2.1.10

PLANO DE MANEJO FLORESTAL (CAPITULO 11 PARTE 2)

BENEFÍCIOS DO MANEJO FLORESTAL

A adoção do manejo florestal resulta em redução de desperdícios, aumento na produtividade da exploração, diminuição da quantidade de árvores comerciais danificadas e melhoria expressiva da segurança do trabalho.

Redução de desperdício de madeira no corte e arraste. As perdas de madeira no volume derrubado foram reduzidas de 26% sem manejo para apenas 1% na área manejada. Portanto, para 1 m3 em tora extraído em uma floresta manejada, apenas 0,75 m3 é extraído em uma exploração convencional. Usando esse raciocínio, estima-se que foram salvos 10 m3/ha com manejo.


Maior produtividade na abertura de estradas e pátios. Na exploração manejada, houve um ganho de eficiência (37%) no tempo de uso da máquina para abrir estradas e pátios de estocagem. Essa diferença pró-manejo resultou, em grande parte, da redução da densidade de estradas (em 33%) e pátios (em 70 %).

a) O custo de operação das máquinas foi estimado com base nos levantamentos de campo e nos formulários e índices da Caterpillar , incluindo os seguintes parâmetros: i. vida útil do maquinário (6,5 anos) para um uso estimado de 1.230 horas ano; ii. preços do trator de esteira com guincho (US$ 125.000) e sem guincho (US$ 105.000); iii. valor residual de reposição das máquinas igual a 10% do valor da máquina; iv. taxa de seguro igual a 2 % do valor da máquina; v. imposto de propriedade igual a 1% do valor da máquina; vi. consumo de 9,8 litros de óleo diesel por hora para o trator de esteira; vii. custos de lubrificação, filtros e graxas foram estimados em US$ 0,35/hora para os dois tipos de máquinas; viii. custo de reserva para reparo foi estimado em US$ 4,5/hora (fator de extensão de vida útil igual a 1 multiplicado por fator básico de reparos igual a 4,5); ix. custo de mão-de-obra para operar o trator de esteira foi estimado em US$ 3,7/ hora, incluindo um operador e um ajudante.

Na exploração convencional, a densidade de estradas foi maior porque estas foram abertas pouco a pouco, seguindo a concentração das árvores derrubadas. Uma prática que leva à abertura de estradas tortuosas e com ramificações desnecessárias.
O número de pátios na exploração convencional foi maior por duas razões. Primeiro, sem planejamento, os operadores de trator têm apenas uma vaga noção do número de árvores que serão extraídas dos arredores do pátio. Portanto, o número de pátios abertos excede o necessário. Segundo, os tratoristas preferem abrir pátios maiores para facilitar a manobra das máquinas e caminhões. Na operação manejada, os pátios são menores em função da informação prévia sobre o volume a ser extraído e também em virtude do planejamento da operação de corte e arraste.

Maior produtividade no corte. O custo da derrubada foi similar nos dois tipos de exploração para o caso da equipe com duas pessoas: US$ 0,31/m3 com manejo e US$ 0,30/m3 na exploração convencional, enquanto o custo do corte de uma equipe de três pessoas (dois motosserristas e um ajudante), atuando em uma área manejada, foi apenas US$ 0,25/ m3. Essa vantagem pró-manejo decorre de uma maior produtividade propiciada pela atuação de dois motosserristas com funções distintas: um exclusivamente no corte e o outro no traçamento das toras e remoção dos obstáculos para o arraste.

Os custos de mão-de-obra foram estimados como descrito na nota de rodapé a na tabela 1. Os salários de um motosserrista (2 salários) e um ajudante (1 salário) custaram US$ 29/dia. Uma equipe composta por dois motosserristas e um ajudante custou US$ 47/dia. O custo de operação de uma motosserra (Stihl modelo 051 AVE) foi estimado em US$ 2,4/hora, sendo: US$ 0,03 em juros de capital, US$ 0,58 em depreciação, US$ 0,76 em combustível, US$ 0,42 em óleo para lubrificação da corrente, US$ 0,20 em depreciação do sabre e US$ 0,4 para manutenção. Na exploração convencional, o tempo de funcionamento da máquina foi 2,4 horas/dia. Desta forma, o custo diário de uso da máquina foi US$ 5,8 (US$ 2,4 x 2,4). Então, o custo total da equipe tradicional foi US$ 35/dia que, dividido pela produção diária (117 m3), resulta em US$ 0,30/m3. O tempo de uso efetivo de uma motosserra foi 4 horas/dia para as duas equipes na exploração manejada. Assim, a equipe com dois motosserristas teve um custo de máquina de US$ 19/dia (2 máquinas x 4 horas x
US$ 2,4), enquanto a equipe com um motosserrista teve metade deste custo com a máquina, ou seja US$ 9,5/dia. O custo da equipe com duas pessoas foi de US$ 38,5 dia (US$ 29 com mão-deobra e US$ 9,5 com a máquina) que, dividido pela produção de125 m3/dia, resultou em aproximadamente US$ 0,31/m3. O custo para equipe com três pessoas foi de US$ 66/dia (US$ 47 com mão-de-obra e US$ 19 com as motosserras) que, dividido pela produção de 262 m3/dia, resultou em US$ 0,25/m3.

Maior produtividade no arraste das toras. Com a adoção do manejo, houve um aumento significativo na produtividade do arraste. Por exemplo, na área manejada foram arrastados 34 m3 por hora contra 23 m3 na exploração convencional, utilizando nos dois casos um trator florestal (skidder). A diferença pró-manejo foi menor no caso do arraste com trator de esteira (28 m3/hora e 27 m3/hora com e sem manejo, respectivamente), uma vez que o potencial de aumentar a velocidade de trabalho desta máquina é limitada. O ganho de produtividade no arraste ocorreu devido ao planejamento e ao uso do mapa de exploração.

Redução dos danos ecológicos. A adoção do manejo contribuiu de forma significativa para a redução dos danos à floresta. Essa redução foi consistente entre todos os indicadores usados para expressar os danos da extração, tais como a área do solo afetada, a abertura do dossel e os danos às árvores remanescentes. A redução de danos tem implicações positivas para a regeneração da floresta e, conseqüentemente, para o volume de madeira disponível no futuro. Na exploração convencional, a extração de uma árvore afeta 488 m2 de floresta, enquanto na exploração manejada afeta apenas 336 m2 (arraste com trator de esteira) e 370 m2 (arraste com skidder).
A abertura do dossel na exploração convencional foi maior (27 a 45%) do que no manejo (apenas 18%). O mesmo ocorreu com relação ao número de árvores danificadas (DAP maior ou igual a 10 cm): 27 árvores na exploração convencional contra 14 árvores na exploração manejada (Figura 1).

Maior segurança durante o corte. A utilização de técnicas adequadas e o treinamento da equipe de corte reduziu significativamente (em até 18 vezes) os riscos de acidentes de trabalho.


Fonte:manejoflorestal.org

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