relação 1:5 (5 metros de distância para cada metro de desvio.


A estrada segue a trajetória do desvio até encontrar um novo obstáculo, daí volta ao seu eixo original. O retorno obedece a mesma relação de 5 metros de distância para cada metro de desvio. A equipe de demarcação pode sinalizar o início e o final do desvio usando uma e duas fitas coloridas, respectivamente.




DEMARCAÇÃO DOS PÁTIOS DE ESTOCAGEM

1. Definir o local do pátio de acordo com o mapa preliminar de exploração e as seguintes condições da floresta:
· preferir locais onde a vegetação é rala (árvores com DAP menor que 20 cm) ou em clareiras;
· evitar locais onde existem tocos de árvores;
· escolher locais planos, porém com boas condições de drenagem.

2. Iniciar a demarcação do pátio abrindo trilhas sinalizadas com balizas e fitas coloridas. As balizas devem estar distantes umas das outras cerca de 3 metros, para facilitar a visão do tratorista. Usar fitas de cores diferentes das utilizadas na demarcação das estradas.

Sugestão de cores para sinalização das estradas e pátios
(Usar preferencialmente fitas plásticas)
Vermelho: indica o eixo da estrada.
Amarelo: localiza o início e o final de cada desvio ao longo da estrada.
Laranja: demarca as bordas do pátio.

DEMARCAÇÃO DOS RAMAIS DE ARRASTE

A equipe de demarcação, formada por um planejador, um motosserrista e um balizador, deve:

1. Localizar no pátio o início do ramal de arraste de acordo com o mapa preliminar de exploração.
2. Verificar, ao longo do trecho indicado para o arraste, possíveis obstáculos como árvores matrizes, árvores de valor futuro (DAP entre 30 e 45 cm), variações topográficas, tocos e árvores caídas naturalmente. Neste caso, a trajetória do ramal deve ser alterada ou desviada (observar as regras do desvio da estrada). Repetir o mesmo procedimento para a demarcação dos ramais secundários e terciários.
3. Abrir uma picada até a última árvore a ser derrubada no ramal. O caminho deve ser o mais curto e de menor resistência para o trator.

Alterar os ramais de arraste

Nos casos em que não é possível controlar a direção de queda da árvore para
evitar obstáculos ao arraste, pode-se traçar a tora ou mudar completamente a trajetória do ramal.

4. Demarcar os ramais de arraste (principal e secundários) com fitas coloridas amarradas
nas balizas com altura de 2 metros, permitindo a visão do tratorista. O final de cada ramal de arraste é indicado por duas fitas coloridas, sinalizando onde o trator deve parar.

5. Escolher o ponto de ligação entre os ramais secundários e o principal em locais sem árvores caídas, tocos, árvores de regeneração ou qualquer outro obstáculo ao arraste.

6. Demarcar com fitas coloridas as árvores caídas naturalmente ao longo do ramal de arraste. Essas árvores serão traçadas e removidas durante as etapas de corte e arraste, respectivamente.

Sugestão de cores para demarcação dos ramais de arraste
Branco: ramal principal de arraste.
· O ramal central é indicado por uma fita branca.
· O final do ramal (parada da máquina para o engate das
toras) é indicado por duas fitas brancas.
Azul claro: ramal secundário de arraste.
· O ramal secundário é indicado por uma fita azul.
· O final do ramal secundário é indicado por duas fitas azuis.

*O princípio para o uso de cores na demarcação é que estas exerçam um forte contraste com o tom verde dominante da floresta. As cores recomendadas são laranja, vermelho, amarelo, branco e azul claro.

AJUSTE NA DIREÇÃO DE QUEDA DAS ÁRVORES

Às vezes é necessário mudar a direção de queda das árvores para proteger as árvores de valor econômico futuro (DAP entre 30 e 45 cm) e árvores matrizes, garantir a segurança dos trabalhadores da exploração, bem como evitar desperdícios e formação de grandes clareiras. Os ajustes são feitos pelo motosserrista com base no mapa preliminar de exploração e nas características da árvore e da floresta ao redor.

A direção de queda das árvores deve ser definida e anotada nesse mapa. É necessário
também modificar e anotar no mapa a localização do ramal de arraste. Pode ocorrer ainda mudanças na direção de queda de outras árvores próximas.
Sinaliza-se a direção de queda das árvores com fitas coloridas fixadas em balizas distantes 3 metros da árvore.

Por último, verificar se a direção de queda das árvores dificultará o arraste das toras. Se for o caso, fazer um traço sobre o desenho dessas árvores no mapa preliminar de exploração indicando que elas precisam ser traçadas.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A etapa de demarcação geralmente antecede a chegada das máquinas na área de exploração. No entanto, quando o cronograma de trabalho indicar que as operações de demarcação e abertura de estradas e pátios devam ser simultâneas, as duas equipes devem trabalhar distantes uma da outra em um intervalo de dois pátios, ou aproximadamente 100 metros.

CONCLUSÃO
A partir das mudanças feitas durante a demarcação, elabora-se o mapa do planejamento. Esse mapa deve conter a trajetória da estrada, o local dos pátios, a trilha dos ramais de arraste e a direção de queda das árvores. Na floresta, por sua vez, as marcações com balizas orientarão as equipes de abertura de estrada e pátios, corte das árvores e arraste das toras.

Fonte:Manejoflorestal.ong

22.11.09

Agência Senado - 20/11/2009 - Comissão analisa relatório sobre mudanças climáticas na próxima semana

Agência Senado - 20/11/2009 - Comissão analisa relatório sobre mudanças climáticas na próxima semana

Meta Voluntária Estará na Lei do Clima, Afirma Governo

Numa mudança de estratégia do governo, começaram a virar lei ontem os compromissos de corte de emissões de gases de efeito estufa anunciados na semana passada. Com a condição de que o corte teria caráter "voluntário" e seria baseado nas emissões de carbono estimadas para 2020, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordou em que a redução entre 36,1% e 38,9% das emissões fosse mais do que um manifesto de intenções e ganhasse status de lei.

O texto da emenda à Política Nacional de Mudanças Climáticas foi aprovado ontem pela Comissão de Infraestrutura do Senado. "Discutimos palavrinha por palavrinha: não é uma meta, é compromisso voluntário, sem obrigatoriedade, sem monitoramento", afirmou a relatora Ideli Salvatti (PT-SC).

A mudança de última hora na estratégia do governo e do relatório de Ideli foi negociada com os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além de assessores da Casa Civil.

A mudança é uma resposta à disposição da senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata ao Planalto e indicada relatora na Comissão de Meio Ambiente, de transformar a redução das emissões em compromisso legal e obrigatório.

"É claro que tem um ingrediente interno, ninguém discute que a Marina deu holofote à questão", disse Ideli, que negocia levar o projeto da política do clima diretamente ao plenário do Senado, sem passar pela comissão na qual Marina é relatora. A justificativa é aprovar a lei antes do início da conferência de Copenhague, em dezembro.

Porta-voz do aval de Lula, Minc reconheceu o peso do "efeito Marina" na decisão. "Obviamente iria haver emendas e não tínhamos como ir contra: ficaria a ideia de que o governo não queria ver o compromisso concretizado em lei."

Segundo Minc, uma vez incluído em lei, o compromisso de redução é para ser cumprido. "Se não cumprir, será uma desmoralização total e absoluta", sustentou. "Na minha cabeça, a palavra "voluntário" não significa que o compromisso não seja obrigatório, diz apenas que a motivação é autônoma".

Após longa disputa interna, o governo anunciou na última sexta a disposição de cortar a emissão de até 1,052 bilhão de toneladas de gás carbônico dos 2,7 bilhões que poderiam ir anualmente para a atmosfera em 2020 caso nada fosse feito.

Os números anunciados representam um corte de 10% a 15% nas emissões de CO2 do país em 2005. O governo resiste, porém, a assumir compromisso com base nas emissões já medidas. Prefere considerar emissões futuras, cuja verificação é menos precisa.

Marina Silva disse à noite que insistirá em vincular o compromisso às emissões registradas em inventário oficial: "Ficaram algumas fragilidades, que vamos tentar aperfeiçoar".

Como país em desenvolvimento, o Brasil não tem obrigação de cumprir metas de redução de gases-estufa. Pelo Protocolo de Kyoto, apenas os países desenvolvidos estão submetidos a metas.

A Comissão de Infraestrutura também aprovou ontem a criação de fundo para financiar cortes nas emissões. O fundo receberá dinheiro da indústria do petróleo e deverá contar com R$ 800 milhões por ano.



Fonte: Folha Online.

21.11.09

Polêmica do Código Florestal: MT envia propostas à Comissão Especial

Como já era previsto, mais uma vez o setor produtivo mato-grossense se fez maciçamente presente na audiência pública requerida pelo deputado estadual Dilceu Dal Bosco em conjunto com o deputado federal Homero Pereira, realizada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, nessa quinta-feira (19) em Cuiabá, para tratar do novo Código Florestal. Além de inúmeras autoridades presentes, presidentes de sindicatos, produtores rurais, diretores da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), entre outras entidades ligadas ao setor, marcaram presença no evento.

Na oportunidade o presidente da Famato, Rui Prado, entregou ao relator da comissão, deputado federal Aldo Rebelo, um documento contendo propostas da classe com o objetivo de que sejam inseridas no projeto. Destas, o direito à consolidação de todas as áreas produtivas amparadas por legislações anteriores é a principal reivindicação.

“Neste ponto não há condições econômicas, sociais e principalmente ambientais, de transformarmos as áreas que estão produzindo toneladas de alimentos em cerrado novamente. No aspecto econômico porque o Estado perderia uma parcela importante na colaboração e ainda o produtor não teria condições e não poderia abrir mão de uma receita que é fundamental para a atividade que não recebe incentivo. No lado social milhares de postos de trabalho seriam extintos. E quanto ao ambiental, é impossível recompor características de cerrado de forma artificial”, disse Prado.

Pagamentos de serviços ambientais, aprovação da PLP-12 que visa à cooperação entre União, estados e municípios e fixa normas ao legislar, igualdade perante a lei para os estados e propriedades, também são pontos defendidos pelos produtores. As sugestões foram bem aceitas pela relatoria.

“Vamos ouvir e colher todas as indicações de interesse da população. Para que essa lei seja atual, ela precisa ser importante para todos os segmentos e principalmente para o país, visando à defesa do meio ambiente e ter compromisso com a agricultura que é tão importante quanto o meio ambiente. Mas antes devemos levar em conta os parâmetros técnicos e científicos para que não haja distorções”, afirmou Rebelo.

Para o vice-presidente da Comissão, deputado Homero Pereira, a lei deverá ser pautada pela sociedade por meio de suas representações, para que haja segurança jurídica para a produção sustentável de alimentos.

“O Congresso Nacional é a representação da sociedade brasileira e nesta missão o nosso desafio é compatibilizar interesses, que a meu ver são compatíveis, um precisando do outro. É este o objetivo dessas audiências públicas: trazer a sociedade para discutir o assunto visando a formular uma lei equilibrada”, concluiu.

Fonte : Agrolink

20.11.09

Governo e ruralistas chegam a acordo sobre mudanças no Código Florestal


Local: São Paulo - SP
Fonte: Valor Econômico
Link: http://www.valoronline.com.br/


As polêmicas alterações no Código Florestal Brasileiro começam a sair do papel hoje. A bancada ruralista apresentará uma nova versão do projeto de anistia a desmatamentos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar o adiamento do decreto de crimes ambientais para junho de 2011.

Em uma silenciosa costura política de bastidores, os ruralistas dizem ter superado resistências ao relatório do deputado Marcos Montes (DEM-MG) com a alteração de quatro pontos considerados cruciais: anistia a desmatadores limitada até 2001 (o texto anterior previa até 2006); retirada da delegação de poderes aos Estados em questões ambientais; permissão para recomposição de até 30% das Áreas de Preservação Permanente (APPs) na Amazônia com espécies exóticas, mas sem possibilidade de corte raso dessa vegetação; e "aluguel" de até 30% das áreas de reserva legal na Amazônia para projetos de "servidão ambiental".

O texto também permitirá a soma de APPs como reservas legais, além da compensação florestal fora da bacia hidrográfica, mas nos mesmos biomas. "As alterações que fizemos deixam o projeto leve e confortável ao próprio presidente Lula", argumenta o deputado Marcos Montes. "Ele quer uma ação nossa. Eu quero preservar e não sinto tanta dificuldade no PT. Há um clima favorável porque o projeto ajuda a todos".

A última tentativa de votar o relatório, considerado "muito amplo", na Comissão de Meio Ambiente provocou um racha na bancada ruralista e nos partidos de oposição. Cada grupo queria uma fatia das propostas do projeto para usar como bandeira eleitoral em 2010. Os ruralistas da comissão especial de reforma do Código Florestal não aceitavam tratar da delegação das leis ambientais aos Estados neste projeto. A estratégia é postergar uma solução para ouvir as bases em todas as regiões do país. Com isso, esses parlamentares podem reivindicar a paternidade dos eventuais benefícios aos produtores. Os partidos de oposição, sobretudo os parlamentares da ala paulista do PSDB, temiam a perda de apoio político em camadas da classe média urbana mais sensíveis aos temas ambientais.

Ao governo também não convinha ceder a todos os apelos ruralistas, já que a bancada ambientalista e as ONGs da área têm uma ação agressiva de denúncia contra qualquer alteração no Código Florestal. Seria um desgaste desnecessário às vésperas da Cúpula do Clima, em Copenhague, na Dinamarca. Além disso, a aprovação do relatório anterior de Montes deixaria os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura) sem discurso em plena campanha eleitoral de 2010. Ambos têm dedicado muito tempo a negociações para alterar o Código Florestal a seu jeito. Daí, a necessidade de arbitragem do próprio presidente Lula para "equilibrar" o jogo entre as teses ruralistas e ambientalistas.

Diante das resistências generalizadas, no Congresso e no governo, Montes recuou da proposta original. Ainda assim, prevê problemas futuros para aprovar o texto mais "suave" que será protocolado hoje na Câmara. "Os ambientalistas sempre vão ficar contra. Mas a discussão já ficou madura", afirma o relator da proposta em tramitação desde 2005.

O novo texto do relator também deve provocar reação na bancada parlamentar e no governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), cuja influência no governo federal é bastante relevante. A anistia a desmatamentos até 2001 excluirá boa parte da abertura de áreas mais recentes da fronteira agrícola em Mato Grosso. "Vai ficar um pedaço de Mato Grosso de fora, mas eles vão poder compensar suas áreas fora da bacia hidrográfica e no mesmo bioma", afirma Marcos Montes. Além disso, argumenta o deputado, os produtores de Mato Grosso que preservaram 80% da reserva legal na Amazônia poderão "alugar" parte de suas áreas a quem desmatou acima do permitido em lei. "Eles podem "alugar" a diferença entre 80% e 50%", afirma Montes.

19.11.09

Deputado pede cautela nas mudanças do Código Florestal

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) pediu cautela com as mudanças no Código Florestal em análise na Câmara. "Não podemos fazer mudanças que aumentem o desmatamento", afirmou ele, na comissão geral sobre mudanças climáticas que está sendo realizada no plenário.

Ele afirmou também que o País deve trabalhar para aumentar sua matriz energética limpa, que hoje constitui 45% de toda a matriz brasileira, e aumentar o uso de biocombustível. Ele ressalvou que a produção de matéria-prima para o biocombustível, como a cana-de-açúcar, não deve contribuir para o desmatamento de florestas.

Liderança
O deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pediu ao governo brasileiro que lidere pelo exemplo os debates na Conferência do Clima, que será realizada pela ONU no mês que vem, em Copenhague (COP 15). "O líder toma iniciativa, assume a prerrogativa e o risco de lidar com eventos nunca antes percebidos", disse, referindo-se à decisão brasileira de estabelecer metas de redução de emissões de gases.

Ainda segundo Rocha Loures, o País deve divulgar, antes mesmo da conferência, sua posição sobre o assunto, para que ela figure no documento que será elaborado durante o encontro. O parlamentar também pediu mais envolvimento da opinião pública no debate.

Ele propôs ainda que os parlamentares assumam o compromisso de reduzir as próprias emissões. "Esses valores serão estudados e anunciados em breve", disse.

Projeto de lei
O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) sugeriu que o governo documente as metas de redução em um projeto de lei enviado ao Congresso para análise pelos parlamentares. Ele acredita que essa medida fortaleceria a participação brasileira em Copenhague. "Um projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional terá muito mais força perante os países."

Fonte:Agencia camara

18.11.09

Política brasileira sobre clima tem boa repercussão, diz embaixador

O embaixador Sérgio Serra, responsável no Ministério das Relações Exteriores pelo tema da mudança do clima, disse há pouco que os números apresentados pelo Brasil estão sendo muito bem recebidos nas reuniões preparatórias para a Conferência do Clima (COP 15) de Copenhague (Dinamarca). A conferência será promovida no mês que vem pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Para o embaixador, é fundamental a meta do governo de redução entre 36% e 39% das emissões de gases de efeito estufa. Essa meta foi anunciada após a aprovação, pela Câmara, da Política Nacional sobre Mudança do Clima.

Sérgio Serra também ressaltou que será criado um fundo para desenvolver ações de combate ao aquecimento global. "Um passo muito importante para essas ações foi tomado por essa Casa, ao aprovar a política nacional e o fundo para o clima. Estamos fazendo nosso dever", disse.

O embaixador lembrou, no entanto, que a reunião de Copenhague poderá terminar sem uma conclusão em termos de metas e ações para a redução de emissões. Ele disse que isso ocorreria, principalmente, por causa de um impasse no Congresso norte-americano, onde o presidente Barack Obama está tendo problemas para aprovar uma legislação semelhante à brasileira, embora mais complexa.

As declarações foram feitas em comissão geral sobre o tema, que ocorre neste momento no plenário da Câmara.

Indústria brasileira
Também no evento, o diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, afirmou que a indústria brasileira apoia a política nacional sobre clima e estará engajada no debate sobre a redução de emissões. Segundo ele, o Brasil tem condições inigualáveis de priorizar ações de menor custo.

Fernandes afirmou que o combate ao desmatamento deve ser a prioridade no País, já que se trata da principal fonte de emissões de gases no Brasil. Ele alertou também sobre a possibilidade da imposição de barreiras comerciais baseadas em ações contra o clima, que podem prejudicar o setor. "Devemos evitar medidas desvinculadas do conhecimento especializado", disse.

O diretor da CNI afirmou, ainda, que é necessário um diálogo com o setor empresarial sobre as medidas a serem implementadas, para que não haja impacto sobre o crescimento econômico.

Fonte:Agencia camara

PLANO MANEJO FLORETAL (CAPITULO 4)

PLANEJAMENTO
DA EXPLORAÇÃO


APRESENTAÇÃO

A localização e o tamanho dos pátios de estocagem, a posição dos ramais de arraste e a direção de queda das árvores são definidas no planejamento da exploração.
Essas informações, em conjunto com os dados do censo (localização das estradas secundárias e das árvores), são utilizadas para elaborar o mapa preliminar de exploração, que será utilizado pela equipe de demarcação e, posteriormente, como guia das equipes de corte e arraste.

LOCALIZAR E DEFINIR O TAMANHO DOS PÁTIOS DE ESTOCAGEM

Localizar os pátios

Os pátios de estocagem devem ser planejados como infra-estrutura permanente da exploração, sendo localizados ao longo das estradas secundárias. A distribuição dos pátios pode ser feita de forma sistemática ou dirigida, conforme o tipo de solo e a topografia da floresta.

Sistemática. Esse tipo de distribuição é recomendada para as áreas planas e com pouca variação de solos, onde o volume de madeira comercial tende a ser estável no decorrer do tempo. Portanto, os pátios têm o mesmo tamanho e devem estar distribuídos em intervalos regulares ao longo da estrada. Neste caso, a distância entre um pátio e outro deve ser igual a distância ótima entre estradas (DOE).
Dirigida. Indicado para áreas irregulares com diferentes tipos de solo e topografia (Figura 1b). O tamanho e a localização dos pátios (feita com base na DOE) variam em função da topografia do terreno (o pátio deve ficar em uma área plana) e do traçado da estrada (evitar as curvas).

Definir o tamanho dos pátios

O tamanho dos pátios é determinado em função do sistema de transporte das toras e do tipo de veículo utilizado.
Existem dois sistemas de transporte: um paralelo e outro posterior ao arraste de todas as toras. No sistema "paralelo", os pátios têm uma área menor, uma vez que as toras não são estocadas ao mesmo tempo. No "posterior", os pátios são maiores, pois é necessário estocar todo o volume de uma só vez.
Pode-se utilizar dois tipos de veículo para o transporte das toras: o caminhão com carroceria pequena (pátios menores) e a carreta longa (pátios grandes).
O sistema de transporte das toras influenciará a largura dos pátios, enquanto o tamanho da carroceria do caminhão o seu comprimento.

AMPLIAÇÃO DO MAPA BASE

Para facilitar o planejamento da exploração e o manuseio do mapa preliminar, amplia-se cada seção do mapa do censo contendo um pátio. O tamanho ideal é o de uma folha de papel quadriculado formato A3 (30 cm x 42 cm). O planejador, para ampliar o mapa, utiliza lápis e papel quadriculado ou faz uma fotocópia.



DEFINIR OS RAMAIS DE ARRASTE E A DIREÇÃO DE QUEDA DAS ÁRVORES

Primeiro, define-se o ramal principal de arraste. Em seguida, a direção de queda das árvores e a localização dos ramais secundários. Por último, indica-se a ordem de arraste das árvores e, eventualmente, a necessidade de traçá-las.
A trajetória dos ramais de arraste (principal e secundários) deve ter um formato tipo "espinha de peixe". Este reduz o caminho entre a tora e o pátio; diminui a densidade de ramais; e faz com que os ângulos na sua junção sejam suaves.



Como definir o ramal de arraste

1. Delimitar as árvores que podem ser retiradas por um único ramal. Essas árvores devem estar próximas entre si, em um grupo de no máximo 15 indivíduos. Assim, reduz-se a compactação do solo ao longo do ramal central. Caso a concentração ultrapasse 15 indivíduos, recomenda-se dividi-los para mais de um ramal.

2. Desenhar o ramal central de arraste no sentido pátio-arraste. O ramal deve estar em uma posição intermediária entre as árvores e ser o mais reto possível.Recomenda-se que a ligação do ramal ao pátio seja feita no seu comprimento (fundos ou frente), deixando as laterais para armazenar as toras.




Como definir a direção de queda das árvores

Inicialmente, considera-se a direção de queda da árvore indicada no censo florestal. Em
seguida, define-se a direção de queda no mapa preliminar de exploração com base nos seguintes critérios:

1. Proteger as árvores matrizes ou árvores para colheita futura (árvores com DAP entre 30 e
45 cm), mesmo que a sua queda não favoreça o arraste. Para facilitar o arraste, atora pode ser traçada.

Como planejar o traçamento de toras

Algumas vezes, é necessário indicar a derrubada de árvores em uma direção desfavorável ao arraste. Nesta situação, as árvores devem ser mapeadas como "árvores a serem traçadas". A orientação para a divisão resulta em redução dos danos ecológicos durante o arraste. No mapa preliminar de exploração, a indicação para traçamento deve ser feita com um traço no desenho do tronco da árvore. As toras muito longas (por exemplo, maiores que 12 metros) e grossas, mesmo que possam cair em direção favorável ao arraste, também devem ser indicadas no mapa como "árvores a serem traçadas".

2. Evitar a direção de queda de várias árvores para um mesmo local. Isso impede a junção de copas, reduzindo o tamanho da clareira e o acúmulo de restos de vegetação.
3. Evitar que o tronco de uma árvore caia sobre outro. Desta forma, as chances de rachadura e desperdício de madeira são menores.
4. Direcionar, sempre que possível, a queda da árvore no sentido oposto ao ramal. Assim, a tora pode ser guinchada pela base do tronco, facilitando a operação.

A Figura 6 mostra como planejar o corte das árvores seguindo as recomendações acima.

Recomenda-se anotar no mapa as árvores cuja direção de queda não pode ser alterada. Isso ajuda na definição dos ramais, bem como antecipar alguns problemas, por exemplo, o cruzamento de árvores ou junção de copas na queda. A solução para esse problema é arrastar as toras em etapas. As árvores que provocariam o cruzamento são cortadas e arrastadas primeiro, enquanto as restantes seriam extraídas em etapas posteriores. A ordem de arraste dessas toras é indicada no mapa de exploração.

Como definir os ramais secundários de arraste

Os ramais secundários devem ser definidos após o mapeamento do ramal principal e a indicação da direção de queda das árvores. Esses ramais devem:
1. Estar conectados ao principal na forma de "espinha de peixe".
2. Estar ligados ao ramal principal em um local livre de obstáculos como árvores matrizes e de valor comercial futuro.

Algumas vezes, os ramais de arraste secundários podem ser ramificados em terciários. Neste caso, segue-se a regra de planejamento do ramal principal, ou seja o ramal secundário deve passar na região central das árvores que serão arrastadas através dos terciários.

SITUAÇÕES DIFÍCEIS AO PLANEJAMENTO

Em alguns casos, não é possível planejar os ramais de arraste no mapa. Por exemplo, pode ser difícil a aproximação do trator até a tora por causa da presença de árvores nessa trajetória. Além disso, não parece claro qual o melhor caminho para contornar esse obstáculo (Figura 9). Essa situação apenas será resolvida na demarcação da exploração. Entretanto, se existir alguma solução aparente, indicar a trajetória do ramal de arraste com uma linha pontilhada seguida de um sinal de interrogação.

CONCLUSÃO

O planejamento da exploração é complexo, pois muitos fatores devem ser considerados ao mesmo tempo na tomada de várias decisões. Esse planejamento utiliza as informações sobre a distribuição das árvores, direção de queda provável, localização das estradas, formato do talhão e topografia para produzir um plano capaz de reduzir os danos ecológicos, os desperdícios de madeira e de aumentar a produtividade da exploração.

O produto do planejamento é o mapa preliminar de exploração, que será o guia da equipe de demarcação, podendo sofrer modificações de acordo com as condições específicas da floresta.

Fonte:MANEJOFLORESTAL.ONG

17.11.09

Projeto autoriza penhor de madeira de floresta plantada

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6018/09, do deputado José Santana de Vasconcellos (PR-MG), que autoriza o penhor de madeira, de produtos madeireiros, e demais produtos da floresta plantada.

O objetivo do deputado é contribuir para garantia do crédito rural, estimulando a atividade florestal e fomentando o crédito agrícola, "com os benéficos resultados que ele trará para a agricultura e para as famílias que dela dependem para sobreviver".

Atualmente, o Código Civil (Lei 10.406/02) autoriza o penhor agrícola dos seguintes bens:
- máquinas e instrumentos de agricultura;
- colheitas pendentes, ou em via de formação;
- frutos acondicionados ou armazenados;
- lenha cortada e carvão vegetal; e
- animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
- PL-6018/2009

Fonte:Agencia camara

16.11.09

Minc: norma ambiental será mantida em Código Florestal

CÉLIA FROUFE - Agencia Estado

BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou hoje que possíveis alterações no Código Florestal não contarão com relaxamento das normas ambientais. "Não vai haver um ''liberar geral'' de forma alguma", afirmou. "Se houvesse algum relaxamento seria uma contradição do Brasil, que acabou de anunciar suas metas para Copenhague", acrescentou, referindo-se às metas nacionais de reduzir de 36% a 39% a emissão de gases de efeito estufa, que serão apresentadas na conferência internacional sobre mudanças climáticas, que ocorrerá no próximo mês na Dinamarca.

Meio Ambiente e Agricultura estão de lados opostos em relação ao Código Florestal. Um decreto presidencial determina que, a partir de 11 de dezembro, os produtores rurais que estiverem em desacordo com o Código passarão a ser punidos. "Certamente esse prazo será prorrogado. Para quando, não sabemos ainda", considerou Minc.

De acordo com o ministro, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva arbitrar sobre os pontos em que não há consenso entre as duas Pastas e a Casa Civil, segundo ele, está encarregada de elaborar os documentos com o tema. "Não há consenso. O que existe são pontos em comum e que não estão em comum", disse.

Minc explicou que já tranquilizou os ambientalistas em relação a três "pesadelos", que, segundo ele, não serão retirados da lei. O primeiro diz respeito à anistia para desmatadores; o segundo tem relação com o fim da reserva legal; e o terceiro é sobre a regionalização das normas, a exemplo do que já fez o Estado de Santa Catarina, que criou uma legislação própria para as questões ambientais. "Não tenho autoridade para dizer o que vai acontecer, mas acho que nenhum desses três pesadelos se concretizará", disse.


O ministro disse ainda que a decisão do governo será revelada "nos próximos dias" e, ao contrário do que o colega da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse mais cedo, Minc afirmou que não há previsão de mais nenhuma reunião entre as partes envolvidas do governo para debater o tema. Qualquer novidade sobre o assunto, segundo ele, deverá ser conhecida por meio do Diário Oficial.

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 3)

CORTE DE CIPÓS

APRESENTAÇÃO

Os cipós são plantas trepadeiras que se desenvolvem sobre os troncos e copas de outras árvores. Os cipós ocorrem em toda a Floresta Amazônica, sendo abundantes nas florestas de terra firme da Amazônia Oriental. Por exemplo, em uma área de floresta de 210 hectares, os pesquisadores do Imazon identificaram cerca de 70 espécies, sendo as mais freqüentes o cipó estrela (Memora schomburg kii) e o cipó roxo (Connarus sp.). Os cipós têm funções ecológicas essenciais para o ecossistema florestal como a ciclagem de água e nutrientes, fonte de alimento para diversas espécies de animais e como meio de transporte para os macacos. Além disso, algumas espécies de cipós produzem frutos de valor medicinal.
Entretanto, essas florestas ricas em cipós, quando sujeitas à exploração madeireira não manejada, podem sofrer danos elevados. Os cipós dificultam as operações de corte e aumentam os riscos de acidentes durante a exploração.
As medidas para diminuir os problemas causados pelos cipós devem ser seletivas (atuar somente onde existe o problema), a fim de prevenir ou reduzir os possíveis impactos negativos desse controle, bem como diminuir os custos desta prática. É importante enfatizar que as sugestões de manejo de cipós apresentadas neste capítulo estão sujeitas a revisões na medida em que novas informações sobre a ecologia e uso dos cipós sejam produzidas.

PROBLEMAS ASSOCIADOS À PRESENÇA DE CIPÓS

Aumento de danos durante o corte das árvores

Quando a árvore a ser extraída está interligada a outras árvores vizinhas através de cipós, o corte dessa árvore provoca danos (quebra da copa ou galhos) ou até mesmo a queda das árvores vizinhas.

Aumento dos riscos de acidentes

A presença de cipós interligando as copas das árvores dificulta o direcionamento de queda da árvore a ser extraída. Assim, a possibilidade de essa árvore cair em qualquer direção, arrastando consigo as outras, aumenta as situações de risco de acidentes para a equipe de corte.

Deformação do tronco

A presença de cipós em uma árvore pode ocasionar a deformação do seu tronco durante o crescimento, reduzindo o seu valor comercial.

Competição por luz e nutrientes

Os cipós competem com as espécies florestais de valor comercial por luz e nutrientes. Tal competição reduz as chances de estabelecimento e crescimento de muitas plântulas e arvoretas de espécies madeireiras.


BENEFÍCIOS DO CORTE DE CIPÓS

O corte de cipós é uma forma de diminuir os problemas relacionados à exploração madeireira. Os cipós devem ser cortados somente na área onde as árvores serão extraídas, ou ainda em áreas de floresta juvenil, onde não existem árvores maduras. O corte de cipós nessas áreas resulta nos seguintes benefícios:

Redução de danos

Associado a outras técnicas de manejo, o corte de cipós reduz o número de árvores danificadas, bem como o tamanho da clareira formada pela queda da árvore.

Redução de riscos de acidentes

Comparado à exploração não manejada, o corte de cipós, associado a outras técnicas de manejo, reduz os riscos de acidentes em até 20 vezes.

Aumento na capacidade de regeneração da floresta

Os cipós competem por luz e nutrientes com as árvores. Nas áreas exploradas pela atividade madeireira onde não foi feito o corte de cipós, estes tendem a se restabelecer primeiro, dificultando a regeneração e o crescimento da floresta. Por outro lado, as árvores que tiverem os cipós cortados podem ter um crescimento maior.

ONDE E COMO CORTAR CIPÓS

Nas áreas de exploração

Somente os cipós que entrelaçam as árvores a serem extraídas devem ser cortados. Os cortadores procuram e cortam os cipós usando como guia o mapa do censo e as trilhas de orientação. Em áreas onde a densidade de cipós é muito alta, são necessários dois cortadores, enquanto em áreas com baixo número de cipós apenas um cortador é suficiente.

O corte de cipós deve ser feito no mínimo um ano e meio antes da exploração, para garantir que os cipós mais resistentes aprodeçam e se desprendam das árvores. É importante notar que, embora as folhas dos cipós caiam duas a três semanas após o corte, o apodrecimento e queda dos seus caules têm início somente depois de seis meses, sendo que os mais resistentes só caem um ano após o corte.

Técnicas para cortar cipós

1. Cortar os cipós que estão entrelaçados às árvores que serão extraídas.
2. Cortar os cipós aproximadamente a 1 metro do solo. Para isso, utiliza-se uma
3. foice.
4. Cortar todos os pontos de ligação dos cipós com o solo.
5. Cortar apenas os cipós com diâmetro maior que 2 cm. Acredita-se que os cipós mais finos não contribuam para os danos às árvores vizinhas.

Nas áreas de floresta juvenil

Existem áreas de floresta ocupadas por árvores jovens que serão exploradas no futuro. O corte de cipós nessas áreas pode ajudar a aumentar o crescimento das árvores, reduzindo o ciclo de corte. Além disso, também pode diminuir os danos aos troncos.
O corte de cipós nas áreas de floresta juvenil deve ser feito apenas ao redor das árvores selecionadas como potenciais para o corte futuro, podendo ser efetuado na época do desbaste das árvores sem valor comercial (Capítulo 10). O corte localizado é preferível a um corte generalizado, porque reduz custos e possíveis impactos ambientais negativos (por exemplo, redução de alimento para a fauna).
É preciso acompanhar o crescimento das árvores de interesse para avaliar se a competição com os cipós está interferindo no desenvolvimento. Caso haja uma interferência elevada, é necessário repetir o corte de cipós.

CONCLUSÃO

Cipós são comuns nas florestas de terra firme e podem dificultar a exploração e inibir a regeneração e o crescimento das árvores de valor comercial. As medidas para controlar os cipós devem ser seletivas, para evitar impactos ambientais negativos e reduzir os custos.

O corte de cipós entrelaçados às árvores que serão exploradas ajuda a reduzir danos à floresta remanescente, diminui os riscos de acidentes, e cria melhores condições para a regeneração nos espaços abertos.

FONTE:manejoflorestal.ong

15.11.09

Notícias Agrícolas - Confira as principais notícias agrícolas deste domingo

Notícias Agrícolas - Confira as principais notícias agrícolas deste domingo

Governo Estipula Prazo de 22 Anos para Ruralistas

Proprietários rurais de áreas desmatadas ilegalmente terão até 22 anos de prazo para recompor a vegetação, ou seja, até 2031. Além disso, a partir de 11 de dezembro todos os proprietários terão três anos para comparecer a algum órgão ambiental nos Estados para registrar a área de preservação do imóvel - 80% na Amazônia e 20% nos outros biomas. Caso tenham sido notificados, eles deverão fazer a regularização em 6 meses.

Os novos prazos fazem parte do pacote ambiental, que deve ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira, de acordo com informações do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Lula assinará decretos e uma medida provisória com as mudanças, após uma reunião, em São Paulo, com os ministros Minc, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Reinhold Stephanes (Agricultura).

Também farão parte do pacote a legalização de todos os plantios tradicionais em morros e encostas, como café, mate, maçã, pera e uva, e a possibilidade de que imóveis de até 150 hectares possam usar as áreas de proteção permanente (APPs), como rios, para compor a reserva legal. "Desse modo estamos resolvendo a situação de 95% das propriedades rurais", disse Minc. Os dados apresentados pelo Meio Ambiente como parte do pacote ambiental foram acordados por Minc, Casa Civil e Ministério do Desenvolvimento Agrário. O Ministério da Agricultura ainda quer aumentar o tamanho da propriedade candidata a usar as APPs na composição da reserva legal. Mas não há consenso quanto a essa proposta, que poderia estender o benefício para propriedades de até 800 hectares.

Minc disse que depois da assinatura do pacote nenhum proprietário deverá ser multado por não ter feito a averbação exigida pelo Decreto 6.514, de julho de 2008. Por ele, os fazendeiros já notificados e multados teriam quatro meses para buscar a averbação. Agora, o prazo será de seis meses, com a diferença de que as multas ficarão suspensas e serão cobradas somente se o dono da propriedade não fizer a averbação.

O prazo de 30 anos para a recomposição da reserva legal foi dado pela Medida Provisória 2.166, de 2001, editada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, quando houve a reforma do Código Florestal (4.771/65). O que o pacote do atual governo vai fazer é reafirmar os prazos, dar seis meses para quem foi notificado fazer a averbação e oferecer aos que ainda não refizeram a reserva legal nem foram notificados três anos para legalizem.

O pacote abre ao agricultor facilidades para ele compor a reserva legal. Poderá, por exemplo, comprar uma cota de outro, que assim ganhará dinheiro vendendo o direito de uso das árvores que não abateu. Cada hectare corresponderá a uma cota. Se o agricultor tem 10 hectares preservados além de sua reserva legal, poderá ofertar 10 cotas no mercado. O valor será negociado entre os interessados, sem a interferência dos órgãos ambientais. O fazendeiro poderá também buscar áreas em outro Estado, desde que na mesma bacia hidrográfica e bioma. Hoje o Código Florestal veta a medida. Ele poderá optar por bancar áreas de parques municipais, estaduais e federais, tornando-se assim o seu mantenedor.

Em documento apresentado ontem, o secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, aborda a polêmica em torno da atualização do Código Florestal e propõe uma moratória de cinco anos no desmatamento. Para ele, existem radicais dos dois lados - ambientalistas e ruralistas. "Importante, mesmo será trazer o agricultor para o lado da ecologia", afirma.

O que quer o governo: Preservar o agronegócio (e manter unida a base no Congresso) e evitar que 3 milhões dos 4,3 milhões de propriedades pequenas e médias fiquem irregulares. O primeiro passo é adiar de 11 de dezembro para 11 de junho o início do prazo para que os proprietários rurais apresentem seus planos de recomposição das áreas de preservação

O que querem os ruralistas: Paralelamente, tramita no Congresso um substitutivo do Código Florestal que propõe anistia aos donos de terras que desmataram até 31 de julho de 2006. Entre outras propostas, o substitutivo retira da Amazônia Legal 4,2 milhões de hectares de floresta nos Estados do Tocantins e Maranhão. O que querem os ambientalistas: São contra o substitutivo e criticam o governo por dar mais tempo para os proprietários rurais



Fonte: Estadão

14.11.09

Comissão convidará ministros para discutir Código Ambiental

A comissão especial que analisa as propostas de novos códigos Ambiental e Florestal vai realizar audiências públicas com a presença dos ministros da Defesa, Nelson Jobim; da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; de Minas e Energia, Edson Lobão; e dos Transportes, Alfredo Nascimento, para prestarem esclarecimentos sobre o Projeto de Lei 1876/99, que trata áreas de preservação permanente, reserva legal e exploração florestal.

Aprovadas na terça-feira (10), as audiências requeridas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ainda não têm data marcada.

Segundo o parlamentar, os ministérios precisam fazer obras de infraestrutura que devem obedecer à legislação ambiental. Para Aldo Rebelo, é necessário conhecer os problemas enfrentados pelos órgãos para definir as novas leis.

Proposta polêmica
A comissão especial foi criada para analisar o Projeto de Lei 1876/99 e outras cinco propostas que tramitam em conjunto (PLs 4524/04; 4395/08; 5020/09; 5226/09 e 5367/09). O projeto original, do ex-deputado Sérgio Carvalho, propõe um novo Código Florestal, em substituição ao atual (Lei 4.771/65).

Embora a proposta (PL 1876/99) seja antiga e tenha sido rejeitada em duas comissões, a comissão especial foi criada porque a ela está apensado o Projeto de Lei 5367/09, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que institui o Código Ambiental Brasileiro e revoga o Código Florestal. Esse projeto tem o apoio de produtores rurais, mas enfrenta forte resistência de ambientalistas.

fonte:agencia camara

13.11.09

Comissão aprova incentivo para agricultor que evitar desmatamento

Diógenes Santos

Celso Maldaner: parecer favorável ao mecanismo de redução de emissões.
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou na quarta-feira (11) o Projeto de Lei 5586/09, do deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM), que cria a Redução Certificada de Emissões do Desmatamento e da Degradação (RCEDD). Trata-se de mecanismo para recompensar os proprietários rurais que evitarem o desmatamento e reduzirem as emissões de carbono. A remuneração será por meio de créditos de carbono negociados em mercado.

Para receber a RCEDD, o proprietário rural deverá apresentar ao Poder Executivo projeto detalhado sobre a área preservada. A RCEDD será um título de valor mobiliário, representativo de uma unidade padrão de gases de efeito estufa em área de preservação florestal. Após emitida, será negociada na bolsa de valores ou de mercado futuro.

Para Lupércio Ramos, a RCEDD tem potencial para mitigar as emissões de gases de efeito estufa a custos baixos e, ao mesmo tempo, gerar financiamento para conservar as florestas tropicais.

O relator do projeto na comissão, deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), destacou que o mecanismo de redução de emissões vem assumindo importância nas discussões da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Ele lembrou que esse debate vai definir o acordo que sucederá o Protocolo de Quioto.

A comissão aprovou uma emenda do relator que faz referência, no projeto, à legislação sobre registros públicos.

Críticas ao projeto
O deputado Anselmo de Jesus (PT-RO) criticou o fato de a proposta prever o cancelamento da RCEDD por solicitação do proprietário rural, que é o autor do projeto; ou por decisão do órgão federal responsável, se for constatada irregularidade nas informações sobre a área de preservação.

"É o mesmo que emitir um cheque e depois dar contraordem para sustá-lo. Tal medida cria insegurança de mercado, inviabilizando o mecanismo de RCEDD", defendeu.

Essa regra, no entanto, foi mantida no projeto.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

'Agência Câmara'

Pacote regulariza situação ambiental de propriedades rurais - O Globo

Pacote regulariza situação ambiental de propriedades rurais - O Globo

12.11.09

Comissão do Código Florestal ouve físico e ambientalistas

A comissão especial que analisa propostas de alteração do Código Florestal (Lei 4.771/65) discute hoje a matéria com o físico José Carlos Azevedo, ex-reitor da Universidade de Brasília; o doutor em direito ambiental Paulo Affonso Machado, professor da Universidade Metodista de Piracicaba (SP); e o ex-deputado federal Fábio Feldmann, especialista em meio ambiente.

A reunião será realizada às 9 horas no plenário 9.

A comissão especial foi criada para analisar o Projeto de Lei 1876/99, do ex-deputado Sérgio Carvalho (RO), que revoga o Código Florestal, e outras cinco propostas apensadas (PLs 4524/04; 4395/08; 5020/09; 5226/09 e 5367/09).
fonte: Agência Câmara

11.11.09

Pesquisadores da Embrapa apontam solução para áreas degradadas

O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, de Campinas (SP), Eduardo Delgado Assad apresentou nesta terça-feira, durante audiência pública, sugestões para reverter a situação de áreas degradadas. Essas sugestões, a seu ser, vão transformá-las de áreas emissoras em sequestradoras de carbono.

Entre as propostas, estão o incentivo à recuperação de pastos degradados; o incentivo à integração da lavoura/agropecuária, para evitar o aumento da área devastada; e o fortalecimento e a ampliação do uso do plantio direto (semeadura de planta sem o preparo do solo).

A audiência para debater o tema foi promovida pela comissão especial que analisa propostas de alteração do Código Florestal (Lei 4.771/65). A comissão também analisa a revogação desse código e sua substituição por um Código Ambiental.

Assad ressaltou que o Brasil tem 27 milhões de hectares que usam o plantio direto. Com esse tipo de plantio, observou, o carbono é retido no solo; já quando se faz aragem, joga-se carbono na atmosfera. Segundo Assad, o solo é considerado o maior fixador de carbono.

Aumento da temperatura
O pesquisador da Embrapa afirmou ainda que a temperatura tem subido mais no Brasil do que em outros países devido ao desmatamento. Ele explicou que temperaturas mais altas estão se deslocando para o sul de Minas Gerais. E, no oeste de São Paulo, os produtores já estão enfrentando dificuldades na plantação de café.

Assad alertou que, com o aumento da temperatura, a tendência até 2070 é que o País perca 40% do plantio de soja e 33% do plantio de café arábico. No entanto, afirmou o pesquisador, a Embrapa estuda a adaptação do milho e da soja, por meio do melhoramento genético, para tolerar mudanças climáticas e evitar a perda de produção.

Produção x preservação
Para o pesquisador da Embrapa Florestas, de Colombo (PR), Gustavo Ribas Cursio os sistemas de preservação (APPs) devem harmonizar-se com os de produção. Mas, é preciso respeitar, no seu entendimento, as declividades às margens dos rios. Nesses casos, explicou, quanto maior for a declividade nas margens dos rios, maior deverá ser o sistema de preservação dessas áreas.

O relator da comissão, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ressaltou que as soluções apresentadas pela Embrapa são avançadas, mas não conseguem preencher todas as lacunas da agricultura e da pecuária do Brasil. Na sua avaliação, apenas uma parcela do produtor rural seria beneficiada pela proposta, enquanto outra ficaria em situação difícil.

O relator solicitou que a Embrapa envie à comissão sua opinião sobre temas como reserva legal e qual o tamanho da área para atividades agrícola e pastoril na Amazônia legal. Essas informações, de acordo com Rebelo, são importantes para os debates.
fonte:Agencia camara

10.11.09

Prazo do Código Florestal não deve ser prorrogado, diz ministro

Stephanes espera uma solução conciliatória para a questão da recomposição das áreas de preservação

Fabíola Gomes, da Agência Estado

SÃO PAULO - Há um consenso entre os representantes do governo de que não se deve prorrogar o prazo para que os proprietários rurais apresentem seus planos para recomposição das áreas de preservação, medida prevista no Código Florestal, mas sim tentar uma solução em relação aos pontos de divergência que ainda existem sobre o assunto. A afirmação foi feita pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, durante o evento de comemoração dos 90 anos da Sociedade Rural Brasileira (SRB), realizado na noite desta última segunda-feira, 9, em São Paulo. "O governo tende a não prorrogar este prazo, mas sim a buscar uma solução conciliatória até o dia 11 de dezembro", afirmou. Nesse caso, diz ele, a discussão incluiria a reavaliação dos prazos para averbação das áreas de reserva legal.
A expectativa era que esta decisão fosse anunciada, após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, com os ministros da Agricultura, Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, que ocorreu ontem à tarde em São Paulo. No entanto, a ministra deixou o encontro sem uma definição sobre as mudanças no Código Florestal, mas enfatizou que o adiamento do prazo para cumprimento da legislação estava "fora da pauta".



"Acredito que, sob alguns pontos, haverá conciliação. Agora eu não vou antecipar quais serão estes pontos, mas posso dizer que o presidente ouviu os argumentos dos dois lados (as pastas de Ambiente e Agricultura). Deveremos ter nova reunião para discutir o assunto", disse o ministro, sem definir quando ocorrerá o novo encontro. Em discurso durante o evento, Stephanes relatou que, na reunião para discutir o Código Florestal, o presidente Lula chamou para compor a mesa apenas Dilma Roussef e os ministros da Agricultura e do Meio Ambiente. "Não estava prevista minha participação na mesa, foi o presidente que me chamou. Isso mostra que a agricultura tem um papel importante na discussão ambiental", afirmou.



Copenhague



Stephanes disse ainda que na reunião também foi discutida a pauta do governo brasileiro para a décima quinta Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CPO15). "O documento que o Brasil vai apresentar na CPO15 será muito consistente. Não apresentaremos metas, mas compromissos voluntários. E o País vai apresentar boas ideias e bons compromissos", afirmou ele. Segundo ele, o documento com as propostas que serão apresentadas para a conferência de Copenhague deverá ser concluído até este fim de semana.



De acordo com o ministro, a agricultura terá um papel importante para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, por meio do uso de tecnologias como o plantio direto. "Se hoje temos 20 milhões de hectares com este sistema, porque não aumentar em mais 10 milhões de hectares, com uma meta dentro de um determinado prazo?", sugeriu o ministro. Ele lembrou ainda que a recuperação de áreas degradadas é outra forma de reduzir as emissões destes gases. "Estes sistemas de manejo aumentam a rentabilidade da terra. Nós só precisamos criar mecanismos de transferência de tecnologia ou de incentivos de financiamento. E o governo vai assumir este papel", afirma. Stephanes afirmou que o setor poderá reduzir em 150 milhões de toneladas por ano as emissões de gás carbônico em um prazo de dez anos ao adotar tecnologias adequadas. Segundo ele, cálculo da Embrapa mostra que este volume representará quase 10% das emissões brasileiras.

9.11.09

Código Florestal: institucionalizar a impunidade não é a solução

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br


Medida anunciada pelo Ministro Minc na semana passada como solução ao impasse do código florestal com os ruralistas institucionaliza a impunidade sob o título sugestivo de “Mais Ambiente”.

Proposta de decreto que será levada esta semana ao Presidente Lula determina que não serão aplicadas multas e sanções ambientais por desmatamentos ou degradação florestal ocorridos até a sua entrada em vigor, colocando em dúvida a manutenção dos embargos do uso das áreas ilegalmente abertas, uma das medidas mais fortes para inibir desmatamentos ilegais em todo o País.

É louvável o esforço do governo no sentido de trazer para a legalidade o maior volume possível de produtores rurais hoje em situação irregular. No entanto, é inaceitável que o próprio governo federal incentive o uso econômico de algo em torno de 20 mil km2 desmatados ilegalmente (somente na floresta Amazônica) entre 2007 e 2009, o que representou a emissão ilegal de 800 milhões de toneladas de CO2, quando o próprio Presidente Lula determinou o embargo obrigatório do uso de áreas desmatadas ilegalmente, a partir de dezembro de 2007 (Dec. 6321/07).

Agrava o pacote proposto o fato de que parte da proposta só poderá vigorar imediatamente, como quer o governo, se o presidente editar Medida Provisória o que o obrigará a medir forças no Congresso Nacional com a bancada ruralista em plena véspera das eleições, quando a lógica eleitoral comanda as decisões políticas.

Fórum da Amazônia Oriental - FAOR

Grupo de Trabalho Amazônico - GTA

Rede de ONGs da Mata Atlântica

Grupo de Trabalho de Florestas do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

Amigos da Terra – Amazônia brasileira

APREMAVI

Grupo Ambientalista da Bahia - GAMBÁ

Greenpeace

Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM

Instituto Socioambiental - ISA

Instituto Internacional de Educação do Brasil - IEB

IMAFLORA

IMAZON

INESC

Preserve Amazônia

WWF - Brasil

8.11.09

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 2)

CENSO FLORESTALAPRESENTAÇÃO

O censo florestal é um inventário de todas as árvores de valor comercial existentes em uma área de exploração anual. As atividades de um censo são realizadas um a dois anos antes da exploração, envolvendo a demarcação dos talhões, abertura das trilhas de orientação, a identificação, localização e avaliação das árvores de valor comercial. Além disso, outras informações úteis ao planejamento da exploração e às práticas silviculturais, como presença de cursos d'água, áreas cipoálicas e variações topográficas também são verificadas durante o censo florestal.


PREPARAÇÃO DA ÁREA

Demarcação do talhão

No plano operacional, a área total a ser manejada é dividida em talhões. Em geral, a demarcação dos talhões na floresta é feita por uma equipe de quatro pessoas, sendo um orientador, responsável pelo alinhamento da demarcação, um balizador, cuja função é orientar a abertura das trilhas e fixar as balizas ao longo do perímetro dos talhões, e dois ajudantes que fazem a abertura das picadas. Para a demarcação do talhão deve-se:


Localizar a cabeceira (linha base) e as laterais do talhão. Utiliza-se algum marco referencial como uma estrada, rio ou marco de propriedade. Para maior precisão usar bússola com tripé na definição das linhas base e laterais. As picadas devem ser abertas com cerca de 1,5 metro de largura em torno dos limites do talhão.


Instalar balizas de madeira na cabeceira do talhão. A distância ideal entre uma baliza e outra é 50 metros. A primeira baliza deve estar no marco zero, a segunda, a 50 metros e assim por diante. As distâncias podem ser marcadas com caneta de tinta à prova d'água em fitas de plástico amarradas nas balizas. Outra opção é escrever com lápis de cera especial para madeira na própria baliza. É importante manter o registro da posição da baliza com a face voltada para a linha base, a fim de facilitar a visualização da equipe de planejamento.

Além disso, deve-se fixar marcos referenciais em cada um dos quatro cantos do talhão com estacas de madeira resistente.



Abertura das trilhas de orientação

Uma equipe de três pessoas (orientador, balizador e ajudante) abre trilhas dentro dos talhões da seguinte maneira:

1. Abrir trilhas a cada 50 metros em linhas perpendiculares à cabeceira do talhão. A trilha deve ter uma largura de aproximadamente 0,5 metro.
2. Colocar balizas com fitas coloridas ao longo da trilha a distâncias regulares (em geral, 25 metros). Desta maneira, a primeira baliza deve ser fixada no marco 0 (zero) metro, a segunda em 25 metros e assim por diante (Figura 3).
3. Ao final da trilha, a equipe deve se deslocar lateralmente 50 metros até a próxima baliza, de onde deve abrir uma nova trilha em direção à cabeceira. A numeração deve, portanto, ser feita inversamente. Por exemplo, em uma trilha de 1.000 metros, a primeira baliza seria fixada em 1.000 metros, a segunda em 975 metros e assim sucessivamente até retornar ao ponto 0 (zero) metro na cabeceira do talhão.




CENSO

O censo consiste na localização, identificação e avaliação das árvores de valor comercial, árvores matrizes (importantes para a regeneração da floresta) e árvores com potencial para cortes futuros. Os dados são anotados em uma ficha de campo e usados na elaboração do mapa do censo. Posteriormente, essas informações serão usadas para o planejamento da infra-estrutura da exploração.
Não há um modelo único para a ficha do censo. O modelo adotado neste manual contém informações como número da árvore, coordenadas x e y (para localização da árvore), nome das árvores (identificação), diâmetro à altura do peito (DAP), altura, qualidade do tronco, qualidade da copa, direção de queda (avaliação) e observações, tal como a presença de cipós.

O censo é realizado por uma equipe formada por dois ajudantes (laterais), um identificador (mateiro) e um anotador. Os dois laterais procuram as árvores a serem mapeadas percorrendo as trilhas, sendo cada um responsável por uma faixa de 25 metros, enquanto o identificador (mateiro) e o anotador se deslocam no meio da faixa. Os laterais também identificam, avaliam e localizam as árvores no talhão. A equipe procura as árvores até o final da trilha, voltando em sentido contrário na faixa seguinte.



ETAPAS DO CENSO

Identificação das árvores
A identificação das árvores de valor comercial deve ser feita por mateiros experientes. Quando houver mais de um mateiro envolvido na identificação, certifique-se de que eles conhecem as espécies pelo mesmo nome. Quando for possível, especialmente no escritório, associe o nome vulgar ao nome científico. Atenção especial deve ser dada para a denominação comum das espécies, pois espécies diferentes podem ter o mesmo nome comum, enquanto uma única espécie pode ter nomes comuns diferentes em diversas regiões. Em caso de dúvida, procure o herbário de instituições como Museu Goeldi
(Belém), Embrapa


Quais espécies incluir no censo?

Aproximadamente 350 espécies madeireiras são exploradas na Amazônia. Entretanto, nos pólos de produção madeireira mais afastados, o número de espécies economicamente viáveis pode ser menor. Por exemplo, na Região Oeste do Pará, o número de espécies exploradas (em 1996) era inferior a 50. Neste caso, deve-se incluir no censo as espécies sem valor atual para aquela região específica? A decisão depende das perspectivas de crescimento do setor madeireiro local e da ampliação do mercado de madeiras. Lembrando que a lista de espécies de madeiras economicamente viáveis tem aumentado nas duas últimas décadas, seria oportuno incluir também as espécies de valor
potencial. Isso ajudaria a planejar o manejo florestal a longo prazo e evitaria a necessidade de repetir o censo das árvores quando essas espécies entrarem no mercado.


Medição das árvores

Mede-se a circunferência ou o diâmetro da árvore para estimar o volume de madeira e ajudar na seleção das árvores a serem exploradas. A medição da circunferência pode ser feita com uma fita métrica, enquanto para a medição do diâmetro pode ser utilizada fita diamétrica ou uma suta.
A medição do diâmetro da árvore deve ser feita a uma altura de 1,30 metro do solo ou em torno da altura do peito do medidor (DAP). É aconselhável medir as árvores acima de 30 cm de DAP (cerca de 95 cm de rodo ou circunferência). As árvores maiores (DAP acima de 45 cm) são exploradas, enquanto as árvores menores (DAP 30 a 45 cm) devem ser reservadas para o próximo corte.



b. Medição acima das sapopemas. a. Medição à altura do peito.

Geralmente, todas as árvores de valor comercial acima de 45 cm de DAP são exploráveis no primeiro corte. Entretanto, para algumas espécies, o DAP mínimo de corte pode ser maior. Por exemplo, as árvores de jatobá (Hymenaea courbaril) e quaruba (Vochysia sp.) tem um alburno acentuado (parte branca da madeira sem valor), o que requer que essas espécies sejam cortadas com DAP maior (acima de 60 cm).

Para a medição de diâmetro deve-se tomar alguns cuidados:

· Medir apenas o diâmetro das árvores. Não incluir sapopemas, cipós, casas de cupins etc. Se a árvore apresenta um desses problemas no ponto de leitura, limpar o local ou medir a 30 cm acima desse ponto.
· Manter o instrumento de medição na posição horizontal em relação ao solo.
· No caso de medição de troncos irregulares, usar preferencialmente fita métrica ou diamétrica. No caso de usar a suta, fazer duas medidas e tirar a média.

Numeração das árvores no campo

Cada árvore deve corresponder a um número que a identificará. As árvores selecionadas para o corte atual podem ser diferenciadas das árvores para o próximo corte através de uma letra antes do número. Por exemplo:

A + Número Árvores potenciais para extração (DAP > 45 cm)
B + Número Árvores para o corte futuro (DAP entre 30 e 45 cm)

Os números devem ser impressos, preferencialmente, em plaquetas de alumínio (Figura 6). As plaquetas devem ser fixadas a uma altura média de 1,7 metro na casca da árvore com pregos comuns pequenos (3/4 de polegada) ou de alumínio para não danificar o tronco. Uma outra opção é usar a faca de seringueira, para fazer um corte superficial na casca das árvores, e um lápis de cera especial para escrever sobre a madeira. Nos dois casos, a marcação deve ser feita na face da árvore voltada para a linha base do talhão, facilitando a visualização.




Mapeamento das árvores

É comum anotar a posição de cada árvore, em sistema de coordenadas x e y, na ficha de campo. Neste caso, "x" é a distância de uma árvore para a trilha vizinha e "y" é a distância entre a árvore e a linha base mais próxima. Esses valores são fornecidos pelos ajudantes (laterais), que estimam os números com base nas distâncias anotadas nas balizas das trilhas.

Para facilitar a localização das coordenadas, anotar na ficha de campo a faixa onde se encontra a árvore inventariada. A numeração das faixas pode ser a seguinte: a "faixa 1" seria a área situada na cabeceira do talhão entre as balizas 0 e 50 metros, a "faixa 2" entre os pontos 50 e 100 metros e assim sucessivamente.

Embora seja menos precisa, outra forma para o mapeamento das árvores é indicar a sua posição com um símbolo (por exemplo, um ponto) diretamente no mapa do censo.

Estimativa da altura comercial

A estimativa da altura do tronco, que corresponde ao ponto de corte na base da árvore até a primeira bifurcação dos seus galhos, geralmente é feita a olho nu.


No entanto, para reduzir a margem de erro, pode-se estimar a altura do tronco através do "teste da vara". Cada membro da equipe faz o teste usando uma vara de altura conhecida (por exemplo, 3 metros). O medidor, a uma distância de 5 a 10 metros da árvore, estima quantas vezes o tronco é maior que a vara. O teste deve ser repetido até que a equipe possa obter uma estimativa confiável da altura do tronco a olho nu.

Avaliação da qualidade do tronco

Os troncos variam em termos de qualidade comercial. Os troncos retos, cilíndricos e sem ocos são classificados como "bons" para uso madeireiro. Os troncos retos, mas com ocos pequenos ao longo de toda a tora, ou troncos tortuosos, mas sem ocos são classificados como "regulares". Por sua vez, os troncos tortuosos e com presença de ocos possuem qualidade inferior.


Apresenta uma relação entre a qualidade do tronco e a proporção de aproveitamento do seu volume. O fator indicado nessa tabela é multiplicado pelo volume total para encontrar o volume aproveitável.



Detecção da presença de oco

Há várias maneiras para detectar se uma árvore está oca. Por exemplo, encostar o ouvido na árvore e bater no tronco com um martelo. Se o som emitido fizer um eco, a árvore estará provavelmente oca.
Além disso, há sintomas que sugerem a presença de oco nas árvores, como casas de cupins, presença de secreções escuras ao longo do tronco e galhos quebrados.
As árvores com troncos classificados como "sem valor comercial" deverão ser preservadas, pois são importantes como produtoras de sementes, fonte de alimentos e abrigo para animais.

Avaliação da direção de queda das árvores

A direção de queda de uma árvore depende da inclinação natural do seu tronco e da distribuição da sua copa.


Tendência de queda das árvores
AMPLA: tronco reto e copa bem distribuída. Pode ser derrubada em qualquer
direção. Ângulo de queda 360 graus.
INTERMEDIÁRIA: tronco reto, copa voltada para um dos lados. Ângulos de
queda entre 90 e 180 graus.
LIMITADA: tronco inclinado, copa desigual e acentuada. Ângulo de queda inferior
a 90 graus.

Obs.: Os símbolos indicam como anotar a tendência de queda na ficha de campo.



Seleção das árvores matrizes

Primeiro, avalia-se a qualidade da copa das árvores para a seleção de árvores matrizes. As árvores com copas saudáveis tendem a ser melhores produtoras de sementes, sendo preferíveis como árvores matrizes.
As características de cada espécie também influenciam na seleção dessas árvores. Para as espécies tolerantes à luz, cuja regeneração adulta vive poucos anos sob a sombra (sub-bosque da floresta), as árvores matrizes são essenciais. Entre elas estão o mogno (Swietenia macrophylla), andiroba (Carapa guianensis), cedro (Cedrela odorata), faveira (Panopsis sp.) e pará-pará (Jacarandá copaia).
Para cada espécie, selecionam-se de três a cinco árvores como matrizes por hectare (incluindo árvores com DAP acima de 30 cm). Quando não é possível selecionar árvores matrizes em número suficiente (quando o estoque de árvores adultas for muito baixo), deve-se plantar indivíduos das espécies nas clareiras após a exploração.


As árvores matrizes devem ser escolhidas próximo de áreas onde serão abertas clareiras grandes, aumentando, dessa forma, as chances de colonização pelos seus"filhotes". A abertura de clareiras grandes tenderá a ocorrer nas áreas onde estão agrupadas muitas árvores exploráveis. Para serem protegidas, as árvores matrizes são indicadas no mapa do censo e demarcadas durante o planejamento da exploração.

Avaliação da iluminação das árvores para o segundo corte

É possível aumentar o crescimento das árvores de valor econômico para o segundo corte (DAP de 30 a 45 cm) eliminando as árvores sem valor que estão competindo por luz e nutrientes com as de valor comercial (Capítulo 10). Faz-se uma avaliação da iluminação da copa das árvores para saber quais delas serão beneficiadas com esse tratamento.

Avaliação da qualidade da copa

BOA: Copa inteira e bem distribuída em torno do eixo central da árvore.
REGULAR: Copa com alguns galhos quebrados.
INFERIOR: Copa incompleta, mais da metade dos galhos quebrados.



Características do talhão

A floresta contém povoamentos de várias idades ou estágios de desenvolvimento incluindo clareiras onde predominam mudas e arvoretas (DAP menor que 5 cm), povoamento juvenil (árvores com DAP entre 5 e 15 cm), juvenil - intermediário (DAP entre 15 e 25 cm), intermediário (DAP entre 25 e 45 cm) e, finalmente, povoamento maduro (DAP maior que 45 cm). Pode-se mapear a localização desses povoamentos utilizando uma folha de papel quadriculado com os limites do talhão. Para facilitar o manuseio, adotar a escala de 1:5.000 (1 cm representa 50 metros).
O anotador desenha no mapa a área de cada tipo de povoamento durante o censo. É importante definir a área mínima de cada povoamento a ser mapeado. Recomenda-se anotar apenas áreas de povoamentos com tamanho superior a 250 m2.

Anotação de observações

Anota-se em um mapa pequeno do talhão informações sobre trechos acidentados, trilhas e estradas antigas e áreas cipoálicas. Essas informações são úteis para definir onde aplicar os diferentes tratamentos silviculturais.


1. Iluminação total 3. Sombral 2. Iluminação parcial


PRODUTOS DO CENSO FLORESTAL


Mapa do censo

As informações contidas na ficha de campo são a base para a elaboração do mapa do censo. Esse mapa será utilizado para localizar as árvores a serem extraídas, árvores remanescentes (exploração futura), árvores matrizes e topografia do terreno.



Etapas de preparação mapa

1. Definir a escala do mapa. Para facilitar o manuseio, o mapa deve ter um tamanho de no máximo 1 m2. Uma escala recomendável seria 1:1.000 (1 cm representa 10 metros). Desta maneira, um talhão de 100 hectares (1.000 x 1.000 metros) seria representado por um mapa com 1 metro de largura por 1 metro de comprimento.
2. Traçar as linhas principais do mapa: cabeceiras, laterais e trilhas de orientação.

Qualidade do tronco e iluminação da copa: 1 - Bom 2 - Regular 3 - Inferior.

3. Desenhar no mapa do censo todas as árvores exploráveis, árvores destinadas à próxima exploração e árvores matrizes com base nas coordenadas x e y.
4. Indicar no mapa as estradas secundárias e as áreas com maior concentração de cipós (zonas cipoálicas), bem como outras informações relevantes.


Cálculo do volume comercial

O volume total de madeira existente em uma dada área (por exemplo, 1 hectare) é o resultado da soma do volume de cada uma das árvores localizadas naquela área.
Para calcular o volume de cada árvore deve-se utilizar as informações sobre a circunferência à altura do peito (CAP) ou diâmetro à altura do peito (DAP), altura comercial e qualidade do tronco (volume efetivamente aproveitável de cada árvore) nas fórmulas:


V = Volume de madeira comercial expresso em metros cúbicos.
CAP = Circunferência à altura do peito expressa em centímetros.
DAP = Diâmetro à altura do peito expresso em centímetros.
A = Altura comercial em metros.
FA = Fator de aproveitamento relacionado à proporção aproveitável do tronco apresentado na Tabela 1.
F = Fator de forma referente à conicidade da tora, geralmente igual a 0,7.

0,00007854 e 125663,7 = constantes.

Veja como calcular o volume de uma árvore com 13 metros de altura comercial, 74 cm de DAP e um fuste de qualidade boa (fator 0,9; Tabela 1).

V= 0,00007854 x (74)2 x 13,0 x 0,9 = 3,5 m3 (fórmula do diâmetro)

Para obter o volume total por hectare é só repetir o cálculo para todas as árvores
e depois somar. O cálculo pode ser feito em uma planilha eletrônica (por exemplo, Excell
ou Access) ou mesmo com uma simples calculadora.


CONCLUSÃO

O censo ou inventário florestal 100% é imprescindível para a elaboração do plano operacional de manejo. As informações coletadas no censo, tais como a localização e avaliação das árvores em termos madeireiros, indicação espacial das zonas cipoálicas e de topografia desfavorável à exploração, permitem calcular o volume a ser explorado e produzir o mapa final do censo. Esse mapa é o instrumento básico para orientar o corte de cipós, o planejamento, a demarcação e construção das estradas e pátios de estocagem, o corte das árvores, o arraste das toras e os tratamentos silviculturais pós-exploratórios.
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