31.3.11

Produtor: 'O maior problema da lavoura é a falta de crédito'


“Atualmente, o maior problema da lavoura cacaueira baiana é a dívida com agentes financeiros e a falta de crédito, não a vassoura-de-bruxa como se imagina”.


A sentença foi proferida durante palestra pelo presidente da Central Nacional dos Produtores de Cacau (CNPC), Wallace Coelho Setenta, na sessão de abertura dos Seminários Técnicos do Centro de Pesquisas do Cacau, no auditório Hélio Reis de Oliveira, nesta sexta-feira, 25, na Superintendência da Ceplac na Bahia.
Para o dirigente da CNPC, a Ceplac e instituições parceiras desenvolveram tecnologias para manejo adequado da lavoura e controle da vassoura-de-bruxa e elevação da produtividade do agricultor e da produção. “Mas é preciso que o Governo reconheça, o endividamento impede novos financiamentos da produção e acesso a crédito. Aplicação tecnológica requer dinheiro e outros fatores como assistência técnica, insumos, etc. e o produtor está descapitalizado”, resumiu.
Na palestra “Encontro de Saberes: Cientificidade e Empirismo” Wallace Setenta disse ainda que a Ceplac tem de continuar liderando o processo de desenvolvimento da Região Cacaueira baiana. “A instituição é maior que os formuladores de políticas públicas do Estado e da União pelo que acumula de know-how. “Ninguém jamais pensou a região como a Ceplac que deve liderar as formulações de planejamento e desenvolvimento regional”, sintetizou.
Também foi palestrante o pesquisador francês Didier Clement, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD), que abordou o tema “Biologia Avançada Aplicada ao Melhoramento Genético do Cacaueiro”. Em resumo disse que a Ceplac, o Cirad e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) têm se juntado a instituições internacionais de pesquisa para obter variedades de cacaueiros resistentes às doenças, ao estresse ou qualquer caracteres de interesse - agronômicos ou de qualidade - com o objetivo de melhoramento genético.
Didier realçou que o Programa de Melhoramento Genético do Cacau conseguiu, com o desenvolvimento de tecnologias do DNA, explorar a diversidade, identificar e caracterizar genes vinculados à expressão dos caracteres procurados. O pesquisador francês também apresentou slides sobre os principais resultados obtidos nas atividades de pesquisa realizadas pela parceria Ceplac-Cirad e do genoma do cacau em consórcio com instituições de pesquisa da Europa e Estados Unidos.
Na abertura, após a saudação da diretora-técnica do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec, Stela Dalva Vieira Midlej e Silva, o pesquisador da Ceplac Dan Lobão destacou o fato de a lavoura cacaueira baiana manter por mais de 250 anos, através do sistema cabruca, as principais espécies nativas e essências florestais da Mata Atlântica, além de incorporar outras espécies como seringueira e bananeira em sombreamento. “Atualmente se fala de sustentabilidade, mas o produtor de cacau já fazia, mesmo que empiricamente”, destacou.


Fonte: CEPLAC| Luiz Conceição


30.3.11

RJ: manual orienta a recuperação de áreas degradadas na Caatinga


A publicação inédita, lançada recentemente, apresenta os principais resultados práticos do projeto pioneiro realizado, nos últimos quatro anos, numa parceria entre a Embrapa Agrobiologia, a Petrobras Un-rnce (Unidade de Negócio de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido para revegetação de áreas de extração de piçarra no estado do Rio Grande do Norte.


O projeto utilizou como base a tecnologia de recuperação de solos degradados já desenvolvida pela Embrapa e aplicada com sucesso em outras regiões do país. 

Dividido em quatro capítulos, o manual pretende ser um balizador para a recuperação de áreas degradadas na Caatinga. O primeiro capítulo faz uma abordagem sobre os principais aspectos geofisiográficos deste bioma e sua degradação. 

O segundo aborda em detalhes todo o processo de produção de mudas de espécies florestais com potencial de uso na revegetação dessas áreas. Na sequência, são abordados aspectos práticos para a recuperação de jazidas de extração de piçarra, incluindo o ordenamento e a preparação da área, a aplicação de solo superficial e o plantio de mudas. 

No quarto e último capitulo, são relatados os principais resultados de um estudo piloto que avaliou, em seis jazidas de piçarra com características distintas, a adaptação e o desenvolvimento de diferentes espécies arbóreas e a adequação da aplicação de solo superficial como possível acelerador do processo de recuperação ambiental. 

A equipe responsável pelo projeto acredita que serão necessários estudos adicionais para aperfeiçoamento da tecnologia, como, por exemplo, a seleção de novas espécies vegetais. Mas por outro lado, há um consenso de que com o nível de conhecimento atual, já é possível recuperar essas áreas de extração de piçarra na Caatinga com espécies predominantemente nativas da flora desse bioma. 

Aplicação em outras situações na Caatinga 
O projeto envolvendo a Embrapa Agrobiologia, Petrobras Un-rnce (Unidade de Negócio de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido recuperou aproximadamente dois hectares. A partir de 2011, a Petrobras, iniciará o plantio em maior escala de suas áreas. 

Segundo o pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Alexander Silva de Resende, inicialmente estão sendo recomendadas 11 espécies florestais nativas da Caatinga, das quais, 7 são leguminosas fixadoras de nitrogênio e que apresentaram resultados muito satisfatórios para as condições avaliadas. Alexander afirma ainda que essa tecnologia precisa ser testada em outras condições, mas apresenta grande potencial para ser replicada em outras situações de degradação na Caatinga. 

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Caatinga apresenta uma das maiores áreas sujeitas a desertificação no Brasil. Esse bioma tem perdido suas características devido ao uso irracional das atividades socioeconômicas, que vão desde a exploração de madeira para combustível até a substituição da vegetação nativa por práticas agrícolas não apropriadas


Fonte: Embrapa


29.3.11

Rebelo deve ceder a ruralistas no Código Florestal


Produtores cobram e parlamentares dizem que deputado poderá fazer mudanças pontuais em temas polêmicos.


O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) deverá ceder às pressões e promover novas alterações pedidas por ruralistas no substitutivo que altera o Código Florestal Brasileiro, afirmaram nesta segunda-feira (28/03) parlamentares em uma reunião sobre o tema em Ribeirão Preto, SP. O substitutivo ao projeto de lei número 1876, de 1999, foi elaborado no ano passado por uma comissão criada na Câmara e relatado por Rebelo, mas ainda passa por alterações antes de ser votado, o que deve ocorrer no início de abril. 
Na abertura da reunião, com a presença de seis deputados federais, três estaduais e uma plateia com cerca de 650 produtores rurais e representantes de entidades ruralistas, a diretora da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto (Abag), Mônika Bergamaschi, cobrou dos parlamentares mudanças pontuais em temas polêmicos no relatório de Rebelo. 

Entre elas, a proposta de isentar da recuperação da vegetação nativa as áreas de até 4 módulos fiscais (de 8 hectares a 600 hectares). Como em algumas regiões os 4 módulos fiscais seriam apenas 8 hectares, a executiva sugeriu que a área mínima fosse de 150 hectares. 
Mudanças
Mônika cobrou ainda que os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) assinados entre produtores e o Ministério Público para o cumprimento do atual Código Florestal fossem desconsiderados caso o substitutivo de Rebelo fosse provado. A executiva cobrou ainda que a moratória ambiental de desmatamento zero fosse flexibilizada em algumas regiões. 

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PPS-RO), lembrou que Rebelo não estava presente na reunião porque fazia justamente os últimos acertos no substitutivo. Mendes admitiu que "Rebelo provavelmente irá acatar a proposta da Abag" sobre os módulos fiscais, mas que "esse será certamente um dos itens que não terá acordo porque os ambientalistas não aceitam", disse. 

O parlamentar afirmou ainda que Rebelo aceitou retirar a questão da manutenção dos TACs que havia sido incluída no relatório e ainda "aceitou tirar a moratória do desmatamento", em troca de um prazo de cinco anos para que todos fizessem a regularização fundiária das propriedades rurais. 

Já o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder do partido na Câmara, ratificou que os "TACs não serão reconhecidos" na proposta de Rebelo "pois o assunto ficará superado na medida em que a (nova) lei regularizará as propriedades". Nogueira admitiu ainda que a moratória do desmatamento será revista por Rebelo nas áreas de reflorestamento industrial e em algumas regiões de expansão da fronteira agrícola.


Fonte: Agência Estado


27.3.11

Por que plantar florestas?

No final de janeiro deste ano a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional de Florestas, promovendo o tema ?Florestas para as pessoas? 


A abordagem, lançada na 9ª Sessão do Fórum das Nações Unidas para Florestas (UNFF, sigla em inglês) em Nova Iorque, pretende destacar o papel fundamental das pessoas na conservação e exploração sustentável das florestas. Para entender um pouco mais sobre esse importante destaque às florestas, vamos primeiro lembrar os benefícios disponibilizados por elas?

As árvores são responsáveis pela fotossíntese, processo de absorver o gás carbônico (CO2) da atmosfera. Além de serem essenciais para o ecossistema e a vida de todos os seres vivos, elas aumentam a umidade do ar, atuam no ciclo da chuva, no equilíbrio da natureza e, por consequencia, auxiliam no combate ao aquecimento global. Ou seja, quanto mais árvores existirem no planeta, mais carbono será retirado do ar. E não é pouca coisa. São 28,9 bilhões de toneladas de CO2 emitidas por ano, em todo o mundo, por queima de combustível.

Nesse cenário, nós, brasileiros, podemos, e muito, ajudar o clima mundial. Somos responsáveis por 516 milhões de hectares de florestas naturais e plantadas, ficando atrás apenas da Rússia em termos de extensão florestal no planeta.  Além disso, somos referência mundial em produtividade e manejo de florestas plantadas. No país, a silvicultura convive harmoniosamente com a mata nativa e não compete com a agricultura tradicional. Temos, como muito orgulho, um agronegócio sustentável.

Essa prática garante a estabilidade profissional e financeira de produtores rurais – que veem na silvicultura uma importante fonte de renda; fortalece o crescimento da indústria de celulose, madeira e papel, e dos fornecedores de equipamentos para o manejo dessas florestas, como motosserras e roçadeiras. Estes equipamentos fazem parte de um ciclo que contribui para a expansão do mercado tecnológico brasileiro.

Quer mais motivos para incentivarmos o cultivo de árvores? As árvores plantadas absorvem mais gás carbônico da atmosfera do que as florestas naturais, isso porque estão em constante e rápido crescimento. Ao todo, 1 bilhão de toneladas de CO2 são absorvidos pelas florestas plantadas para fins industriais. Além disso, segundo a Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel) as empresas do segmento florestal atendem e superam às normas ambientais e, para cada 100 hectares plantados, garantem a preservação de 170 hectares, que ajudam a preservar espécies da fauna e da flora, até mesmo os ameaçadas de extinção.

Apesar de todas essas vantagens, as florestas plantadas ocupam menos de 1% do território brasileiro. Conhecemos o Brasil como o país do futebol, da alegria, da natureza e do samba. São características naturais e culturais que devem ser incentivadas e conservadas, pois refletem nossa riqueza hereditária. O mesmo pode e deve acontecer com nossas florestas plantadas. Elas são um patrimônio inigualável, um recurso natural sustentável, que gera emprego e renda, produtos para nosso dia a dia, além de contribuir com a preservação do meio ambiente. Assim como a ONU fez, devemos nos lembrar que, acima de tudo, as florestas são para as pessoas.

Ronaldo Callmann é gerente de Marketing e Produto para a América Latina da Husqvarna, multinacional com mais de 320 anos e uma das líderes mundiais no desenvolvimento de produtos para o manejo de parques, florestas e jardins.

26.3.11

Governo planeja duplicar área de florestas plantadas

Ainda com dificuldades para conter a extração ilegal de madeira de florestas nativas para a produção de lenha e carvão, o governo planeja transformar o País em uma “potência florestal” comercial no período de uma década, segundo estudo que circula de forma restrita na Esplanada, acompanhado de uma minuta de decreto a ser assinado pela presidente Dilma Rousseff.


O estudo coordenado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, planeja mais do que dobrar a área de florestas plantadas no País: de 6,7 milhões de hectares para 15 milhões. Com isso, a participação dos produtos de origem florestal – de papel a painéis de madeira e resíduos para a produção de energia – no mercado internacional poderia mais do que triplicar, atuais US$ 7 bilhões, baseados sobretudo em celulose, para até US$ 25 bilhões, estima o estudo.
O Brasil tem a segunda maior área de floresta do planeta, perdendo no ranking mundial apenas para a Rússia. Mas suas florestas plantadas equivalem a menos da décima parte da área plantada na China. No território nacional, sua proporção não alcança 1%. O grupo de trabalho coordenado pela SAE enxergou nos dados uma oportunidade, estimulada pela alta produtividade de florestas plantadas aqui, superior à dos EUA, um dos líderes do comércio internacional.
O plano de transformar o Brasil em “potência florestal” conta com a liberação de mais terras ocupadas atualmente pela pecuária de baixa produtividade, além de áreas já degradadas, que não são usadas para outro tipo de cultivo. A disponibilidade de terras poderia chegar a 70 milhões de hectares nos próximos anos. A Região Centro-Oeste seria o principal foco da expansão das florestas plantadas, mais concentradas hoje no Sudeste.
Ao mesmo tempo que aponta fartura de terras, o estudo mostra obstáculos ao projeto de “potência florestal”. Um dos principais seria o processo de licenciamento ambiental para o plantio de florestas. As metas do projeto são mais ambiciosas do que as previstas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas para substituir o uso de carvão mineral e vegetal de origem ilegal nas siderúrgicas, por exemplo. E poderiam contar com o estímulo da venda de créditos de carbono no mercado internacional porque as plantações capturam gases de efeito estufa lançados na atmosfera e podem produzir energia mais limpa. As informações são do jornal .


Fonte: O Estado de S. Paulo


25.3.11

Brasil aprova importação de teca


Normas valem para os produtos in vitro vindos da Malásia.



O Ministério da Agricultura definiu nesta segunda-feira (21/03) os requisitos fitossanitários para a importação demudas in vitro de teca (espécie florestal) da Malásia. “O produto deverá ser importado em meio isento de pragas, em embalagens lacradas de forma correta e acompanhado de Certificado Fitossanitário (CF) emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) do país de origem”, explica Jefé Ribeiro, chefe da Divisão de Análise de Risco de Pragas do Ministério da Agricultura. A norma foi publicada no Diário Oficial da União. 
Os produtos importados serão inspecionados no ponto de ingresso e terão amostras coletadas e enviadas paraanálise em laboratório oficial ou credenciado pelo ministério. Os custos dos testes serão dos interessados em trazer o produto para o Brasil. No caso de detecção de praga, a ONPF da Malásia será notificada e poderá haver a suspensão das importações, até a revisão da Análise de Risco de Pragas (ARP). 
Análise de Risco de Pragas
A análise de risco de pragas avalia os prejuízos qualitativos ou quantitativos que uma praga ainda não introduzida no Brasil poderia causar à agricultura brasileira, caso conseguisse entrar. Consideram-se como pragas insetos, ácaros,vírus, bactérias, fungos ou plantas invasoras. Desde 1995, o Ministério da Agricultura realiza esse tipo de análise, com base nas normas do Acordo para Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS).

O Brasil é signatário da Organização Mundial do Comércio (OMC) e país fundador da Convenção Internacional de Proteção de Vegetais (CPIV). Assim, deve seguir as diretrizes internacionais de comércio acordadas entre os países 


Fonte: Globo Rural Online


24.3.11

Setor florestal e ONG's propõem mudanças para Código Florestal


Empresas e instituições ambientais entregaram para o governo federal documento com 16 propostas de alteração para a lei que pode ser votada no primeiro semestre do ano.


O setor florestal quer e o governo federal apoia a expansão dos atuais 6,7 milhões de hectares para 15 milhões de hectares de florestas plantadas em uma década.
A participação dos produtos que têm origem nesses plantios (de papel a painéis de madeira e resíduos para produção de energia) no mercado internacional poderia mais que triplicar dos atuais 7 bilhões de dólares (maior parte proveniente da produção de celulose) para até 25 bilhões de dólares. Esse segmento forte e em plena expansão na região Centro-Oeste do país, ao lado de ONGs e institutos ambientais, anunciou nesta quinta-feira (24/03) 16 propostas de alteração para o Código Florestal, que pode ser votado pelo Congresso Nacional no primeiro semestre do ano. “Agora é hora de consenso e não de conforto por situações privilegiadas”, declara José Luciano Penido, conselheiro administrativo da Fíbria, maior fabricante de celulose do mundo.
Parte do documento é contrário ao projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que apresentou uma série de mudanças para a lei federal de 1965 que determina como o solo brasileiro deve ser ocupado. Elas causaram discórdias entre ruralistas, cientistas e ambientalistas. A polêmica está em torno da anistia para quem desmatou áreas de reserva legal (20% para as propriedades situadas na região de mata atlântica, 35% nas do cerrado e 80% nas da floresta amazônica), redução de 30 metros para 7,5 metros das matas ciliares (margens de rios e mananciais que protegem a erosão), e moratória de cinco anos do corte de floresta para a abertura de novas áreas destinadas à agricultura e pecuária. O “Consenso para o Código Florestal”, como foi batizado o programa que uniu empresas e entidades do terceiro setor, é contrário à suspensão das multas pelo desmatamento, à moratória e à diminuição da proteção das matas ciliares.
Em contrapartida, sugere que o governo promova incentivos econômicos para a regularização ambiental, crie programas de pagamentos por serviços ambientais ao produtor e que pequenas propriedades possam somar suasáreas de proteção permanente (APP) às da Reserva Legal, para estarem em cumprimento com o índice de preservação estabelecido por lei. “O país precisa de uma legislação forte, com robustez científica e respaldada por políticas públicas”, analisa Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel(Bracelpa). A íntegra do documento pode ser acessada pelo site www.dialogoflorestal.org.br


Fonte: Globo Rural/ Janice Kiss


23.3.11

Setor florestal mostra que é possível aliar produção com preservação

Um levantamento divulgado pela ABRAF – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas mostra que, para cada hectare de floresta plantada, empresas do setor madeireiro preservam 0,89 hectare além dos 35% da área obrigatória por lei.



No Paraná, um dos exemplos de preservação é a Madepar Agroflorestal. Mais de metade de suas áreas estão cobertas por matas nativas, o que significa que sua área preservada é bem maior do que os 35% que são obrigatórios por lei.
“A consciência de sustentabilidade e responsabilidade ambiental dos proprietários vem de gerações passadas, desde a aquisição das terras pelo empresário Wilson Dissenha. Por isso esta riqueza de biodiversidade. Temos em nossas áreas imbuias e pinheiros centenários, além da fauna que se beneficia com a diversidade de nossas florestas, comprovando o equilíbrio do ecossistema local”, afirma o engenheiro florestal Neumar Wolff II.
Com fazendas na região sul do Paraná e noroeste de Santa Catarina, além da preservação de suas áreas, a empresa também faz o registro das espécies por meio de inventários florestais. Esses levantamentos mostram a riqueza e a diversidade da floresta e da fauna local que conta com um grande número de exemplares de pinheiros e imbuias, macacos-pregos e gralha azul, entre outras espécies. As áreas são um grande atrativo para pesquisadores, que têm realizado trabalhos sobre a biodiversidade local, e também para as escolas da região que participam do programa de visita da Madepar Agroflorestal.


Fonte: INTERACT Comunicação Empresarial/ Vanda Vieira Ramos



19.3.11

Histórico do Código Florestal


Desde que foi criado, durante o governo de Getúlio Vargas, o Código Florestal Brasileiro já passou por sete alterações. Por meio do Decreto 23.793/34, o primeiro código instituído estabeleceu, entre outros pontos, o conceito de florestas protetoras. Embora semelhante ao atual conceito das Áreas de Preservação Permanente (APPs), o decreto não previa as distâncias mínimas para a proteção dessas áreas.


A atual legislação, Lei 4.771/65, estabeleceu limitações ao direito de propriedade no que se refere ao uso e exploração do solo e das florestas. O texto criou a previsão para Áreas de Preservação Permanente (APP's) - São faixas de terra ocupadas ou não por vegetação nas margens de nascentes, córregos, rios, lagos, represas, no topo de morros, em dunas, encostas, manguezais, restingas e veredas. Essas áreas são protegidas por lei federal, inclusive em áreas urbanas. Calcula-se mais de 20% do território brasileiro estejam em áreas de preservação permanente (APP's). As APP's são previstas pelo Código Florestal. Os casos excepcionais que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em APP são regulamentados pelo Ministério do Meio Ambiente e, posteriormente, após alteração feita em 1986, para áreas de Reserva Legal (RL) - Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. O tamanho da reserva varia de acordo com a região e o bioma: - Na Amazônia Legal: 80% em área de florestas, 35% em área de cerrado, 20% em campos gerais; - Nas demais regiões do País: 20% em todos os biomas.).
Medidas provisórias
Em 1996, a primeira de uma série de medidas provisórias editadas para alterar o código restringiu a abertura de novas áreas em florestas. As MPs, embora não tenham aumentado a área de reserva legal, passaram a permitir o desmatamento de apenas 20% nas regiões de floresta. E, a partir da MP 2.080/00, a reserva legal em áreas de floresta passou a ser de 80%.
Dois anos depois, o código passa a incorporar a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), transformando diversas infrações administrativas em crimes. A mudança permitiu que os órgãos de fiscalização ambiental pudessem aplicar pesadas multas aos infratores.

Reserva legal e APPs
A última alteração no atual código foi feita em 2001 e redefiniu os conceitos de reserva legal e de área de preservação permanente. Pelo texto, o tamanho mínimo da reserva legal passou a depender do tipo de vegetação existente e da localização da propriedade. No bioma Amazônia, o mínimo é de 80%. No Cerrado Amazônico, 35%. Para as demais regiões e biomas, 20%.
No caso das APP’s, o novo texto passou a considerar a faixa marginal dos cursos d’água cobertos ou não por vegetação e, nas pequenas propriedades ou posse rural familiar, ficou definido que podem ser computados no cálculo da área de reserva legal os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais.


Fonte: Agência Câmara


18.3.11

Mais recursos para as Unidades de Conservação brasileiras


A Câmara Federal de Compensação Ambiental discutiu ontem, quarta-feira (16/3), o texto final de seu regimento interno, em sua segunda reunião ordinária, realizada no MMA.


Este é um passo fundamental para assegurar recursos em benefício das Unidades de Conservação (UC) do País. As alterações propostas serão referendadas em 15 de junho, durante o próximo encontro das instituições que a compõem. Em seguida, o texto será publicado no Diário Oficial.
"Os recursos desta Câmara representam a consolidação do Snuc [Sistema Nacional de Unidades de Conservação]", observou o secretário-executivo do MMA, Francisco Gaetani, que preside o órgão. A câmara é composta por representantes do Governo e da sociedade civil. O seu colegiado vai definir a distribuição de recursos e os critérios de cálculos das verbas a serem geradas por empreendimentos que causem impactos ambientais significativos.
A Câmara Federal delibera sobre recursos que têm origem em licenciamentos feitos pelo Ibama. Essas verbas devem ser previstas nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) das obras, fazem parte das condicionantes do licenciamento e são aplicadas prioritariamente na regularização fundiária das UCs, mas também podem ser investidas em infraestrutura.


Fonte: Ministério do Meio Ambiente


17.3.11

Analista apresenta linhas de crédito com menores taxas de juros para o setor florestal


“Tem que ser bem analisado qual será a opção do produtor. O eucalipto e a seringueira não são produtos com muitos compradores. Por isso, os convênios podem ser mais interessantes”.


Muitos querem iniciar o plantio de eucalipto e seringueira. Mas, poucos sabem como obter recursos. Por isso, o Painel Florestal convidou o analista da Superintendência do Banco do Brasil, José Luiz dos Reis, para palestrar sobre “Como obter recursos para plantios florestais”, durante o 3º Seminário Plantar Florestas é Bom negócio.
O representante do Banco do Brasil explicou como funcionam as linhas de crédito, financiamento e convênios. Alguns são mais interessantes do que outras para o setor. “Tem que ser bem analisado qual será a opção do produtor. O eucalipto e a seringueira não são produtos com muitos compradores. Por isso, os convênios podem ser mais interessantes”, explica.
Durante a palestra, José Luiz, apresentou quatro linhas de crédito que se encaixam com o perfil do setor: O Pronaf, Proflora, BNDES ABC e o FCO Pronatureza. Conforme as especificações, se enquadram nos programas atividades como, cultivo permanente de seringueira, aproveitamento de área degrada, recomposição de reserva, implantação de viveiro, florestamento e reflorestamento e cultivo de eucalipto.
As linhas dão ao produtor a garantia de recursos para custeio inicial com materiais, para assistência técnica e implementação de tecnologia entre outros. De acordo com o analista, o BNDES ABC é uma das linhas mais interessantes. “Essa linha de crédito é a mais atrativa para o produtores, pois apresenta o menor juros de todas”, explica.
BNDES ABC é uma linha voltada a recuperação de áreas degradadas, recomposição de reserva e integração de eucalipto com a pecuária ou agricultura. O percentual do juro é menor que as outras linhas: 5,5%. Nesse programa o produtor pode obter R$1 milhão em recursos. Entretanto, José Luiz alerta: “O produtor deve analisar na hora de elaborar o projeto, se a atividade para qual está solicitando o recurso se encaixa na linha de crédito. Cabe ao produtor, verificar qual linha atende a sua pretensão”, conclui


Fonte: Seringueira.com


14.3.11

Café Robusta:Boas perspectivas para safra 2011/12 capixaba


Os cafezais de robusta no Espírito Santo tiveram boas floradas no segundo semestre de 2010, e o “pegamento” das flores foi bom, de acordo com colaboradores do Cepea. No correr de fevereiro, o baixo volume de chuva chegou a prejudicar o enchimento dos grãos em alguns cafezais. Já no início de março voltou a chover nas regiões produtoras do Espírito Santo, e o déficit hídrico do solo foi recuperado.
Assim, o crescimento do robusta capixaba deve ser retomado. Agentes acreditam que, como em toda safra, a colheita da temporada 2011/12 deve iniciar no final de abril. Com estes fatores, as perspectivas para a safra de robusta no Espírito Santo são boas.


 Confira a análise na íntegra :http://www.cepea.esalq.usp.br/cafe/conillon/2011/02fev.pdf

Fonte: Cepea

Discussão sobre projeto do Código Florestal ainda está longe de acordo


Proposta que atualiza legislação de 1965 deve ser colocada em votação em breve.


Prestes a ser colocado em votação no Congresso Nacional, falta consenso em torno das discussões em torno do projeto que atualiza o Código Florestal brasileiro. Ambientalistas e ruralistas reconhecem, principalmente, que a lei vigente, resultado de um código editado em 1965 e com uma gama imensa de decretos e medidas provisórias na garupa, não serve mais para o país.

— Ninguém discorda que é preciso modernizar, mas o substitutivo foi feito sem muitas discussões técnicas. Estamos num debate entre os dois grupos (ambientalistas e ruralistas). Precisamos de uma discussão mais técnica e mais isenta — afirma a advogada especialista em Direito Ambiental Bibiana Carvalho Azambuja da Silva.

Bibiana destaca o papel fundamental da lei para toda a sociedade. Ela lembra que o código é uma norma que disciplina a proteção da flora e institui espaços territoriais especialmente protegidos. Ao cuidar da flora, ele protege águas, fauna e solo. Em um país com a riqueza natural do Brasil, determinar como a terra será utilizada tem um peso imenso.

Por isso a insistência de entidades como a Academia Brasileira de Ciências (ABC) em estender o debate. Em carta enviada ao deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP), autor do substitutivo do projeto de lei que pretende ver finalizado até o final deste mês, a ABC e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) afirmam entender que “qualquer aperfeiçoamento deva ser conduzido à luz da ciência, com a definição de parâmetros que atendam a multi-funcionalidade das paisagens brasileiras”.

O debate sobre o tema ainda deve contar com novas audiências públicas nas próximas semanas, antes da votação final do projeto. Em recente entrevista, a senadora Kátia Abreu (DEM/TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirmou que tudo é negociável desde que tenha explicação científica. Na mesma linha, Rebelo disse estar aberto ao aprimoramento do projeto:

— Minha ambição é aprovar uma lei que atenda aos interesses do povo brasileiro em todas as instâncias — afirma Rebelo.
Fonte: Zero Hora

Poste de Iluminação Pública 100% Alimentado por Energia Eólica e Solar


Cem por cento limpeza Por GEVAN OLIVEIRA Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar.


Não tem mais volta. As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.
O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.
À prova de apagão
Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".
O inventor explica que a idéia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na idéia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias. O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando-se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.
Vento e sol
Com a inauguração, em agosto do ano passado, do parque eólico Praias de Parajuru, em Beberibe, o Ceará passou a ser o estado brasileiro com maior capacidade instalada em geração de energia elétrica por meio dos ventos, com mais de 150 megawatts (MW). Instalada em uma área de 325 hectares, localizada a pouco mais de cem quilômetros de Fortaleza, a nova usina passou a funcionar com 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW. O empreendimento é resultado de uma parceria entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a empresa Impsa, fabricante de aerogeradores. Além dessa, a parceria prevê a construção de dois outros parques eólicos – Praia do Morgado, com uma capacidade também de 28,8 MW, e Volta do Rio, com 28 aerogeradores produzindo, em conjunto, 42 MW de eletricidade. Os dois parques serão instalados no município de Acaraú, a 240 quilômetros de Fortaleza.Se no litoral cearense não falta vento, no interior o que tem muito são raios solares. O calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor em tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. Na região dos Inhamuns, por exemplo, onde há a maior radiação solar de todo o país, o potencial é que sejam produzidos, durante o dia, até 16 megajoules (MJ – unidade de medida da energia obtida pelo calor) por metro quadrado.
Essa característica levou investidores a escolher a região, especificamente o município de Tauá, para abrigar a primeira usina solar brasileira. O projeto está pronto e a previsão é que as obras comecem no final deste mês (abr10). O empreendimento contará com aporte do Fundo de Investimento em Energia Solar (FIES), iniciativa que dá benefícios fiscais para viabilizar a produção e comercialização desse tipo de energia, cujo custo ainda é elevado em relação a outras fontes, como hidrelétricas, térmicas e eólicas. A usina de Tauá será construída pela MPX – empresa do grupo EBX, de Eike Batista – e inicialmente foi anunciada com uma capacidade de produção de 50 MW, o que demandaria investimentos superiores a US$ 400 milhões. Dessa forma, seria a segunda maior do mundo, perdendo apenas para um projeto em Portugal. No entanto, os novos planos da empresa apontam para uma produção inicial de apenas 1 MW, para em seguida ser ampliada, até alcançar os 5 MW já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram fornecidos pela empresa chinesa Yingli. Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação dependerá da capacidade de financiamento do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a diferença entre a tarifa de referência normal e a da solar, ainda mais cara. "A energia solar hoje é inviável financeiramente, e só se torna possível agora por meio desse instrumento", esclarece. Ao todo, estima-se que o Ceará tem potencial de geração fotovoltaica de até 60.000 MW. Também aproveitando o potencial do estado para a energia solar, uma empresa espanhola realiza estudos para definir a instalação de duas térmicas movidas a esse tipo de energia. Caso se confirme o interesse espanhol, as terras cearenses abrigariam as primeiras termossolares do Brasil. A dimensão e a capacidade de geração do investimento ainda não estão definidas, mas se acredita que as unidades poderão começar com capacidade entre 2 MW a 5 MW.
Bola da vez
De fato, em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as energias limpas na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o país souber aproveitar seu gigantesco potencial, especialmente para gerar energias eólica e solar. Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. Também precisará estabelecer um programa de distribuição de energia com sistemas que conectem casas, empresas, indústria e prédios públicos.
"Um dos objetivos do estudo, em fase de conclusão, é identificar as oportunidades e desafios para a participação brasileira no mercado doméstico e internacional de energia solar fotovoltaica", diz o assessor técnico do CGEE, Elyas Ferreira de Medeiros. Por intermédio desse trabalho, será possível construir e recomendar ações estratégicas aos órgãos de governo, universidades e empresas, sempre articuladas com a sociedade, para inserir o país nesse segmento. Ele explica que as vantagens da energia solar são muitas e os números astronômicos. Elyas cita um exemplo: em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período.
O CGEE destaca, em seu trabalho, a necessidade de que sejam instituídas políticas de desenvolvimento tecnológico, com investimentos em pesquisa sobre o silício e sistemas fotovoltaicos. Há a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamentos de sistemas produtivos com alta integração, além de incentivar a implantação de um programa de desenvolvimento industrial e a necessidade de formação de profissionais para instalar, operar e manter os sistemas fotovoltaicos.


Fonte: Revista Fiec


13.3.11

Parceria em projeto internacional para a Amazônia é aprovada


A Embrapa, junto com instituições estrangeiras, criará um sistema de alerta sobre os impactos das mudanças climáticas na região.


A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) será uma das instituições parceiras no projeto de pesquisa internacional Amazalert, um sistema de alerta sobre os impactos das mudanças climáticas e do uso da terra na Amazônia. A parceria, aprovada no final de fevereiro, envolve um consórcio de instituições e terá financiamento dacomunidade europeia. Deverão colaborar com o projeto pesquisadores das unidades Embrapa Monitoramento por Satélite e Embrapa Amazônia Oriental. 

O projeto pretende prever cenários de impactos na região Amazônica, sugerir estratégias e gerar informações sobre a sustentabilidade das políticas para agricultura, floresta, energia e água na região. A Embrapa Monitoramento por Satélite atuará na identificação dos grupos de interesse relacionados à temática do projeto, assim como na análise de políticas e cenários, com base nos distintos contextos sócio-econômicos e ambientais da Amazônia. 

Uma das propostas do Amazalert é o desenvolvimento de um sistema de alerta (Early Warning System - EWS) para detectar impactos irreversíveis sobre serviços ecossistêmicos na Amazônia, como clima regional e global, recursos hídricos, biodiversidade, além das atividades humanas e econômicas por parte de comunidades locais. 

A iniciativa tem coordenação do Instituto Alterra da Universidade de Wageningen, Holanda e, pelo lado brasileiro, doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além de Holanda e Brasil, a parceria conta ainda com a participação do Reino Unido, França, Bélgica, Áustria, Alemanha, Bolívia e Colômbia, totalizando 14 universidades e instituições de pesquisa da Europa e América do Sul.


Fonte: Globo Rural Online


12.3.11

Lições dos 20 anos de comércio de carbono florestal


Mais de 20,8 milhões de toneladas de gases do efeito estufa deixaram de ser emitidas graças a programas de créditos florestais desde 1990, porém esse tipo de mecanismo ainda apresenta grandes problemas como a falta de regulamentação.


Muitas pessoas associam as negociações de créditos de carbono florestais apenas ao mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), que ficou mais em evidência depois da Conferência do Clima de Copenhague em 2009, mas desde o começo da década de 1990 já existem programas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa baseados na preservação florestal.

Para avaliar os avanços nestes 20 anos, o relatório"Investing in Forest Carbon: Lessons from the First 20 Years” ouviu mais de 50 participantes do mercado, entre investidores, desenvolvedores de projetos, negociadores e legisladores. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (3) e foi realizada por um grupo de especialistas das organizações: Katoomba Group, Ecosystem Marketplace e Forest Trends, com o apoio do Bio-Logical Capital.

O relatório identifica uma série de lições que servem para todos os desenvolvedores e explica as grandes dificuldades e oportunidades que os créditos florestais apresentam atualmente.

“Os projetos nunca são iguais, mas ao entrevistar mais de 50 participantes dos mercados ficou claro que alguns conselhos são universais, assim como os principais problemas”, explicou Katherine Hamilton, diretora do Ecosystem Marketplace.

Lições

Faça o melhor para jogar pelas regras, mesmo que as regras não sejam claras:
O comércio de créditos florestais é um mecanismo que ainda está em formação, portanto o principal desafio apontado pelos entrevistados é a falta de uma regulamentação apropriada. Estabilidade, transparência, comprovação científica, garantias legais, tudo isso é fundamental para os investidores e ainda precisa ser trabalhado pelas autoridades.

Além disso, é preciso melhorar as metodologias, para que cada empreendedor consiga seguir passo a passo o que é necessário para desenvolver um projeto. Isso evita prejuízos e ajuda a expansão do mecanismo.

Acostume-se com a complexidade
Projetos de carbono florestal podem ser relativamente simples ou extremamente complicados. Eles podem se resumir a apenas o plantio de árvores em uma única área ou requerer o envolvimento de diversos proprietários e jurisdições.

Lidar com todas as partes envolvidas - comunidades, fazendeiros, autoridades locais e nacionais - pode se revelar um grande problema. Reconhecer essa dificuldade e estar preparado com o conhecimento, inclusive jurídico, de como realizar as ações do projeto é fundamental.

Planeje corretamente e conte com especialistas
Devido às diversidades de cada sistema biológico, o desenvolvimento de projetos precisa ser acompanhado por pessoas com a formação técnica necessária para garantir o sucesso das atividades. É preciso também desde o início realizar estudos que analisem as especificidades da região e que garantam a viabilidade da iniciativa.  

Cumprir esses pré-requisitos custa dinheiro, mas evita que o projeto venha a fracassar e cause um prejuízo muito maior do que os custos em preparação.

Seja conservador em todas as estimativas – de carbono, benefícios, tempo e custo
A sobrevivência de um projeto de carbono florestal depende de expectativas realistas de todos os participantes; proprietários de terras, governos, investidores e compradores. Muitos aspectos dos empreendimentos são caros e demandam tempo para gerar os resultados esperados.

O ciclo total de um projeto – do design até a geração de créditos – leva normalmente de três a cinco anos, podendo ser ainda mais longo se algum dos passos for feito de forma equivocada.

A comunicação entre os envolvidos é fundamental para que ninguém desista no meio do caminho, por isso é preciso que todos saibam o que realmente esperar do projeto.

Futuro

O relatório afirma que o mercado de carbono florestal continuará sendo um dos principais componentes do comércio internacional de créditos e que os investimentos em projetos do setor serão essenciais para reduzir as emissões.

“Se os governos não apoiarem o desenvolvimento desse mecanismo, estarão ignorando uma importante fonte de emissões e a estratégia contra as mudanças climáticas estará fundamentalmente errada”, explicou Sissel Waage, uma das autoras do relatório.

Apesar disso, os entrevistados não enxergam uma expansão significante no número dos projetos nos próximos anos a menos que haja alguma grande decisão na próxima Conferência do Clima (COP 17) no final do ano para apoiá-los.


Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Ecosystem Marketplace


11.3.11

Câmara reabre discussão sobre Código Florestal


Na tentativa de baixar o tom da disputa entre ruralistas e ambientalistas em torno das mudanças no Código Florestal, o presidente da Câmara, Marco Maia, criou hoje (2) um grupo para tentar negociar os pontos mais polêmicos do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) antes de levar a proposta à votação.


Aprovado em julho do ano passado por uma comissão especial, o texto de Rebelo é controverso, segundo ambientalistas, por prever concessões como anistia para desmatadores, regularização de plantio em encostas e topos de morros e redução de Áreas de Preservação Permanente nas margens de rios.

A câmara técnica instalada hoje terá representantes das bancadas ruralista e ambientalista, com quatro parlamentares cada, mais duas vagas para o governo e duas para a oposição, além de Aldo Rebelo e do coordenador dos trabalhos, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), primeiro secretário da Câmara.

O desafio do grupo será costurar um acordo para viabilizar a votação, que estava prevista para março, mas provavelmente será adiada. Segundo Maia, a câmara técnica não tem data limite para funcionar e terá o tempo necessário para construir os acordos.

“O prazo é o prazo da negociação. O assunto será votado quando tivermos os acordos e consensos. Março é apenas uma data de referência”. Maia conversou com Rebelo e disse que o deputado paulista está disposto a incorporar no relatório as mudanças necessárias para se chegar a um acordo para votação.

Um dos representantes da bancada ruralista na câmara técnica, o ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR), disse que, apesar de considerar o relatório de Rebelo satisfatório, a nova rodada de discussão poderá beneficiar tanto os setores ligados à produção quanto os ambientalistas. “O texto do Aldo apresenta muita racionalidade, muita ciência, ajuda a produzir e a preservar. Evidentemente, existem pontos que podem ser harmonizados. A ideia básica aqui é se chegar a um consenso”, afirmou.

Stephanes acredita que a votação deve ficar mesmo para abril. “Um mês a mais não é a questão, o importante é que isso se dê antes de junho, quando expira o atual decreto que prorroga o prazo de averbação (da reserva legal)”.

Para o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Nilo D'Ávila, a criação da câmara técnica pode ser uma chance de reabrir o debate, que, segundo as organizações ambientalistas, foi atropelado pela bancada da agricultura na comissão especial que aprovou o relatório de Rebelo.

“Pela primeira vez há possibilidade de equilíbrio no debate, todos os setores estão representados. Se o trabalho for feito sem a pretensão de apressar a negociação, temos chance de chegar a um consenso, com um projeto que preserve a floresta e garanta continuidade da produção”, disse.

Com a reabertura da discussão do Código Florestal entre os parlamentares, a possibilidade de o governo enviar ao Congresso um substitutivo ao relatório de Aldo Rebelo deve ficar em segundo plano.


Fonte: Agência Brasil


8.3.11

Contag quer que Código Florestal defina melhor tamanho de propriedade da agricultura familiar


Entidade acredita que relatório de Aldo Rebelo pode beneficiar produtores de maior porte.


A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) apresentou nesta terça-feira (02/03) aos parlamentares da Câmara um documento com propostas para alterar o projeto de lei do novo Código Florestal Brasileiro, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A principal sugestão de mudança entre as 18 emendas colocadas pela Contag trata da definição da agricultura familiar. 

De acordo com o presidente da Contag, Alberto Broch, no relatório apresentado por Rebelo a agricultura familiar é definida apenas pelas propriedades com área até quatro módulos fiscais, o que poderia beneficiar, além dos pequenos produtores, os grandes agricultores e donos de sítios e chácaras. 

“Entendemos que, principalmente, a conceituação da agricultura familiar sendo colocada no novo código vá fortalecer o setor e fazer mais justiça. Entendemos que a grande propriedade, que tem 40, 50, mil hectares de terra, não necessita de ter quatro módulos fiscais que se beneficiariam da flexibilização da legislação ambiental. Acreditamos que toda a diferenciação da legislação seria para as propriedades que se enquadram na lei da agricultura familiar”, argumentou Broch. 

Para Rebelo, a reivindicação da Contag já está inserida no seu relatório. Contudo, ele prometeu rever os pedidos dos pequenos produtores. “Já incluímos a isenção para a recomposição de reserva legal nos quatro módulos fiscais. O que há é discussão em torno da questão de biomas, como a Amazônia. Isso tudo vamos conversar e buscar soluções”, afirmou. 

Segundo o deputado, a Contag já apresentou algumas sugestões na época da discussão do relatório na comissão especial, algumas foram acolhidas e outras não. “É provável que eles estejam retomando as que não foram acolhidas. Agora vamos examinar”, acrescentou Rebelo. 

O deputado Celso Maldaner (PMDB-SC) afirmou a necessidade de se encontrar logo um denominador comum para o assunto e votá-lo antes de 11 de junho, quando entram em vigor as determinações do Decreto Presidencial 7.029 de 2009, que instituiu o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado Programa Mais Ambiente. 

“Temos pressa e queremos que em março possamos votar as mudanças no Código Florestal Brasileiro que vai beneficiar o setor produtivo, tanto a agricultura familiar quanto os agricultores comerciais”, ressaltou. 

Já o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Nilo D'Avila, diz que é preciso analisar as mudanças no Código Florestal sem pressa. Para ele, as sugestões apresentadas pela Contag significariam melhoras ao relatório apresentado por Aldo Rebelo. 

“Se é para ter tratamento diferenciado no que diz respeito à área consolidada, melhor que seja para os agricultores da agricultura familiar”, afirmou. Segundo D'Avila, se continuar da forma como está, os grande produtores receberiam os mesmos benefícios concedidos à agricultura familiar. 


Fonte: Agência Brasil


6.3.11

Fornecedores brasileiros de ferro-gusa precisam cortar preços


Desde meados de fevereiro a atividade de compra para ferro-gusa melhorou no mercado brasileiro. Isso porque foram reiniciadas as negociações que envolvem novos contratos. Porém, os fornecedores ainda mantêm as cotações deles inalteradas a partir dos mais recentes preços de transação e estão planejando mantê-los firmes mais adiante.


Desde meados de fevereiro a atividade de compra para ferro-gusa melhorou no mercado brasileiro. Isso porque foram reiniciadas as negociações que envolvem novos contratos. Porém, os fornecedores ainda mantêm as cotações deles inalteradas a partir dos mais recentes preços de transação e estão planejando mantê-los firmes mais adiante, o que é improvável considerando-se as condições atuais nos destinos de exportação principais.

Por exemplo, produtores do Extremo Oriente estão relutantes em importar material brasileiro devido a seus preços não competitivos. Além disso, eles podem comprar material brasileiro prontamente a partir de comerciantes chineses, que estão abarrotados com estoques deles nos portos, a níveis mais disponíveis.

Siderúrgicas americanas estão prontas para comprar ferro-gusa brasileiro só no caso de fornecedores concederem um desconto de US$20-25/t e citam os preços em queda no segmento para sucata e estoques suficientes do material.

Os mais recentes registros de pedidos de ferro-gusa brasileiro a partir de portos do norte do país foram feitos a US$520-525/t FOB para entrega em março, estima o Metal Expert. Os futuros acordos serão fechados provavelmente a US$500-510/t FOB, de acordo com previsões.

Alguns exportadores de ferro-gusa a partir do sul do país estão prontos para fazer concessões e reduzir suas ofertas para US$490-495/t FOB portos meridionais do Brasil, cerca de US$5-10/t menos semana-a-semana. Os fornecedores têm persistido nas cotações deles em US$500/t FOB desde meados-de-janeiro, e os mais recentes acordos foram feitos a estes níveis.

O mercado doméstico mostra firme demanda para ferro-gusa. Participantes de mercado informam que as siderúrgicas locais (ArcelorMittal e Grupo Gerdau em particular) estão comprando o material ativamente a R$700/t (US$420/t, US$1 = R$1.667) Ex-usina, ou R$30/t (US$18/t) acima a partir de janeiro último.

 


Fonte: Metal Expert News – Adaptado por Painel Florestal


5.3.11

Brasil pode se tornar o principal fornecedor de biomassa do mundo


A ABIB (Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa) e a Brasil Biomassa e Energia Renovável concluíram o mapeamento de resíduos com potencial para fins energéticos por cada estado brasileiro.



Além da identificação dos tipos de biomassa que podem se tornar combustíveis renováveis, o objetivo é estimar em que grau o país pode atender à demanda mundial por biomassa, principalmente por parte da Europa.

De acordo com o diretor da companhia, Celso Marcelo de Oliveira, países europeus, como Inglaterra, Alemanha, Suécia, Dinamarca e Holanda, vêem o Brasil como principal fornecedor em potencial de biomassa no mundo, já que, na África, a outra alternativa considerada, encontram dificuldades de fechar negócios, dada a instabilidade político-econômica do continente. "A Associação Europeia de Indústrias de Biomassa prevê que haja demanda de 80 milhões de t de biomassa para gerar energia industrial e residencial em 2020 e não há escala no mundo suficiente para dar conta disso", conta Oliveira.

Atualmente, em Portugal, há 18 centrais a biomassa, mas apenas uma delas está funcionando em função da falta de abastecimento. Já na Inglaterra há 12 termelétricas que demandarão entre 12 e 15 milhões de toneladas de biomassa por ano e já encontram dificuldades de suprimento.

Outra finalidade do mapeamento é convencer empresários a aproveitar resíduos que, em muitos casos, são desperdiçados. Hoje, no Brasil, 18 tipos de resíduos, como aqueles derivados da cultura de milho, soja ou de babaçu - cujo potencial energético é da ordem de 5.200 kcal/t, mais do que o dos resíduos madeireiros, de 4.400 kcal/t - não são aproveitados. "Cerca de 25 mil famílias trabalham com babaçu no Maranhão, deixando de aproveitar resíduos que poderiam ser vendidos por mais de 100 euros por tonelada na Europa", ressalta.


Fonte: Painel Florestal com informações da ABIB


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